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O autismo também pode ser diagnosticado quando a pessoa já é adulta. Entenda como acontece como a cannabis pode auxiliar no tratamento
Quando falamos sobre o diagnóstico de TEA (Transtorno de Espectro Autista), a maioria das pessoas pensa em crianças. E de fato, é muito mais fácil entender quando uma criança é autista ou não. Mas e quando falamos sobre adultos?
Embora menos comum, muitas pessoas só descobrem que possuem o espectro quando já são maiores de idade. Com isso, passam a compreender melhor várias características que a faziam diferentes das demais.
Para falar sobre isso, conversamos com o médico e professor da USCS (Universidade Municipal de São Caetano do Sul), Ronaldo José de Oliveira Correa, que nos ajudou a entender melhor sobre esse assunto.
Principais características
De acordo com o professor, o diagnóstico tardio é comum em pacientes com o nível de suporte 1, ou seja, a pessoa possui algumas dificuldades sensoriais e de interação social, mas que são totalmente independentes.
As principais características são dificuldades de relacionamento, disfunções sensoriais, rigidez de pensamento e até questões de linguagem, como dificuldade de se expressar e de entender o outro.
Segundo Correa, figuras de linguagem e expressões faciais podem ser mais difíceis de serem compreendidas por um adulto com um nível de suporte 1. Tanto que as interações sociais costumam ser mais desgastante para esse grupo de pessoas.
“É muito comum pacientes com o diagnóstico tardio de autismo falarem que percebiam que tinha alguma coisa diferente em relação aos outros, no que diz respeito a maneira que lidavam com as situações, de interagir, e de se comunicar com o mundo, mas não entendiam direito o que era. E para muitos, quando eles têm esse diagnóstico, é algo até libertador”, relata.
Pessoas com TEA também costumam evitar ambientes com muitos estímulos sensoriais ou tentam contornar e disfarçar para que os outros não percebam.
Um diagnóstico que não é tão fácil assim
O médico relata que o diagnóstico é difícil, pois também pode ser confundido com outras patologias, como o TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade). A condição é bem parecida e possui características semelhantes.
Segundo Correa, pacientes adultos e sem o diagnóstico costumam “mascarar” as suas dificuldades, ou seja, elas acabam escondendo e se adaptando ao problema, o que dificulta o diagnóstico ou induzem a outra resposta.
“Ela vai aprendendo a disfarçar ou a contornar a dificuldade.Não que essa dificuldade cesse, ela continua existindo, mas a pessoa aprende a dar um jeitinho para não deixar as pessoas perceberem”, explica.
Por isso, é necessário uma boa avaliação neuropsicológica para conseguir identificar o espectro ou até entender se trata-se de outro tipo de patologia.
Suporte emocional
De acordo com o professor universitário, outra questão que é pouco abordada em autistas adultos é a falta de suporte emocional. Muitos deles podem ter dificuldade de lidar com as próprias sensações e os próprios sentimentos.
Obstáculos que aparecem desde a infância, mas não são tratados de forma adequada. O que acabam gerando questões como insegurança e ansiedade, que são desenvolvidas ao longo da vida.
“Dependendo do meio que ela vive, do contexto que ela vive, das situações que ela passa, isso pode imprimir algumas situações que podem interferir na maneira que ela desenvolve a personalidade”, acrescenta o médico.
Tratamento de autismo para adultos
O tratamento é feito principalmente com um acompanhamento psicoterapêutico aplicado para autismo. O objetivo é aprender, de maneira individualizada, habilidades necessárias para garantir independência e qualidade de vida.
Em alguns casos, pode ser necessário a adição de medicamentos também. A princípio, os remédios costumam ser estabilizadores de humor e remédios para melhorar o foco.
Quando o TEA vem acompanhado de outras patologias, ainda é necessário a adição de ansiolíticos e antidepressivos acompanhados e prescritos por um psiquiatra.
Tratamento com cannabis
Por outro lado, podem ser remédios que não funcionem ou causem uma série de reações adversas. E é aí que entra a cannabis medicinal.
Correa explica que os produtos derivados da planta não são a primeira opção, mas podem ser uma solução para pacientes que não conseguem se adaptar às medicações convencionais.
De acordo com a experiência do profissional, muitos pacientes relatam melhoras significativas, principalmente nas interações sociais e na tolerância à estímulos sensoriais. Além de ajudar a reduzir a ansiedade.
Impressão que é provada pela ciência. Em 2018, a Elsevier realizou um estudo sobre o uso do canabidiol no tratamento de autismo, com pesquisas pré-clínicas e clínicas. O objetivo era entender se o CBD era seguro e eficaz para o tratamento.
O óleo não se mostrou um santo milagroso, mas sim um suporte para diminuir alguns sintomas. A pesquisa relatou que o canabidiol pode ter algumas propriedades pró sociais.
Sem contar que os produtos derivados da cannabis possuem propriedades ansiolíticas, condição que é bastante comum em pacientes com nível de suporte 1.
Consulte um profissional
É importante ressaltar que qualquer produto feito com a cannabis precisa ser prescrito por um profissional de saúde habilitado, que poderá te orientar de forma específica e indicar qual o melhor tratamento para a sua condição.
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