Em países onde a cannabis é mais acessível, é possível achar uma variedade de produtos à base da planta que prometem acabar com as cólicas.
A técnica não é recente. No antigo Egito, a cannabis pode ser encontrada em pergaminhos de 2.000 anos A.C. como remédio. As mulheres egípcias usavam para tratar a tristeza e o mau humor, o que sugere que fosse uma espécie de tratamento para TPM.
Mas e no caso da endometriose?
Para quem não sabe, ela consiste em um problema com o tecido que cobre o útero, onde ele cresce fora do órgão provocando dores na vagina, na pélvis, nas costas, no abdômen e até no reto durante a relação sexual.
O acúmulo de sangue e resto de células endometriais no início do ciclo menstrual é chamado de endometriose, e pode acontecer por uma variedade de motivos.
Cerca de 7 milhões de brasileiras sofrem com a condição, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). O que significa que é um problema relativamente comum para o público feiminino.
Os tratamentos se resumem na interrupção da menstruação, a administração de hormônios ou Dispositivo Intrauterino (DIU).
Contudo, parece que a cannabis pode ser uma opção bem menos prejudicial. Pelo menos, foi o que revelou um estudo feito na Espanha.
O artigo publicado pelo Laboratório de Neurofarmacologia da Universidade Pompeu Fabra, relata que o tetraidrocanabinol (THC) foi capaz de aliviar as dores e até limitar o desenvolvimento dos cistos causados pela doença.
A substância que causa o famoso “barato” na maconha foi testada em camundongos e a resposta foi um efeito bastante positivo.
Para entender melhor como a cannabis funciona no organismo, é preciso conhecer o famoso Sistema Endocanabinoide. Através de pequenas moléculas chamadas canabinoides ele tem a capacidade de restaurar o equilíbrio das funções.
Se uma pessoa tem febre, por exemplo, este sistema produz as substâncias que servem de sinalizadores. Elas encontram os receptores espalhados por todo o corpo para mostrar que tem algo de errado. No caso da febre, sinalizam que a temperatura do corpo precisa diminuir.
Contudo, os canabinoides também podem ser produzidos por plantas, como a cannabis. Ela é uma das únicas plantas já encontradas com canabinoides suficientes para servir de remédio.
Segundo o estudo, o THC é bastante promissor na endometriose porque os órgãos da região pélvica possuem bastante receptores canabinoides, que podem ser a chave para restaurar o equilíbrio na região.
Nos últimos anos, estudos científicos foram realizados e verificaram que pacientes com endometriose apresentavam uma queda nos receptores do Sistema Endocanabinoide, sistema que ajuda a regular as funções do organismo.
A revista científica Journal of Molecular Endocrinology mostrou que o Canabidiol (CBD) tem um papel importante nos órgãos reprodutores femininos.
Segundo a publicação, estas substâncias podem regular algumas funções tais como a migração e a proliferação de células do endométrio.
Embora sejam necessários mais estudos sobre a conexão dos canabinóides com o aparelho reprodutor feminino, já sabemos que o CBD tem propriedades analgésicas e anti-inflamatórias, e, portanto, poderia ser utilizado para o alívio de alguns dos sintomas da endometriose.
Outros dois estudos clínicos que investigam a cannabis para condições femininas também estão em andamento.
Tainara Cavalcante
Jornalista pela Fapcom (Faculdade Paulus de Comunicação) e pós graduanda na FAAP (Fundação Armando Alves Penteado) em Jornalismo Digital, atua como produtora de conteúdo no Cannalize, Dr. Cannabis e Cannect. Amante de literatura, fotografia e conteúdo de qualidade.
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