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O CBDa é conhecido o como a substância percussora do CBD. Contudo, possui efeitos diferentes
Você provavelmente já ouviu falar sobre CBD (canabidiol) e THC (tetrahidrocanabinol), os canabinoides mais conhecidos. Mas o que talvez você não saiba, é que a origem deles está em um canabinoide percursor, conhecido como CBGA (ácido canabigerólico).
O CBGA, por sua vez, transforma-se em 3 formas principais de compostos de canabinoides:
- THCA (ácido tetra-hidrocanabinólico)
- CBCA (ácido canabichromenic)
- CBDA (ácido canabidiolico)
A escolha de qual será vai dependerem qual enzimas serão ativados.
Até aqui, são considerados “canabinoides crus”. Mas quando um processo químico chamado descarboxilação ocorre, ou seja, quando a planta de cannabis é exposta ao calor ou à luz solar, o CBDa se transforma em canabidiol.
Em outras palavras, esse composto é a forma bruta do CBD.
Atualmente, o CBDa pode ser encontrado em capsulas, tinturas ou tópicos. Muitas pessoas até consomem cannabis pura para ter uma dose diária de CBDa.
Mas o que o ácido canabidiolico faz por que é importante?
Sistema Endocanabinoide
Para entender a ação dessa substância, é necessário saber como ela funciona. No organismo, a cannabis funciona através de um sistema molecular chamado Sistema Endocanabinoide.
Presente em boa parte do corpo, ele ajuda a restaura a homoestase, ou seja, o equilíbrio das funções. Através de receptores, os chamados canabinoides, produzidos pelo próprio organismo, sinalizam que algo está errado e precisa ser regulado.
A cannabis também possui canabinoides, como o CBDa, que pode agir de forma semelhante aos canabinoides produzidos por nós.
Poder medicinal do CBDa
Enquanto a maioria dos canabinoides se ligam diretamente com os receptores chamados de CB1 ou CB2, o CBDa não funciona desse jeito. Em vez disso, interage com o Sistema Endocanabinoide através de inibição de enzima ciclo-oxigênase-2 (COX-2).
Enzimas COX-2 estão associadas com inflamações depois de uma infecção, então ao bloquear Enzimas COX-2, O CBDa pode aliviar inflamações associadas a dor.
Em um estudo com roedores, os cientistas descobriram que o composto pode afetar os níveis de serotonina, uma substância química produzida pelas células nervosas para ajudar na sinalização entre as células.
Serotonina é vital para os humanos, em funções essenciais, como habilidades motoras, sono, alimentação, digestão e emoções.
Vários estressores, incluindo radiação e quimioterapia, fazem com que o corpo libere o excesso de serotonina, causando náusea e vômito, por exemplo.
Enquanto o vômito geralmente pode ser controlado com medicamentos, a náusea é mais difícil de conter.
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Muitos pacientes com câncer dizem que a náusea causa mais sofrimento do que o vômito, porque a náusea é uma sensação contínua.
Alguns estudos têm mostrado que CBDa pode afetar a serotonina do corpo, através do uso de ácido canabigerólico como uma medicação para náusea/vômitos induzidos por quimioterapia e outras condições que causam a esses sintomas. Contudo, mais pesquisas são necessárias.
Pesquisa recente sobre CBDa
Os cientistas já estudam sobre esse compostos há um tempo.
Em 2008, um estudo mostrou o poder do ácido canabigerólico como um agente anti-inflamatório, pela sua qualidade de inibidor da COX-2.
A equipe de pesquisas comparou as estruturas moleculares do CBDa com medicamentos anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) geralmente usados para tratar inflamações e descobriu que suas químicas são semelhantes, ambos são conhecidos por inibir o receptor COX-2.
Esse estudo inicial mostrou que o composto tem potencial, como um agente anti-inflamatório.
Do mesmo jeito que controla a náusea, o ácido canabigerólico também pode ser um poderoso anti convulsivo.
Os cientistas mostraram que esse composto tem 100 vezes mais afinidade com os receptores comparados com o CBD, um motivo é que o CBDa tem maior biodisponibilidade, então o corpo pode metabolizar o composto com menor esforço e em menos tempo.
Essa mesma afinidade do receptor significa que o ácido canabigerólico poderia talvez combater a depressão. Afinal, o canabinoide trabalha sobre os receptores na maioria do mesmo jeito que um medicamento anti-depressivo.
Ainda precisa de mais estudos
Até agora, a maioria dos estudos da CBDa são estudos não humanos pré-clínicos. Enquanto testes em humanos são necessários, algumas empresas de cannabis medicinal, como a GW Pharmaceuticals, estão abrindo o caminho.
A GW Pharmaceuticals fabrica um óleo canabidiol de grau farmacêutico chamado Epidiolex, o primeiro medicamento de prescrição derivado de cannabis que está em processo de aprovação pela Food and Drug Administration (FDA) dos EUA.
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Curiosamente, o FDA (agência federal do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos), exigia que a empresa não apenas conduzisse pesquisas sobre CBD, mas também conduzisse pesquisas sobre o precursor CBDa, e as próprias pesquisas da GW mostram que o composto é um tratamento de convulsão ainda mais eficaz.
A empresa também registrou outras duas formas de uso médico do CBDa: uma para doenças inflamatórias da pele e outra para tratamento de câncer.
Legislação brasileira
No Brasil, a cannabis é aprovada apenas para fins medicinais e só pode ser comprada com receita.
Atualmente, ela pode ser adquirida através de importações, nas farmácias e até por associações de pacientes.
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Referências:
https://cannalize.com.br/o-que-e-cbda-e-quais-seus-efeitos/