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Depois de anos tratando vícios, o artista descobriu uma medicina totalmente diferente, que de fato o ajudou a ter qualidade de vida
No próximo domingo (22), Talmo Bellato, de 31 anos, irá expor sua arte para o público canábico pela primeira vez. As suas telas, uma estampa em camiseta de cânhamo, é uma coleção de adesivos que serão expostas e lançadas no O Dispensário, um espaço canábico que fica em Pinheiros, na capital paulista.
Bellato também é cofundador da Hempreenda, marca criada junto com a jornalista e influenciadora digital Caroline Apple, que oferece um espaço virtual a produtos de empreendedores canábicos e psicodélicos. O projeto é um hub que estimula o processo criativo e promove a comercialização de produtos e serviços relacionados a esses universos.
Mas quem vê o empresário trilhando o caminho do sucesso, mal sabe da sua trajetória para chegar bem nessa etapa da vida.
Anos tratando o vício
Durante toda a sua adolescência, Talmo Bellato fez o uso compulsivo de várias substâncias, incluindo o crack. Depois de um surto aos 19 anos e uma internação quatro anos depois, passou a buscar ajuda para tentar se livrar do vício.
O tratamento medicamentoso durou longos dez anos. Durante esse período, fez testes com várias combinações de remédios diferentes e chegou a tomar nove medicamentos por dia. Mas não sabia se estava ficando melhor ou pior.
Embora em total abstinência, os efeitos colaterais das medicações eram bem ruins. “Eu sempre tinha que passar por manutenção o tempo inteiro. Eu vivia dopado, vivia cansado, vivia anestesiado”, ressalta.
As medicações ainda o deixavam muito mal, com muitas náuseas e azia e além dos remédios estimularem até o sobrepeso, isso sem contar a dependência. Talmo conta que não conseguia ficar sem tomar as medicações e até pensar na falta delas era desesperador.
Busca espiritual
Desde 2012, o empresário passou a buscar outros caminhos, a fim de ter uma qualidade de vida melhor. Passou a estudar sobre religiões tradicionais e culturais dos povos originários. E foi no encontro com um pajé em 2022 que as coisas começaram a mudar.
Foi nessa época que Bellato experimentou o chamado Kambô. Trata-se de um tipo de “veneno” produzido por uma rã amazônica, que é usado por alguns povos originário como proteção física, mental e espiritual. Embora os estudos científicos sobre a substância ainda sejam escassos, Talmo diz que isso mudou a sua vida. Os remédios tradicionais já não se adaptavam ao seu corpo e em 15 dias estava revigorado.
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A busca dentro da espiritualidade o levou a outras medicinas sagradas, como o rapé, por exemplo, e a Santa Maria, outro nome sagrado dado à cannabis.
Hoje, está há seis anos limpo do uso abusivo de substâncias e também não usa mais remédios.
“Consegui retomar minha rotina com exercícios físicos e dieta e também tive melhora na vida e convívio social”, afirma.
Uso da cannabis
Embora já tivesse feito o uso da maconha há tempos, o uso da planta como tratamento é recente. Depois de picos de estresse, passou a fazer o uso de gomas de cannabis receitadas por um médico, que o ajudou de diversas formas.
“Eu estava muito tenso, em um estado de estresse enorme e com noites de sono muito difíceis. A cannabis me ajudou a organizar melhor as minhas emoções, as ideias e também colaborou muito na minha produtividade”, acrescenta.
Isso porque a cannabis tem o potencial de promover um fluxo melhor de serotonina no corpo, o que, consequentemente, deixa o paciente mais concentrado. Diferente do que muitas pessoas pensam, os produtos não aumentam o nível de serotonina, mas auxiliam na circulação da substância no organismo.
Sem contar que também podem regular fatores que provocam a falta de atenção, como o humor, a energia, o sono e o estresse.
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De acordo com um estudo feito pela Universidade de Oxford, nos Estados Unidos, os compostos presentes na planta podem melhorar a conexão de neurotransmissores do cérebro, fator importante para melhorar o processo cognitivo.
“Percebi que comecei a me sentir mais à vontade, mais espontâneo. Com essa goma, percebi que eu fiquei mais empático. Eu tive alguma coisa que me incomodava, que era a ausência de algumas características e comportamentos, percebi que a cannabis me ajudou a ‘ser’. Me encontrei em um lugar ali, inclusive de expressão. Eu percebi que me deixou mais focado, eu consegui me manter concentrado”, relata.
Vida de empreendedor
Talmo Bellato teve muitas ocupações, mas desde muito cedo tinha vontade de empreender. Por isso, passou a estudar e explorar um pouco mais sobre negócios e ir a eventos.
Embarcou no mundo das criptomoedas e em 2017 decidiu que iria sair de vez do ramo imobiliário que tinha entrado e onde não encontrou satisfação. Virou autônomo e passou a dar consultoria empresarial.
“Eu tinha algumas frentes que eu gostava de fazer, mas sempre estava relacionado a esse mundo de negócios, de possibilidades, dinâmico, de ideias e eu me envolvi nisso”, acrescenta.
Neste ano, decidiu entrar no mercado canábico e tornou-se cofundador da Hempreenda, um marketplace com foco em lifestyle canábico e psicodélico.
Por meio da sua arte, Talmo expressa sua criatividade e espiritualidade. Na ocasião do lançamento da Hempreenda, o artista vai lançar a primeira além de expor algumas de suas obras abstratas com o tema da cannabis.
“Na hora que eu percebi que consegui manter a minha atenção, eu comecei a movimentar coisas na minha vida que estavam paradas”, diz.
Consulte um médico
No Brasil, a cannabis é aprovada apenas para fins medicinais e só pode ser comprada com receita. Atualmente, ela pode ser adquirida através de importações, nas farmácias e até por associações de pacientes.
Caso precise de ajuda, disponibilizamos um atendimento especializado que poderá esclarecer todas as suas dúvidas, além de auxiliar desde a achar um prescritor até o processo de importação do produto através da nossa parceira Cannect. Clique aqui.
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