Dois tipos de testes para mapear os genes do sistema endocanabinoide vão começar a ser vendidos aqui no país. Eles vão ajudar na indicação do melhor canabinoide para o organismo do paciente, além de auxiliar também na dosagem, para uma maior precisão para a receita correta do óleo de cannabis.
Um exemplo, para explicar melhor como funciona a ação da planta, é um gene chamado CYP2C9. Ele é responsável por mandar uma mensagem para as nossas células produzirem enzimas, mas ela varia de acordo com o corpo de cada um. Como essa enzima processa o THC, as reações do canabinoide podem não ser as mesmas para todo mundo.
Por isso, muitos pacientes levam um tempo até descobrir qual o melhor óleo e o nível de concentração para o seu organismo.
Mas até onde sabemos, a planta tem mais de 400 canabinoides e mais de 100 terpenos. A estimativa é que exista pelo menos, 10 mil tipos de cepas diferentes.
As descobertas destes fitocanabinoides e a relação com o sistema endocanabinoide são recentes e os pesquisadores ainda estão entendendo a reação adversas da cannabis no nosso corpo a nível celular.
Sem contar que o sistema endocanabinoide age em todo o corpo e na mente por vários receptores. As variações fisiológicas tornam cada pessoa única, por isso, ainda há um caminho longo para seguir.
Apesar de todo mundo ter cérebro, pulmão e vasos sanguíneos, cada indivíduo é único, o que nos difere é o nosso DNA. É lá onde carregamos nossa ancestralidade e também uma parte só nossa. Mais especificamente 0,5% de DNA, que ninguém mais tem.
Os chamados “marcadores genéticos” são pontos explorados principalmente para testes de paternidade, ancestralidade e até saber se estão ligados a doenças.
Um fragmento do DNA pode conter mais de 150 informações que dizem muito sobre onde os canabinoides e terpenos podem ser direcionados, mostrando predisposições e condições que precisam de atenção.
O primeiro teste que vamos falar é o Strain Genie, muito utilizado nos Estados Unidos. Ele funciona como os testes comuns de DNA, coletando a saliva do paciente. Ele pode indicar predisposição genética para até 17 doenças.
Através de um algoritmo, é capaz de mapear cerca de 90 genes e indica os canabinoides e terpenos que mais podem funcionar com o seu organismo, a dosagem mais indicada e até qual a melhor forma de consumir.
O teste estará disponível em português já na próxima semana, pela Kannamed. Ele vai auxiliar não só os médicos, mas também, associações que fazem a distribuição do óleo para pacientes, sem os longos processos de testagens.
Outro teste que chega ao Brasil é o My Cannabis Code, este estará disponível no próximo mês (julho). O idealizador é um cientista brasileiro, chamado Fabrício Pamplona, que também é chefe científico da empresa.
O teste é parecido com o primeiro. Por meio da coleta de saliva, ele também traça perfis genéticos que ajudam a entender a biologia do paciente, e identifica àqueles que precisam de um tipo específico de canabinoide.
Com o My Cannabis Code é possível também “rastrear” os genes do metabolismo, o que auxilia os médicos na hora de fazer a dosagem. Ainda não tem um preço definido.
Após a coleta, os dois produtos são enviados pelo correio para um laboratório fora do país.
No entanto, é importante ressaltar que os testes não descartam o acompanhamento médico, é sempre importante a opinião de um especialista, de preferência que conheça as o sistema endocanabinoide e o uso da cannabis medicinal.
O DNA também é muito complexo. Os testes funcionam com base em algoritmos, que podem falhar ou mostrar dados conflitantes.
É importante ressaltar que qualquer produto feito com a cannabis precisa ser prescrito por um profissional de saúde habilitado, que poderá te orientar de forma específica e indicar qual o melhor tratamento para a sua condição.
Caso precise de ajuda, disponibilizamos um atendimento especializado que poderá esclarecer todas as suas dúvidas, além de auxiliar na marcação de uma consulta, dar suporte na compra do produto até no acompanhamento do tratamento. Clique aqui.
Tainara Cavalcante
Jornalista pela Facom (Faculdade Paulus de Comunicação) e pós doutoranda na FAAP (Fundação Armando Alves Penteado) em Jornalismo Digital, atua como produtora de conteúdo no Cannalize, Dr. Cannabis e Cannect. Amante de literatura, fotografia e conteúdo de qualidade.
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