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Entenda como a cannabis pode ser uma alternativa ao diclofenaco para tratar dores e inflamações e seus benefícios

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Diclofenaco X cannabis: É possível substituir?
Foto: Freepik

O uso de produtos de cannabis tem crescido no Brasil. De acordo com o último levantamento da Kaya Mind, mais de 430 mil pessoas já utilizam produtos derivados da planta para o tratamento das mais variadas condições médicas. Inclusive dores e inflamações.

A terapia canabinoide ficou conhecida principalmente por proporcionar pouquíssimos efeitos colaterais sem causar dependência. Além do mais, pode ser usada por um grupo maior de pacientes que muitos medicamentos como o diclofenaco não podem.

Por isso, será que é possível substituir o remédio pela cannabis? Conversamos com um especialista em cannabis para entender melhor. 

Mas para que serve o Diclofenaco?

Disponível nas farmácias há 40 anos, o diclofenaco é um remédio utilizado para tratar inflamações, dores leves e moderadas, além de ter uma ação antiemética. Embora só deva ser utilizado com prescrição médica.

De acordo com o especialista em clínica médica com foco em medicina canabinoide, Mário Grieco, o diclofenaco pertence ao grupo dos anti-inflamatórios não esteroides. O seu trabalho é bloquear a síntese de prostaglandinas, ou seja, o remédio não permite que pequenos sinais químicos promovam dores e inflamações.

No geral, o remédio pode ser utilizado para o tratamento de condições como:

  • Cólicas renal, biliar e menstrual;
  • Artrite;
  • Gota;
  • Dores articulares;
  • Distensões;
  • Dores pós-operatórias;
  • Dores nas costas, no ombro e no cotovelo;
  • Infecções de ouvido, nariz e garganta.

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Problemas

Contudo, o remédio tão popular pode trazer alguns problemas, que podem ser sentidos por uma grande quantidade de pessoas.

A recomendação é que o medicamento só deve ser utilizado por um curto período de tempo, por exemplo, pois o uso constante pode causar uma série de efeitos adversos. O ideal é que o tempo de medicação dure entre 5 a 14 dias.

O medicamento também deve ser evitado quando:

  • Há suspeita de dengue;
  • Pacientes em crises de asma, urticária e rinite;
  • Grávidas;
  • Pessoas com úlceras no estômago ou no intestino;
  • Pacientes com sangramento ou perfuração nos dois órgãos;
  • Pacientes com insuficiência hepática, renal ou cardíaca grave.

O remédio também não é indicado para menores de 14 anos, pessoas com doenças graves no sistema gastrointestinal e insuficientes cardíacos.   

Isso, sem contar com os efeitos adversos. Entre os efeitos colaterais mais comuns estão:

  • Dor de cabeça; 
  • Vertigem;
  • Náuseas e vômitos;
  • Perda de apetite;
  • Dor abdominal;
  • Vermelhidão na pele;
  • Flatulência.

E isso não é tudo. Também há a possibilidade de ocasionar palpitações, dores no peito, dor no estômago, problemas no fígado entre outras complicações. 

O médico especialista ainda cita uma pesquisa publicada na European Heart Journal, que mostrou que o diclofenaco elevou o risco de parada cardíaca em 51% bem como o risco de enfarte em mais de 31%. Por isso deve ser evitado por pessoas com doenças do coração.

O estudo ainda mostrou que todos os anti-inflamatórios aumentam o risco de problemas cardíacos.

Cannabis como opção ao diclofenaco 

A cannabis vem se mostrando um potente remédio mais natural e com poucos efeitos colaterais. Diversos estudos demonstram a sua ação tanto na dor quanto na inflamação de formas diferentes dos medicamentos tradicionais.

Isso foi demonstrado em um estudo de 2016, que concluiu que a cannabis pode ser uma alternativa eficaz para o tratamento da inflamação crônica.

 Em países onde a cannabis é mais acessível, como nos EUA, alguns atletas já trocaram o anti-inflamatórios como o Ibuprofeno, por exemplo, pelo CBD (canabidiol) para tratar dores musculares.

O depoimento do ciclista Andrew Talansky sobre o tratamento com a terapia canábica, por exemplo, viralizou e virou assunto da imprensa por um tempo.

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De acordo com o Dr. Mário Grieco, a cannabis tem a mesma ação anti-inflamatória que o diclofenaco, mas com a vantagem de ter mínimos efeitos colaterais e poder ser utilizada em pacientes cardíacos e até crianças.

“Sem dúvidas a cannabis pode e deve ser substituída pelo diclofenaco”, ressalta. 

Como funciona

Diferente dos anti-inflamatórios convencionais, a cannabis atua no Sistema Endocanabinoide, um sistema que funciona em nível molecular ajudando a restaurar a homeostase.

Isto é, o equilíbrio de várias funções do organismo, como fome, humor, sono, sistema imunológico, nervoso e claro, na modulação da dor e da inflamação.

Quando algo não funciona de forma regular, o próprio corpo produz canabinoides, que através de sinalizadores, ajuda a restaurar a homeostase.

O ponto chave é que a cannabis também possui as substâncias, que atuam de forma similar às nossas. O CBD, por exemplo, é um canabinoide. Por isso a cannabis funciona tão bem sem causar tantos efeitos adversos.

E não só o canabidiol, mas também o THC (tetraidrocanabinol), canabinoide conhecido por gerar os efeitos alucinógenos da temida maconha. Embora estigmatizada, a substância também é um anti-inflamatório potente. 

Os neurotransmissores ativados pelo THC , por exemplo, podem inibir a incidência de aterosclerose, isto é, o acúmulo de gorduras nas artérias. Assim como outros canabinoides menores, como o CBC, CBDa, CBG, CBN e THCa.

Efeitos colaterais

Embora seja uma opção mais natural, a cannabis também possui efeitos colaterais, como sonolência, tontura e ganho de peso. Produtos feitos com o THC podem trazer uma variedade ainda maior, como boca seca e alteração da cognição.

Por outro lado, os efeitos não são recorrentes e há um vasto número de pacientes que relatam não sentir nada. 

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