“A cannabis é muito mais para pessoas mais velhas do que para jovens” 

“A cannabis é muito mais para pessoas mais velhas do que para jovens” 

Sobre as colunas

As colunas publicadas na Cannalize não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem o propósito de estimular o debate sobre cannabis no Brasil e no mundo e de refletir sobre diversos pontos de vista sobre o tema.​

Diversos pesquisadores e estudos têm mostrado que a cannabis possui propriedades que são mais aceitas por pessoas mais velhas do que jovens e adolescentes. Entenda. 

 Delci Ruver é avô de uma das alunas de mestrado da Universidade Federal da Integração Latino-América (UNILA). Ele é uma das pessoas mais velhas que utilizaram a cannabis para o tratamento de Alzheimer em 2018, em um estudo experimental na universidade.

A equipe de pesquisa percebeu que o senhor de idade não só teve os sintomas  estabilizados, como também recuperou parte das funções que havia perdido.

O Alzheimer é uma doença progressiva que não tem cura. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), ela é a forma mais comum de demência no mundo.

Contudo, os resultados no idoso vieram de forma rápida, em apenas dois meses. Hoje Delci tem uma vida normal, como se nem tivesse a doença. 

Cannabis em pacientes pessoas mais velhas

Um estudo feito em Israel sugere que o uso medicinal da cannabis em pacientes idosos não causa deficiência cognitiva. A pesquisa buscou avaliar a relação entre o uso a longo prazo da cannabis medicinal e a função cognitiva em uma amostra de pacientes com dor crônica de meia-idade e idosos. 

O estudo avaliou 63 pacientes com 50 anos e mais velhos, que tem licença de cannabis medicinal com um grupo de comparação de 62 anos que não tem licença. 

De acordo com os pesquisadores, eles não descobriram nenhuma diferença significativa na função cognitiva entre os dois grupos, observando que os resultados sugerem que o uso da planta não tem um impacto generalizado na cognição de pacientes mais velhos com dor crônica.

Por outro lado, outras pesquisas evidenciam que ela pode ser prejudicial aos mais jovens. O principal motivo de preocupação do consumo entre os menores é o prejuízo da memória em formação.

Por que isso acontece? 

No dia 25 de agosto, nós fizemos uma live com o neurocientista e professor do Instituto do Cérebro Sidarta Ribeiro, que falou um pouco sobre o assunto. 

Segundo ele, há demonstrações bem consolidadas de que o uso precoce na adolescência pode ser sim prejudicial para a cognição e desenvolvimento acadêmico. 

A cannabis funciona através do chamado Sistema Endocanabinoide, que ajuda a regular várias funções do organismo principalmente no cérebro. O próprio corpo produz os canabinoides, que auxiliam no equilíbrio do sistema.

Quando há a falta ou deficiência da substâncias, eles podem ser repostos por canabinoides externos, encontrados na planta que funcionam como uma espécie de reforço. 

“Claro que uma criança que faz o uso para epilepsia, vai ser importante para a sua condição específica. Mas para uma pessoa saudável, que não tem nenhuma condição médica que necessite de um tratamento canábico, não vai se beneficiar de cannabis durante a infância e a adolescência”, acrescentou.

E ele explica a razão: Ao contrário do que muitos pensam, a cannabis não mata neurônios, mas produz novos e também novas conexões sinápticas. E é exatamente por isso que os jovens devem esperar, porque eles já têm muitas conexões e o excesso de neurônios e conexões pode ser prejudicial.

“Já os idosos podem e devem se beneficiar dessa reposição porque o Sistema Endocanabinoide, pois ele começa a decair depois de um tempo. Uma cognição que não era tão boa aos 20,30, pode não ser tão boa aos 60, 70.”, acrescenta.

Veja a Live completa aqui: 

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