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Embora haja um paradoxo entre sexos, a cannabis medicinal pode ser uma aliada para alguns problemas relacionados aos cuidados com a saúde bucal

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A cannabis medicinal pode ser uma aliada para problemas relacionados a saúde bucal
Foto: Freepik

De acordo com um estudo publicado em 2021 pela revista de Saúde da USP, as mulheres tendem a cuidar mais da saúde bucal que os homens. A pesquisa ainda diz que pessoas do sexo masculino só buscam atendimento quando o problema já está grave.

Pelo o que os pesquisadores constataram,  isso tem uma explicação: as mulheres são mais vaidosas se tratando da aparência, o que inclui o sorriso.

A dentista Poliana Contrucci ainda complementa que as mulheres não só cuidam mais da saúde bucal como demonstram mais interesse em aderir aos tratamentos propostos e mudanças de comportamento na área. 

Paradoxo

Por outro lado, mesmo que as mulheres cuidem mais da saúde bucal, pesquisas realizadas ao longo dos anos, revelam que elas tendem a ter mais problemas bucais, causados por alterações hormonais ao longo da vida.

O que consequentemente deixa a cavidade oral mais suscetível a diversos problemas.

A Dra Contrucci também acrescenta que isso acontece porque as mulheres apresentam mais problemas relacionados à ansiedade, bruxismo e dores crônicas. “Sinto que isto se deve ao fato de as mulheres serem mais sobrecarregadas em suas demandas familiares”, diz. 

Cannabis como tratamento

Seja homem ou mulher, a cannabis pode ser um importante auxiliar para ajudar a controlar tanto as dores quanto as inflamações contra condições como o bruxismo, por exemplo. 

“A Cannabis proporciona a possibilidade de promover saúde e não apenas de tratar doenças e acaba sendo uma ferramenta preventiva de promoção não só da saúde bucal como do sistema como um todo.” complementa a dentista. 

Isso porque ela atua no chamado Sistema Endocanabinoide, um sistema que funciona à nível molecular ajudando a restaurar a homeostase, ou seja, o equilíbrio das funções do organismo.

O que inclui o sistema nervoso e o sistema imunológico do corpo, reduzindo as inflamações e as dores. 

Mesmo contra o câncer

Quando falamos sobre câncer de boca, a dentista ressalta que a condição pode ser causada principalmente por causa do tabagismo.

Tumor que, inclusive, é mais frequente entre os homens acima dos 40, segundo o Inca (Instituto Nacional do Câncer). Contudo, a cannabis também pode ser uma solução complementar.

“Podemos usar os produtos a base de cannabis para  auxiliar na diminuição do uso de tabaco além de termos o auxílio através da modulação do sistema endocanabinoide e, desta forma promover uma homeostase, ou seja, um equilíbrio funcional do sistema em geral”, conclui.

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https://cannalize.com.br/saude-bucal-cannabis-mulheres/ As brasileiras que influenciam a história da cannabis as-brasileiras-que-influenciam-a-historia-da-cannabis

Não foram poucas as mulheres que revolucionaram o olhar sobre a cannabis no Brasil, seja na política, no mercado e até na desobediência civil

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As brasileiras que influenciam a história da cannabis
Foto: Freepik

Desde que as propriedades medicinais da cannabis foram descobertas, a planta tem chamado ainda mais atenção.Tanto dos pacientes quanto da indústria, que defendem em negócios, pesquisas e políticas públicas sobre o assunto. 

E nesse universo, não podemos nos esquecer de várias mulheres que estão quebrando os tabus da cannabis e refazendo a história da planta no Brasil. 

Hoje, vamos falar de 10 brasileiras que fizeram já fizeram história:

Viviane Sedola

Fundadora da Dr. Cannabis, Viviane Sedola foi uma das pioneiras da terapia canábica no país. Através da sua iniciativa, ela ajudou a ligar profissionais médicos que entendem de cannabis com os pacientes.

Atualmente, a marca Dr. Cannabis é parte da Cannect e tornou-se um portal de educação que ensina médicos, enfermeiros, dentistas e muitos outros profissionais a respeito das propriedades da planta. 

A empresária também faz parte do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social Sustentável do governo Lula e também foi eleita como uma das 50 mulheres mais influentes no setor da cannabis no mundo pela revista High Times.

Eliane Nunes

Uma das primeiras prescritoras de cannabis do Brasil, Eliane Nunes é psiquiatra e psicanalista infantil, além de presidente da SBEC (Sociedade Brasileira de Estudos da Cannabis).

Nunes também foi fundadora do projeto Mães e Mulheres Jardineiras, um coletivo que ajuda mulheres de baixa renda a plantar e fazer o remédio dos filhos, além de dar um suporte jurídico para garantir o habeas corpus de cultivo.

Mara Gabrilli

A senadora é conhecida por defender o acesso à cannabis através de políticas públicas. Há 28 anos, ficou tetraplégica em um acidente de carro e conseguiu recuperar a fala, parte dos movimentos e até a reduzir as dores crônicas através do CBD (canabidiol).

Gabrilli também é responsável pelo Projeto de Lei 5511/23, que cria um marco regulatório da cannabis no país, com regras pré-estabelecidas para o cultivo, produção, comercialização, controle e fiscalização. 

Maria Eugênia 

Fundadora e CEO da empresa Kaya Mind, desde 2020 a empreendedora trabalha com análise estratégica de dados relacionados ao mercado da cannabis no Brasil. 

Assim como a Dr. Cannabis, a empresa também é pioneira, mas em dados de inteligência de mercado no segmento.

Anita Krepp

Fundadora do podcast chamado Cannabis Hoje, Anita Krepp é jornalista multimídia e pesquisadora em cannabis e psicodélicos. Também tem uma coluna no Portal 360 que fala exclusivamente sobre assuntos relacionados à cannabis.

Além do portal, também escreve para o Uol, revista Piauí e outros veículos de comunicação na Espanha, onde fala sobre o tema.

Alline Campos

Professora e cientista de farmacologia da USP de Ribeirão Preto, Alline Campos estuda neuroplasticidade e foi a mulher a descobrir que a cannabis também pode criar metaplasticidade, ou seja, a criação de novas plasticidades em cima das outras.

A descoberta foi extremamente importante para entender como o cérebro humano processa a aprendizagem e a lembrança e como a cannabis pode ser útil como tratamento para doenças que impactam a memória.

Maísa Diniz

Membro da bancada da Cannabis no congresso, Maísa Diniz é administradora especializada em gestão pública e integrante da Rede Sustentabilidade, partido de Marina Silva.

Pré-candidata a uma cadeira na Câmara dos Deputados, Diniz fez sucesso em 2022 quando não só vestiu a camisa, mas a fantasia de “zé ganjinha” na última campanha eleitoral. 

Poliana Rodrigues

A empreendedora chamou atenção depois que lançou um negócio chamado Floyou. Trata-se de uma marca de calcinhas absorventes feitas com tecidos de cânhamo. 

Para Rodrigues, é necessário discutir tanto o cânhamo como um insumo mais ecológico para a indústria têxtil, quanto a educação de higiene pessoal, pensando em alternativas mais sustentáveis. 

Katiele Fischer

A cannabis para o tratamento da epilepsia só ficou famosa no Brasil, depois de um documentário da Família Fischer em 2014, que conta a história da mãe, Katiele Fischer, tentando importar um óleo de cannabis para a filha Amy.

A história dela influenciou a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) criar uma resolução para permitir a importação legal de produtos feitos com cannabis no ano seguinte. Hoje, mais de 200 mil pessoas importam o derivado da planta por ano no Brasil através desta resolução.

Mulheres de associações

Não poderíamos terminar essa lista, sem falar das mulheres que fazem história também através de associações de pacientes, que ajudam a democratizar o acesso à cannabis muitas vezes até, praticando desobediência civil. 

Como Margarete Brito, fundadora da Apepi. Além de ajudar quase 10 mil pacientes, a mãe também fez história ao ser a primeira pessoa a obter o habeas corpus para produzir cannabis em casa para o tratamento da filha.

Ou então, a Cidinha Carvalho, fundadora da associação Cultive que fica em São Paulo. A associação foi a primeira a obter o direito de cultivo coletivo pela justiça. Hoje, todos os membros da entidade podem plantar cannabis sem medo.

Outra mãe e mulher importante no meio das associações de pacientes, foi a Marilene Oliveira, que começou a instituição depois que precisou tirar um habeas corpus para tratar o filho. 

Não contente com um documento individual, ela também foi importante para conseguir o cultivo associativo, que permitiu por meio da justiça que a entidade pudesse fabricar óleo de cannabis.

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