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Com o costume de ingerir apenas comprimidos, a forma sublingual de utilizar o CBD pode trazer várias questões. Entenda
A cannabis medicinal é um tratamento que tem se destacado ao longo dos anos para uma série de condições médicas, principalmente por ser uma opção mais natural e com poucos efeitos colaterais. Mas como usar o Canabidiol sublingual?
Tecnicamente, o CBD (canabidiol) é apenas uma das centenas de moléculas presentes na cannabis. Ela tem se destacado por ser uma substância abundante na planta e por não causar os efeitos da maconha.
Por outro lado, os outros componentes são tão importantes quanto o CBD, como os terpenos, flavonoides e até o terrível THC (tetrahidrocanabinol), que gera a famosa “alta”. Por causa disso, muitos óleos são feitos não só com CBD, mas também com vários outros compostos como este.
Mas a questão aqui é: como usar o óleo de canabidiol sublingual?
Canabidiol em forma de óleo
Talvez, uma das questões que deixe qualquer paciente intrigado é o porquê a maioria dos produtos de cannabis são em forma de óleo. E também o motivo pelo qual a absorção é sublingual.
Para entender melhor, conversamos com o enfermeiro do Cannect Cuida, Daniel Alves, que nos explicou sobre esse assunto. Trata-se de um cuidado coordenado feito pela Cannect para auxiliar os pacientes sobre tudo relacionado à cannabis.
Ele explica que o óleo de CBD é uma forma mais prática de dosar o produto. “A cannabis é hidrofóbica, portanto, precisa ser extraída em algum tipo de gordura”, acrescenta. Portanto, o óleo é a forma mais simples de se obter o produto.
Embora seja a forma mais conhecida, a cannabis também pode ser vendida em outros formatos, como gummies, cápsulas e até tópicos. Por outro lado, para um paciente que está começando o tratamento, é necessário encontrar uma dose ideal, mas isso leva tempo e é mais fácil de se fazer com o óleo.
Absorção sublingual
Alves explica que a aplicação sublingual é uma forma mais rápida de obter os efeitos do canabidiol. Além de absorver o medicamento de forma mais efetiva.
“A absorção da mucosa é mais rápida porque é o contato direto com as capilares sanguíneos, motivo pelo qual sua absorção é altamente eficaz, pois cai direto no sistema linfático, e é a porta de entrada para a corrente sanguínea”, explica.
Contudo, não é obrigatória. Como dito acima, há outras formas de consumir a cannabis medicinal. Sem contar que o óleo também pode ser ingerido sem qualquer problema.
Mas o enfermeiro alerta que a absorção será mais lenta e parte do remédio pode ser perdida por causa do suco gástrico.
Como usar o canabidiol sublingual
Daniel Alves, que está em contato direto com centenas de pacientes todos os dias, recomenda que o ideal é pingar as gotas recomendadas pelo médico embaixo da língua e esperar pelo menos, 30 segundos para só depois engolir.
Caso tenha dificuldades, ele recomenda que o paciente pingue o produto em frente a um espelho, que vai facilitar na hora de contar as gotas. Ou então, colocar a quantidade indicada em uma colher e depois colocar na boca.
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“Também é preciso aguardar de 15 a 30 minutos para tomar água, comer, ou escovar os dentes. A ideia é que a medicação seja absorvida por toda a boca”, acrescenta.
Caso o gosto não seja dos melhores, é possível ainda, comprar produtos saborizados. Atualmente, várias empresas já lançaram óleos com essências de frutas para suavizar o gosto amargo do óleo de CBD.
O enfermeiro também alerta que a cannabis só pode ser ingerida depois da absorção de algum alimento. “Se não tiver nada no estômago para segurar, posso ter dor de estômago, aumentar os efeitos colaterais e até perder uma quantidade de 40% a 50% da medicação”, acrescenta.
Interações medicamentosas
Assim como em qualquer outro remédio, o CBD também pode resultar em interações medicamentosas, por isso, é preciso ficar atento a algumas substâncias que podem cortar ou até potencializar os efeitos colaterais.
O álcool, por exemplo, é um deles. Tanto a cannabis quanto o álcool são metabolizados pelo fígado, mas como o órgão é um só, há uma competição de quem será metabolizado primeiro, o que prejudica ambos.
Leia também: Posso beber álcool no meu tratamento com CBD?
Caso esteja utilizando algum outro remédio, é necessário conversar com o médico para entender se há interação medicamentosa.
Para utilizar outro produto de cannabis, como gummies, por exemplo, é necessário conversar com um especialista também.
Já quando falamos em pomadas e cremes, por exemplo, não há nenhum problema, uma vez que a forma de absorção é totalmente diferente.
Efeitos colaterais do CBD
Embora a cannabis seja um tratamento mais natural, ainda possui efeitos colaterais que podem atrapalhar o dia do paciente.
O enfermeiro explica que os principais são sonolência, oscilação de apetite, desordem intestinal, náuseas, tonturas, dor de cabeça e boca seca.
“Medicações com mais THC, por exemplo, são mais propensas a causar mais apetite. Já aquelas com CBD isolado ou Broad Spectrum, tendem a inibir o apetite”, comenta.
Porém, o enfermeiro relata que normalmente são transitórias e duram de dois dias a duas semanas. Há pacientes que não chegam a sentir nada. Outros sentem um ou outro sintoma.
“Mas se caso apresentar reações por mais de três semanas, pode ser um indicador de que a dose está alta”, esclarece.