O estudo percebeu que pacientes paliativos que utilizaram o composto da cannabis vivam mais que os demais
De acordo com um novo estudo divulgado em março, o uso de cannabis medicinal está associado à longevidade em pacientes paliativos com câncer avançado. A pesquisa feita na Alemanha, ainda mostrou que houve uma melhora também na qualidade de vida.
Publicado na revista Medical Cannabis and Cannabinoids, os pesquisadores investigaram as propriedades do THC (Tetrahidrocanabinol), substância que gera o famoso “barato” da maconha.
Parece que o uso diário de 5 mg de THC oral pode estar associado ao aumento do tempo de vida em mais de 9 mil pacientes que vivem de cuidados paliativos, ou seja, pessoas que têm uma expectativa de viver apenas mais alguns dias ou meses.
O uso diário de 4,7 mg da substância foi associado a um aumento significativo de tempo de sobrevivência. Mas doses menores não apresentaram o mesmo resultado.
Os pesquisadores perceberam um prolongamento médio de 15 dias. O tempo de sobrevivência de 25 dias foi aumentado para 40 dias com uma dose diária de THC.
“Além da mera sobrevivência, os pacientes [tratados] com THC tornam-se mais ativos mental e fisicamente. (…) O aumento da atividade e a melhoria da qualidade de vida podem permitir aos pacientes renovar o contacto social com familiares e amigos e resolver assuntos essenciais antes de morrer.” Escreveram.
Leia também: Mãe de três filhos usa cannabis para metástase “Eu nem lembro que tenho câncer”
O estudo teve um resultado bastante parecido com outra pesquisa publicada em 2021, quando mostrou que a substância da cannabis estava associada à longevidade de pacientes em hospícios alemães com 75 anos.
Vários estudos sobre cannabis para o tratamento de câncer são feitos em todo o mundo com resultados promissores. Um estudo australiano, também divulgado esse ano, por exemplo, mostrou que o extrato de cannabis foi eficaz para matar células cancerígenas.
Segundo outro estudo alemão feito em 2021, o CBD (canabidiol) foi capaz de matar células tumorais de ratos em apenas três dias.
O assunto ainda ganhou repercussão nos EUA depois que o próprio Instituto Americano do Câncer admitiu que a planta pode matar as células cancerígenas, além de impedir o crescimento de novas células.
A posição veio depois de um estudo de dois anos em ratos com câncer, onde a princípio, foi percebido uma diminuição do tumor dos bichos. Eles receberam altas doses de THC.
Sem contar que os produtos de cannabis já são recomendados hoje para conter os efeitos colaterais da quimioterapia. Há até um remédio vendido em outros países feitos com um THC sintético chamado Dronabinol.
Tainara Cavalcante
Jornalista pela Fapcom (Faculdade Paulus de Comunicação) e pós graduanda na FAAP (Fundação Armando Alves Penteado) em Jornalismo Digital, atua como produtora de conteúdo no Cannalize, Dr. Cannabis e Cannect. Amante de literatura, fotografia e conteúdo de qualidade.
Inscreva-se grátis na nossa Newsletter!
Redução de danos: o que é e como funciona
8 projetos de cannabis recebem R$1 milhão em emendas
Fitoterápicos: Anvisa quer saber a sua opinião
Distribuição de cannabis vira lei em Recife
Brasil já gastou R$264 milhões com o fornecimento de cannabis
Santa Catarina aprova proposta sobre cannabis no SUS
Copyright 2019/2023 Cannalize – Todos os direitos reservados
Solicitação de remoção de imagem
Termos e Condições de Uso