Neste mês, a Universidade Federal da Integração Latino-Americana, que fica em Foz do Iguaçu, irá realizar um estudo com 36 pacientes de fibromialgia. O objetivo é usar os efeitos terapêuticos da cannabis para aliviar as dores.
A pesquisa, que ainda está sendo analisada pelo conselho de ética da universidade, que está fazendo uma avaliação final.
O problema afeta de 4% a 6% da população global, de 18 a 65 anos. No Brasil, ela atinge cerca de 3% da população, isso significa quase 7 milhões de brasileiros, principalmente mulheres de 35 a 44 anos.
A Fibromialgia é uma doença sem cura. Ela é caracterizada principalmente por dores fortes por todo o corpo, além de outros sintomas.
Muitas vezes ela está relacionada a fatores emocionais, como ansiedade, depressão e estresse. Outras vezes pode ser ocasionada por fatores do sistema nervoso.
Mas de uma coisa é certa: independentemente de qual seja a causa, a fibromialgia pode dificultar a realização de tarefas simples, como lavar os pratos, abaixar para pôr o sapato e até um abraço pode ser doloroso.
O estudo clínico contará apenas com voluntárias mulheres, que são as mais atingidas pela condição.
Diferente da maioria dos estudos sobre cannabis, a pesquisa coordenada pelo professor de Farmacologia Francisney Nascimento, irá investigar principalmente os efeitos do tetraidrocanabinol (THC) e não do Canabidiol (CBD).
Chamado de canabinoide, ele é o principal componente encontrado na maconha, e que causa os efeitos alucinógenos. Contudo, o extrato rico em THC também irá conter outras substâncias, com terpenos e também o CBD.
Apesar de estigmatizado, as suas propriedades médicas têm sido de grande valia, principalmente para pacientes com dores crônicas como Esclerose Múltipla, por exemplo.
Outro diferencial da pesquisa é que durará seis meses, onde serão analisados doses fixas, acima de 5 ml.
O professor diz que o óleo será disponibilizado pela Associação Abrace Esperança, que possui o direito de plantar cannabis no país.
“Já temos uma lista prévia de candidatas que receberão o óleo pelos próximos seis meses”, acrescenta.
O professor Francisney Nascimento também já investigou os benefícios do THC para o tratamento de Alzheimer, com o óleo também fornecido pela Abrace.
Os canabinoides agem diretamente em um receptor no do nosso corpo chamado CB2, que influencia o Sistema Nervoso Central. Isso auxilia o equilíbrio dos comandos do organismo a nível celular.
As substâncias da planta interagem com os canabinoides do nosso próprio corpo para a sintonia. O que de certa forma, tem a capacidade de auxiliar a sensibilidade excessiva que ocasiona a fibromialgia.
*Matéria atualizada em 9 de março, às 9h52
Tainara Cavalcante
Jornalista pela Fapcom (Faculdade Paulus de Comunicação) e pós graduanda na FAAP (Fundação Armando Alves Penteado) em Jornalismo Digital, atua como produtora de conteúdo no Cannalize, Dr. Cannabis e Cannect. Amante de literatura, fotografia e conteúdo de qualidade.
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