Ontem, 29 de julho, aconteceu a terceira live da campanha. Dessa vez com uma história real, que mostrou os obstáculos de cuidar de uma criança especial e como a sociedade dificulta ainda mais.
Maria Fernanda Cardoso Resende tem uma doença bem rara, foram anos para descobrir o que era. A doença resultou uma série de limitações e outras condições, entre elas, a epilepsia refratária. Apesar da grande variedade anticonvulsivantes, as crises persistiam.
Foi aí que a menina começou a regredir tudo o que havia aprendido, como ficar em pé, balbuciar e até comer. Depois de uma internação, a Maria não foi mais a mesma. Ela chegou ao ponto de mexer apenas os olhos e foi aí que o canabidiol entrou.
“A gente sempre perguntava para os médicos, quando poderíamos entrar com o canabidiol, mas eles sempre diziam que não era a hora ainda, que precisava esperar mais. Chegou ao ponto dela ter que perder habilidades, movimentos e reações antes de introduzir a cannabis para tratar a epilepsia refratária, coisa que poderia ser introduzido antes disso” acrescenta a Raíssa.
Embora a cannabis medicinal seja conhecida hoje por ser um dos poucos remédios que ajudam a tratar epilepsia de difícil controle, a recomendação é que deve ser administrada apenas quando nenhum outro tratamento funcionar.
Uma visão bastante contraditória, uma vez que os efeitos colaterais sejam bem menores que os tratamentos convencionais e não causa dependência.
Depois de 10 dias, a Maria já estava mais disposta e feliz. A tia conta que o canabidiol diminuiu consideravelmente as crises da pequena Maria Fernanda, mudando não só a menina, mas todas as pessoas em volta dela. “Ela não sorria mais e voltou a sorrir” acrescenta Raíssa.
Agora, a família pensa em retirar gradativamente muitas medicações com efeitos adversos que a menina ainda toma, para uma melhor qualidade de vida. “Antes, a gente vivia um dia após o outro, hoje a gente tem esperança” acrescenta.
Quando finalmente os médicos prescreveram a cannabis, não dava tempo de importar. Então, a família comprou o primeiro óleo de canabidiol aprovado nas farmácias, que custa mais de R$2.000,00.
A introdução da cannabis é feita em doses bem pequenas e depois crescendo gradativamente. Por causa da genética única de cada indivíduo, a quantidade certa vai depender do organismo de cada um. Algumas pessoas já conseguem ver os resultados com pouco óleo e outras precisam de mais.
Há a possibilidade da Maria Fernanda precisar de dois frascos, por isso, o valor que já era maior que dois salários mínimos, teria que ser ainda maior. Foi então que a família decidiu fazer uma vaquinha online, para arrecadar o dinheiro.
Esta é a realidade de várias famílias que dependem do óleo de cannabis. não são poucas as vaquinhas e pedidos para custear os medicamentos à base da cannabis.
A tia da menina complementou ainda que ter uma criança especial em casa não é fácil. Ela precisa de cuidados a mais, gastos a mais e atenção 24 horas por dia, mas as pessoas não entendem isso.
“É fácil se ter empatia quando não precisa praticar (…) as pessoas têm dificuldade em entender que a vida de uma criança especial e da família é muito mais complicada, abaixar o som, não parar na vaga de deficiente, já iria ajudar muito” acrescenta a tia.
Apesar de muitos ainda não entenderem e não colaborarem, ainda existem pessoas que praticam a empatia, mesmo que sejam a minoria, ”É muito gratificante ver o amor de pessoas que nunca viram a Maria Fernanda ” acrescentou Raissa.
Veja a história completa da Maria Fernanda aqui
A campanha #UmAtodeEmpatia vai continuar até sexta-feira com mais convidados. Hoje, (quinta-feira), a conversa será com a médica ortomolecular Dra Janaína Barboza, que ensina sobre cannabis medicinal e Sistema Endocanabinóide para público em geral, de uma forma em que todos possam entender sobre a planta, não só a classe médica.
Na sexta-feira, o insta da Cannalize vai estar aberto para quem quiser falar sobre o assunto.
Se você perdeu alguma live, não se preocupe, pois elas estarão salvas no nosso Instagram e Youtube.
Tainara Cavalcante
Jornalista pela Fapcom (Faculdade Paulus de Comunicação) e pós graduanda na FAAP (Fundação Armando Alves Penteado) em Jornalismo Digital, atua como produtora de conteúdo no Cannalize, Dr. Cannabis e Cannect. Amante de literatura, fotografia e conteúdo de qualidade.
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