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Saúde e Ciência

Transtorno Explosivo Intermitente (TEI): O que é, Causas, Sintomas e Tratamentos        



04/01/2021



Você conhece ou é uma pessoa que já foi chamada de nervosinha? Que em alguns casos age de forma agressiva e impulsiva? Saiba que isso pode ser um transtorno explosivo intermitente (TEI) e que atinge 3,1% da população brasileira.

Também conhecida como síndrome do Hulk ou síndrome do pavio curto, se trata de indivíduos, que pela incapacidade de gerenciar seus impulsos, são levados a ter comportamentos agressivos, ataques de fúria, completamente desproporcionais às situações sem medir as consequências de suas ações. Enxerga sempre tudo de forma negativa e extrema.

Podendo em alguns casos ser interpretado de forma imaginária, (sentindo-se atacado em uma discussão ou reunião social, por exemplo, quando na verdade não aconteceu nenhum ataque, ou por ciúmes que imaginou).

Qualquer que seja a natureza da agressão é comum o paciente sentir arrependimento, vergonha, culpa ou tristeza após a explosão.

Logo, todos são os motivos que provocam um ataque de raiva intensa com muita agressividade e violência.

Este transtorno pode ter como consequência a perda de um emprego, suspensão escolar, dificuldades com seus relacionamentos em geral, acidentes com veículos, problemas conjugais, hospitalização devido ferimentos causados por brigas, danos materiais e/ou envolvimentos com a polícia.

Causas

O transtorno explosivo intermitente pode começar na infância (após os 6 anos de idade), mas geralmente é diagnosticado durante a adolescência ou em adultos mais novos.

É mais comum em adultos mais jovens do que em adultos mais velhos, além dos sintomas serem diminuídos e enfraquecidos ao envelhecer. Por ser uma síndrome, possui várias causas que são genéticas e/ou ambientais.

Genética

A principal causa da condição é o componente genético, que faz com que o distúrbio seja transmitido de pais para filhos. Especialmente em famílias com pessoas com transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH). O TEI é comum e prevalente em TDAHs, por exemplo.

Ambiente

A maioria das pessoas com esse distúrbio cresceram e foram criadas em famílias onde o comportamento explosivo e o abuso verbal e físico eram comuns e/ou frequentes.

Estar exposto a esse tipo de violência desde cedo torna mais provável que essas crianças repitam esses mesmos traços à medida que amadurecem, especialmente se expostas a essa violência durante os 3 primeiros anos de vida.

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Como esse transtorno pode ser identificado?

  • Você explode pelo menos 2 vezes por semana?
  • Seus comportamentos agressivos são desproporcionais aos fatos que os geram?
  • Você NÃO costuma premeditar seus comportamentos agressivos?
  • Após as explosões você costuma sentir vergonha, culpa, arrependimentos, tristeza?
  • Você costuma jogar ou quebrar objetos independentemente de seu valor?

Alguns estudos comprovam relatos mais comuns destes comportamento em homens, podendo ser grave. Devido à exposição a situações que favorecem este comportamento, o prejuízo pode ser  associado a transtornos de humor, ansiedade e uso de substâncias.

Também há a possibilidade de estar mais relacionado à instabilidade afetiva (descontrole dos sentimentos e emoções) do que à falta de regulação do controle de impulsos.

Este descontrole pode ser um fator de risco para agressividade e comportamentos suicidas.

A impulsividade está associada por si mesma aos aspectos biológicos do comportamento que é um fator de risco para a mania e a depressão.

Muitas dessas pessoas utilizam a violência como comportamento de fuga e de defesa. Exigem muito das pessoas e têm medo da avaliação dos outros em suas atitudes e desempenho.

Estes, tentam se impor diante dos outros mesmo causando prejuízo e dor.

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Quais os tipos de tratamento?

Para ajudar pessoas com esse tipo de comportamento agressivo e amenizar esses ataques de raiva é necessário:

  • Acompanhamento médico psiquiátrico individual;
  • Terapia em grupo na abordagem cognitivo-comportamental;
  • Grupo Psicoeducativo;
  • Grupo de manutenção para os pacientes após o término do tratamento terapêutico;
  • Grupo semestral de apoio ao familiar;
  • Palestras psicoeducacionais abertas ao público.

 Como lidar com pessoas que passam por esse transtorno?

Muitas pessoas não sabem lidar com esses indivíduos, agindo muitas vezes de maneira errada e só piorando a situação. Existem algumas diretrizes importantes para saber lidar com esses casos, como por exemplo:

  • Evite contra-atacar. Os agressivos não percebem quando chegaram ao limite;
  • Ajude a pessoa agressiva a se sentir compreendida;
  • Acalme-a e mostre o quanto o comportamento agressivo é intolerável;
  • Use a razão mais do que a emoção;
  • Procure não interromper a pessoa no meio de um ataque de agressividade;
  • Mantenha a cabeça fria e faça perguntas objetivas do tipo: “O que está acontecendo aqui?” ou “Será que é necessária esta agressividade? Vamos conversar com calma!”;
  • Mantenha o olhar firme, mostrando por meio de sua expressão facial que está ouvindo e observando atentamente;
  • Não altere seu tom de voz, procurando até falar mais baixo do que de costume para a pessoa ter que se esforçar para te ouvir;
  • Não argumente. Espere a pessoa acalmar para conversar melhor sobre o que está sendo discutido;
  • Crie oportunidades para uma conversa franca, na qual você e a pessoa agressiva possam compartilhar opiniões e emoções;
  • Afirme sempre que você notou o comportamento agressivo e diga que isto o incomoda;
  • Pergunte diretamente a que ela atribui este comportamento.

Busque ajuda sempre que necessário assim que perceber estes sintomas intensos e prejudiciais a você. Então verá que é possível ter uma vida feliz e assim atitudes mais coerentes à situações da vida.

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Bruno Oliveira

Tradutor e produtor de conteúdo do site Cannalize, apaixonado por música, fotografia, esportes radicais e culturas.