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A advogada Lanicky Santos, conta sobre o cotidiano do filho Akin, que trata autismo com a cannabis.
Conheça a história
Cuidar de uma pessoa é uma das formas de expressar amor. Quando pensamos na relação entre uma mãe e seus filhos, saúde e bem-estar podem não ser as primeiras associações feitas pelo cérebro.
Na verdade, as duas palavras fazem parte do cotidiano dessa relação, sendo muitas vezes esquecidas. Porém, quando a atenção familiar precisa ser redobrada, é mais fácil entender porque o bem-estar dos filhos afeta diretamente o das mães.
Isso acontece até com condições fisiológicas que não são consideradas doenças, como o Transtorno do Espectro Autista (TEA ou autismo). Tal demonstração de amor é compartilhada pela advogada Lanicky Santos, 32, com seu filho Akin Jorge dos Santos, de 4 anos.
A descoberta do quadro
Lanicky conta que o filho foi diagnosticado com autismo aos 2 anos. Depois ele teve uma regressão: a perda da fala, que foi o principal alerta para a família.
“O Akin sempre foi muito esperto. Se ele não tivesse passado por uma regressão na fala, a gente nunca iria imaginar sobre o autismo”, explica a advogada.
Num primeiro momento, ele fez um tratamento com risperidona [medicamento indicado para transtornos mentais]. Porém, os resultados não vieram dentro do esperado por Lanicky.
Foi então que ela conheceu um médico do SUS (Sistema Único de Saúde) que já trabalhava com a cannabis em pacientes autistas. E pensando na melhoria de Akin, aceitou testar o tratamento.
“Confesso que a aceitação do autismo foi muito difícil para mim, entretanto, o laudo médico não é uma sentença. O que importa é que existe um tratamento que dá mais qualidade de vida para mães e filhos”, reflete.
E para sua felicidade, os resultados vieram rapidamente: a criança só voltou a falar depois de usar a cannabis. “Eu sou muito grata ao canabidiol por esse feito”, afirma Lanicky.
Cannabis medicinal: uma mudança de vida
A terapia canabinoide de fato vem fazendo diferença na qualidade de vida de Akin, e consequentemente de sua mãe.
Ao lembrar do começo do tratamento, a advogada cita a pressa por resultados rápidos. De fato, tudo aconteceu tão rapidamente que ela ficou até surpresa com a evolução do filho.
“Antes da regressão o Akin se comunicava, óbvio que não com diálogos, mas eu conseguia entender o que ele queria. Hoje, ele até fala inglês só de assistir desenhos. Eu não precisei ensinar nada”, diz a mãe.
Por outro lado, Lanicky compreende que a cannabis não age na mesma velocidade para todas as pessoas. O tratamento é individualizado e responde às características fisiológicas de cada indivíduo. Os canabinoides [componentes ativos da planta] agem em praticamente todo o corpo, através do Sistema Endocanabinoide (SEC).
Entenda mais sobre o tratamento: Abril Azul: existe remédio para o autismo?
Sendo assim, é possível que algumas crianças não se deem bem com a cannabis medicinal ou precisem consumir doses mais baixas.
‘Hoje as pessoas já entendem que cannabis é coisa séria’
Além da cannabis, o acompanhamento terapêutico tem sido fundamental para o desenvolvimento de Akin. Na escola, não existe preconceito por ele usar o CBD como parte do tratamento.
“Acho que hoje as pessoas entendem que esse estudo é uma coisa mais séria, e eu escolhi fazer isso pelo meu filho”, avalia Lanicky.
Considerando sua experiência como “mãe atípica”, ela entende que a maternidade de uma criança autista é um pouco mais difícil. “A gente precisa dar tempo ao tempo e tentar manter a calma. Os resultados vão acontecer, mas talvez não seja no tempo que a gente espera”, explica.
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