Se você é uma pessoa que sofre com problemas de autoestima, com certeza já ouviu falar desse transtorno. Atualmente atinge 2% da população, cerca de 4,1 milhões só no Brasil.
Esse transtorno é uma condição psicológica que se caracteriza pela preocupação excessiva e sem controle, com a própria aparência.
Pessoas que sofrem com isso, dão importância exagerada a defeitos pequenos que, apesar de imperceptíveis para outras pessoas, tomam uma dimensão enorme aos seus olhos.
Na maioria, ele se manifesta como um comportamento compulsivo em relação à aparência, causando baixa autoestima e muito sofrimento.
Embora seja considerada uma doença grave, ela tem cura, desde que o tratamento seja realizado de forma multidisciplinar.
Ainda assim, o lado mais difícil disso tudo é a identificação e o diagnóstico do transtorno dismórfico, visto que, muitas vezes, os sinais são confundidos como excesso de vaidade. Mas afinal, qual é o limite para a preocupação com a própria aparência?
Basicamente, a origem do transtorno dismórfico é genética e neuroquímica, mas o ambiente de desenvolvimento da pessoa também pode influenciar, principalmente na infância e adolescência.
De acordo com os estudos, realizados pela Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), dentre os portadores de TDC, cerca de 8% possuem algum membro da família que também foi diagnosticado com a doença ao longo da vida.
Semelhantemente, ao que ocorre em outros distúrbios obsessivo-compulsivos, neste, também, foram notados desequilíbrios neuroquímicos, principalmente nas taxas de serotonina, substância responsável pelo bem-estar e por manter as ideias sob controle.
Esse estudo mostrou que indivíduos as seguintes características estão mais propenso a adquirir a doença:
Importante ressaltar que com o aumento no acesso às redes sociais, o fator externo também vem ganhando destaque.
Isto porque as pessoas têm acesso a imagens que reforçam padrões que, em muitos casos, não estão de acordo com seu biotipo físico e se frustram por não seguirem determinados estereótipos, se sentindo na maioria das vezes feias e incapazes.
Quando o assunto são os sintomas do transtorno dismórfico corporal, eles podem surgir de maneira gradativa ou súbita, variar de intensidade e costumam persistir se não forem adequadamente tratados.
Geralmente, o rosto ou a cabeça costumam ser os principais motivos de preocupação, mas ele pode estar relacionado a qualquer outra parte ou várias partes do corpo, e pode mudar de uma parte do corpo para outra.
Pode dar início, por exemplo, se a pessoa estiver preocupada demais com supostos defeitos, como queda de cabelo, acne, rugas, cicatrizes, cor da pele ou excesso de pelo facial ou corporal.
Uma pessoa também pode concentrar-se na forma ou no tamanho de uma parte do corpo, como o nariz, os olhos, as orelhas, a boca, os seios, as pernas ou as nádegas.
Muitas pessoas com o transtorno dismórfico corporal não sabem que, na verdade, são normais e que não tem nada de errado com elas.
Essas pessoas ficam o tempo todo olhando no espelho, outras evitam os espelhos e outras alternam entre os dois comportamentos.
Em casos mais graves, é possível que a pessoa fique tão preocupada com um defeito inexistente ou leve em sua aparência que evita sair em público.
Algumas pessoas com sintomas graves só saem de casa à noite e outras nunca saem.
Quando atinge esse nível, esse transtorno frequentemente dá origem ao isolamento social.
A angústia e a disfunção associadas ao transtorno podem causar depressão, internações hospitalares repetidas, comportamento suicida e suicídio.
Geralmente, para o tratamento é usado antidepressivos, especificamente os inibidores seletivos de recaptação da serotonina ou a clomipramina.
Além disso, o paciente passa por uma terapia cognitiva-comportamental com foco específico nos sintomas do transtorno dismórfico corporal também.
Com a terapia, a pessoa recebe uma ajuda para desenvolver crenças mais exatas e úteis sobre sua aparência física.
O terapeuta também ajuda a pessoa a parar de praticar os comportamentos repetitivos excessivos, como ficar se olhando no espelho e cutucar a própria pele.
Ele também ajuda a pessoa a participar e se sentir mais à vontade em situações sociais.
A terapia de reversão de hábito é utilizada para diminuir as atividades repetitivas de cutucar a pele ou arrancar os cabelos/pelos que as pessoas com transtorno dismórfico corporal podem fazer para tentar minimizar ou eliminar os supostos defeitos relacionados à pele.
Em casos em que as pessoas com esse transtorno não reconhecem que possuem um problema, é possível que o médico precise utilizar técnicas motivacionais para ajudar a pessoa a participar do tratamento.
Muitos profissionais acreditam que a combinação de medicamentos e terapia cognitivo-comportamental é a melhor abordagem para casos graves.
Bruno Oliveira
Tradutor e produtor de conteúdo do site Cannalize, apaixonado por música, fotografia, esportes radicais e culturas.
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