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‘Uma das melhores experiências que já tive’, diz influencer sobre a cannabis

Embora fizesse uso de outros medicamentos para tratar a ansiedade, foi na cannabis que encontrou um tratamento de fato. Agora, virou influencer sobre o assunto

‘Uma das melhores experiências que já tive’, diz influencer sobre a cannabis

‘Uma das melhores experiências que já tive’, diz influencer sobre a cannabis Foto: Arquivo Pessoal

Quem vê o perfil da antropóloga e ativista da cannabis Carolina Jácomo (36) no Instagram, nem desconfia que ela já trabalhou em escritórios de grandes corporações na área de tecnologia. 

Antes de ter os seus mais de 25 mil seguidores, a influencer era arquiteta de sistemas e gerente de projetos e posteriormente, chegou até a fundar a própria empresa. Mas tudo isso mudou.

Mesmo bem estabelecida financeiramente, se sentia vazia de propósitos. Para ela, o seu trabalho não melhorava de fato a vida das pessoas, só otimizava processos. Carolina sentia que faltava algo. 

Foi logo após a descoberta de uma gravidez de risco em 2019 que as coisas começaram a mudar de forma drástica. 

Mudando de rumo

Carolina tem ansiedade, SPA (síndrome do pensamento acelerado) e também é hiperativa. Por isso, ficar em casa em plena pandemia de COVID-19 sem poder fazer absolutamente nada, a deixou muito mal.

Precisou parar tudo o que fazia e deixou nas mãos do marido, que também trabalhava com tecnologia. Mas foi em um dos piores momentos da sua vida que houve uma virada de chave. “Eu acho que todo desmoronamento e desconstrução são providências divinas”, acrescenta. 

Poder refletir nesse momento, foi perceber que mesmo que gostasse da área de tecnologia, a profissão não fazia o seu coração bater mais forte.Voltou às raízes da infância e percebeu que tinha uma curiosidade muito grande em saber como a mente humana funcionava. 

Já sabia que a psicologia não combinava com ela. Por isso, partiu para entender melhor como funcionava a área da antropologia. “Eu falei, meu Deus, eu fui antropóloga a minha vida inteira e eu não sabia!”, acrescenta.

Hoje, Carolina Jácomo irá se formar em Bacharel de Antropologia. Contudo, já tem algumas produções científicas realizadas e se especializou em antropologia emocional. 

A cannabis como tratamento 

Em 2020, a antropóloga já fazia o uso fumado da cannabis. Também usava remédios para ajudar na ansiedade, tratamento que fazia há 16 anos, mas não gostava da forma que os medicamentos a deixavam apática. “ Me sentia morta por dentro”, acrescenta.

No começo de 2022 ainda teve uma crise de ansiedade tão severa que se agravou em uma crise de pânico que levava a desmaios. “Foi horrível, fiquei uma semana sem conseguir respirar, eu não desejo isso para ninguém. Foi uma das piores experiências que eu vivi”, lembra.

 Por isso, foi a fundo entender o tratamento com o óleo de CBD (canabidiol). Encontrou uma médica excelente que indicou as extrações de uma associação. 

“Foi uma das melhores experiências no que tange promoção e qualidade de vida, na minha experiência como ser humano. E aquilo me emocionou de uma certa forma. Falei, caramba, a cura habita na natureza!”, diz.

De repente, a cannabis também se tornou a sua meta de estudos e até mesmo de empreendimento. 

‘Uma das melhores experiências que já tive’, diz influencer sobre a cannabis

‘Uma das melhores experiências que já tive’, diz influencer sobre a cannabis

Tornando-se uma influenciadora canábica

Carolina Jácomo também percebeu que gostava muito de comunicar e professorar, mas não queria ficar presa em uma sala de aula. Foi por isso que resolveu produzir conteúdos relacionados ao tema canábico. 

“Eu compartilho informações que estudo no formato de infoentretenimento, porque as pessoas estão na internet buscando entretenimento, buscando ocupar suas cabeças e fugir dessa forma caótica que a gente vive, né?”, diz.

O seu objetivo é pegar o amontoado de dados científicos que produz com outros cientistas e falar de forma didática, com tons de humor. “ Dentro do meu propósito de vida, essa é a melhor forma de contribuir para derrubar as barreiras de preconceito e de estigmas que derivam de uma injusta marginalização e criminalização da cannabis”, acrescenta.

Barreiras a serem quebradas

Antes mesmo da cannabis, a antropóloga já produzia conteúdo. Começou a fazer tirinhas em 2019 de diversos personagens interagindo com alguns arquétipos da sociedade. Só que não deu muito certo.

“Eu não queria aparecer, eu não queria me expor. Por isso foi muito difícil para mim. Eu relutei muito em abrir a boca e falar na internet.”, lembra. “ E as pessoas são hostis. Na internet elas se sentem seguras para elas falarem o que elas bem entendem. Tanto que eu já vivi situações desagradáveis”. 

Foi preciso muitos anos de terapia para ganhar uma envergadura emocional e perder o medo de falar na internet. Tanto que ela considera as redes sociais apenas como mais um trabalho. “Hoje eu já me acostumei e não pretendo parar”, diz. 

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