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Pesquisa procurou descobrir se os cogumelos podem ajudar a combater a doença. A substância já foi comprovada como eficaz para outras complicações.
Pesquisadores afiliados à Universidade de Copenhagen, na Dinamarca, realizaram um estudo para descobrir se um componente ativo dos cogumelos é capaz de conter a ação da obesidade no corpo humano.
O experimento foi feito com um grupo de camundongos, considerados obesos por diversos fatores, como genética, dieta específica e compulsão alimentar. Para colher os dados, os animais ingeriram a psilocibina por um tempo.
Apesar da expectativa alta dos especialistas, o resultado não foi tão animador, pelo menos em um primeiro momento. O consumo do psicodélico, feito por microdoses diárias ou dosagens únicas com um teor mais elevado, não reduziu o peso dos roedores e nem diminuiu a ingestão de alimentos.
Mas isso não significa que a substância foi descartada para tratar essa condição.
Mesmo com resultados iniciais não tão empolgantes, os pesquisadores demonstraram otimismo e seguem entusiasmados com a possibilidade de mostrar que a psilocibina pode tratar a obesidade.
Isso acontece devido a certas características dessa substância, que podem ser úteis para retardar o desenvolvimento da doença.
“Os psicodélicos aumentam a plasticidade dos circuitos neurais, pode ser que, quando combinados com a terapia comportamental, eles possam ser ferramentas poderosas para ‘redefinir’ comportamentos compulsivos de longa data”, ressalta Christoffer Clemmensen, um dos responsáveis pelo estudo, em entrevista ao portal PsyPost.
O médico ainda abordou sobre o sistema serotoninérgico, que através do seu principal hormônio pode regular funções básicas do corpo humano, inclusive, o apetite.
“Os psicodélicos clássicos atuam no sistema serotoninérgico e podem ter um efeito direto na ingestão de alimentos pela ampla ativação dos receptores de serotonina, enfatizando os seus potenciais benefícios para conter a obesidade”, conclui.
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Embora as hipóteses iniciais não tenham sido confirmadas, é importante ressaltar a necessidade de mais pesquisas, que podem ser conduzidas de uma outra forma.
“Por mais que não tenhamos descoberto os principais efeitos da psilocibina no metabolismo energético do camundongo e nos comportamentos associados à alimentação, acreditamos que existem nuances do modo de ação dos psicodélicos que não podem ser capturados adequadamente nos roedores”, diz o professor ao site.
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A ação dos camundongos
Um ponto positivo do experimento foi a segurança fornecida para os animais estudados, que, de acordo com os pesquisadores, não sofreram efeitos adversos em parâmetros fisiológicos.
Porém, mesmo que não tenha gerado consequências negativas, ficou claro que a psilocibina não interage bem com o organismo dos roedores, pelo menos para a realização de pesquisas.
“Embora os modelos animais em geral tenham sido inestimáveis para estudos em neurociência e metabolismo, eles podem ser inadequados para testar os benefícios dos psicodélicos para a saúde”, afirma Clemmensen.
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