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Dependendo dos resultados, o estudo pode ser um precursor para o desenvolvimento de políticas públicas sobre o uso da cannabis para pacientes com TEA
Neste mês, o CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), do Ministério da Saúde, aprovou um estudo sobre o uso da cannabis para TEA (Transtorno de Espectro Autista).
A pesquisa será conduzida pela UECE (Universidade Estadual do Ceará), e tem como objetivo, mapear evidências na literatura sobre eficácia, tolerabilidade e efetividade do CBD (canabidiol) para o tratamento de crianças e adolescentes com autismo.
De acordo com o coordenador da pesquisa, vinculado ao Instituto de Ciências Biomédicas da Uece (ISCB), professor Gislei Frota, a pesquisa será uma revisão sistemática com metanálise, ou seja, os cientistas farão uma seleção de estudos relevantes realizados pelo mundo para avaliá-los.
Pesquisa paralela
Antes mesmo do financiamento, o processo para o desenvolvimento do projeto já tinha sido iniciado e tem previsão para os primeiros resultados já em dezembro de 2024. Contudo, o artigo final será lançado apenas em julho de 2025.
As evidências levantadas ainda serão apresentadas às escolas, postos de saúde e outros espaços no Ceará através de palestras e conscientização sobre o uso do canabidiol.
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Em paralelo, a universidade do Ceará também desenvolve outra pesquisa sobre o assunto. Os pesquisadores estão traçando um perfil de pacientes de TEA que utilizam o CBD mesmo sem evidências científicas conclusivas.
A ideia é entender como o paciente percebe o canabidiol como um agente terapêutico, como e quanto utiliza, o que sente e onde conseguir informações sobre o tratamento. Os resultados também são esperados para dezembro.
Possível precursor de novas políticas públicas
De acordo com Frota, a pesquisa financiada pelo Ministério da Saúde, é um trabalho pioneiro no Brasil.
“Fomos selecionados como a terceira proposta mais bem avaliada do Brasil. Somente nós, em todo o País, desenvolvemos tal pesquisa. Nosso trabalho é único e de grande relevância para o Ministério da Saúde. Hoje o assunto é polêmico, extrapolou a esfera da ciência e há muita desinformação sobre o assunto. Assim, o MS reconhece a importância da pesquisa porque, através dos resultados, serão geradas evidências se o canabidiol pode ou não ser usado no TEA”, disse ao portal da universidade.
Dependendo dos resultados, a pesquisa pode ser útil para a geração de políticas públicas sobre cannabis para TEA por meio do SUS (Sistema Único de Saúde).
Em São Paulo, por exemplo, há até uma lei sobre a distribuição de CBD pelo SUS. Por outro lado, a equipe técnica enfrenta uma dificuldade muito grande em colocar também pessoas com TEA entre os beneficiados, justamente por falta de evidências científicas.
Até agora, os únicos beneficiados da lei de São Paulo são pessoas com Síndrome de Dravet, Síndrome de Lennox-Gastaut e Esclerose Tuberosa, únicas condições que possuem evidências concisas.