Suicído: O que é, Causas, Sinais, Grupo de riscos, Prevenção e Tratamentos

Suicído: O que é, Causas, Sinais, Grupo de riscos, Prevenção e Tratamentos

Sobre as colunas

As colunas publicadas na Cannalize não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem o propósito de estimular o debate sobre cannabis no Brasil e no mundo e de refletir sobre diversos pontos de vista sobre o tema.​

O mês de setembro chegou, e uma das principais pautas levantadas é a prevenção ao suicidio. Mas você sabe o que é o suicídio e porque é a segunda principal causa de morte entre jovens com idade entre 15 e 29 anos? Vamos entender melhor.

Antes de abordarmos um assunto tão importante e delicado vamos compreender a origem do termo suicídio.

A palavra suicídio tem origem no latim:

  •  “Sui caedere”; sui = si mesmo
  •  Caedes = ação de matar.

Sendo assim, um dos maiores estudiosos sobre suicídio, Durkhein (2000) diz que o suicídio é um ato de desespero de um indivíduo.

Logo, essa pessoa não quer mais viver e analisar esse ato não é apenas analisar o indivíduo, mas também a sociedade.

Mas afinal, o que é o suicídio?

Basicamente, o suicídio corresponde ao ato de tirar a própria vida, o que pode acontecer como resultado de conflitos internos que ocorrem ao longo da vida e, por isso, existe um maior risco de doenças como:

  • Depressão
  • Transtorno bipolar
  • Abuso de substâncias tóxicas 
  • Traumas emocionais.

Geralmente, o comportamento suicida se divide em 3 fases: 

Pensar em suicídio: Quando uma pessoa começa a fletar com pensamentos de morte, a comentar ou dizer que prefere morrer do que estar vivendo tal situação ou momento de sua vida.

Tentativa de suicídio: Quando vai além dos pensamentos, mas o individuo começa a tentar achar maneirar e formas de cometer o ato contra  propria vida, seja de forma explicita ou não.

Consumação do ato: Quando infelizmente, a ultrapassa as duas fases anteriores e comete o ato de se matar, afetando assim não somente a interrupção de sua propria vida, mas também a vida de familiares, amigos e proximos.

A pessoa que pensa em tirar sua vida, acredita que não existem soluções para os seus problemas e, normalmente, dá sinais de um desequilíbrio emocional, que pode passar despercebido por familiares e amigos.

Por isso é importante saber identificar os sinais que podem indicar o risco de suicídio.


Causas

Quando o assunto é suicidio, muitos perguntam o real motivo de uma pessoa ter cometido um ato tão extremo contra a própria vida.

No entanto, não existe uma causa específica que leve uma pessoa a cometer o ato. Alguns fatores que favorecem os pensamentos e as tentativas de suicídio incluem:

  • Depressão: Uma das principais causas de suicídio, isso porque os sentimentos de solidão e tristeza são mais intensos, assim como a sensação de que esse sentimento não tem solução, o que aumenta a probabilidade da pessoa apresentar pensamentos suicidas, como se fosse a única forma para acabar com o sofrimento. 
  • Problemas amorosos ou familiares: Como perda dos pais, separação, frequentes brigas e discussões, não ter espaço dentro de casa para expressar suas emoções ou não se sentir amado e compreendido pelo companheiro no relacionamento. 
  • Uso absuvido de drogas ou álcool:  Usar susbtancias quimicas ou ilicitas também favorece o suicídio, isso porque na maioria dos casos o abuso dessas substâncias acontece como forma de “esquecer” os problemas, principalmente quando a pessoa estar passando por um momento de angústia ou frustração. 
  • Bullying: Ocorre quando outras pessoas denigrem a imagem ou até mesmo agridem fisicamente a vítima que se sente indefesa, sendo esta uma situação comum na infância e na adolescência, embora seja crime 
  • Traumas emocionais: Ter sofrido algum tipode de abuso sexual ou maus tratos são fatores que favorecem os pensamentos suicidas, porque a pessoa sente-se encurralada pelos problemas e não consegue lidar com a dor que sente diariamente. Com o passar do tempo, a dor não diminui e a pessoa fica angustiada e deprimida, o que favorece os pensamentos suicidas. 
  • Diagnóstico de doenças: Quando se tem um diagnóstico de alguma doença que seja mais limitante, como alterações neurológicas, tumores, esclerose múltipla ou doenças que não têm cura, e infecção pelo vírus HIV, por exemplo.

Além desses citados acima, existem outros fatores que podem levar aos pensamentos ou ato suicida, como a miséria,fome, desemprego, falta de acesso ao sistema de saúde e falta de acesso à moradia.

Com o passar dos anos e aumento nos números de casos é possível identificar fatores que vão além do óbvio. Mesmo que seja um assunto delicado em geral, cada caso tem um desfecho diferente.

 

Principais Sinais

Você sabia que você pode ser muito importante na vida de alguém  que está passando por essa situação?

Saber identificar sinais é crucial na prevenção de um suicídio. Abaixo estão 7 tipos de comportamentos que podem te ajudar a reconhecer se uma pessoa está com comportamentos suicidas, confira:

Pensamentos: Pensamentos remoídos obsessivamente, sem esperança e concentração são um dos primeiros indícios, assim como enxergar a vida como algo sem sentido ou propósito;

Humor: Alterações extremas no humor podem sinalizar emoções suicidas. Excesso de raiva, sentimento de vingança, ansiedade, irritabilidade e sentimentos intensos de culpa ou vergonha são sinais aos quais você deve ficar atento;

Avisos: Frases como “a vida não vale a pena”, “estou tão sozinho que queria morrer” ou “você vai sentir a minha falta” estão diretamente ligadas a pensamentos sobre a morte. Se a pessoa se sente um fardo, busque ajuda;

Melhora súbita: Geralmente a ideia de suicídio está ligada a um sentimento de que a pessoa está no fundo poço. A felicidade súbita pode ser um sinal de que a pessoa já aceitou a decisão de encerrar a própria vida. Caso você perceba uma melhora repentina, busque ajuda imediatamente;

Desapego: Caso você perceba que a pessoa está começando a “fechar pontas soltas”, doar seus pertences e até visitar vários entes queridos, faça uma intervenção o mais rápido possível;

Irresponsabilidade: Comportamentos irresponsáveis e perigosos, sem medir as consequências, como o uso excessivo de álcool e drogas, direção imprudente e sexo sem proteção são indícios de que a pessoa já não dá a importância devida a própria vida;

Mudança na rotina: Todo mundo tem um lugar que gosta de frequentar em especial, então repare em mudanças extremas na rotina. Caso a pessoa pare de ir a locais que sempre gostou de visitar, tome uma medida o mais rápido possível. Abandonar atividades que lhe davam prazer é um grande sinal de alerta.

Caso seja identificado algum desses tipos de comportamento, é necessário que seja buscada ajuda imediatamente.

Grupos de riscos

O grupo de risco é o conjunto de pessoas que detém determinadas características.

Estas características aproximam os individuos dos riscos do suicídio. Por vezes, essas pessoas podem ter sido expostas a determinados eventos (fatores de risco).

Logo, estes aumentam a probabilidade do suicídio, como história de abuso sexual, suicídio na família ou prévia tentativa de suicídio.

Assim é importante ressaltar que indivíduos que têm algum transtorno mental ou determinado estado emocional, tem chances maiores de vir a cometer suicídio.

Porém, essas características não reduzem o risco somente a essa população.

Pessoas consideradas saudáveis e fora do grupo de risco também podem vir a cometer suicídio.

Por isso, é importante sempre ter atenção.

Prevenção

Desde o ano de 2021, a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM), organiza nacionalmente o  famoso e muito comentado nas redes sociais, Setembro Amarelo, todo dia 10 deste mês.

Esse dia em específico é considerado oficialmente o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, mas a campanha acontece durante todo o ano.

São registrados mais de 13 mil suicídios todos os anos no Brasil e mais de 01 milhão no mundo. 

Trata-se de uma triste realidade, que registra cada vez mais casos, principalmente entre os jovens. 

Cerca de 96,8% dos casos de suicídio estavam relacionados a transtornos mentais. Em primeiro lugar está a depressão, seguida do transtorno bipolar e abuso de substâncias.

Com o objetivo de prevenir e reduzir estes números a campanha Setembro Amarelo cresceu e hoje conquistamos o Brasil inteiro. Para isso, o apoio das nossas federadas, núcleos, associados e de toda a sociedade é fundamental.

Como resultado de muito esforço, no ano de 2016, foi garantido espaços inéditos na imprensa e foram firmadas muitas parcerias.

Monumentos históricos, pontos turísticos, espaços públicos e privados no Brasil inteiro são iluminados e usados como pontos de divulgação da campanha.

Centenas de pessoas participaram de caminhadas e ações para a conscientização sobre este importante tema.


Possíveis tratamentos

O primeiro passo do tratamento urgente nos casos de ideação suicida é identificar a potencialidade do risco à vida, analisando questões referentes à tentativa de suicídio e aos seus motivos.

Nesse momento, a equipe médica procura esclarecer se o ato suicida foi planejado ou impulsivo, se o paciente agiu de forma a não ser encontrado ou pediu ajuda e se a ideação suicida persiste depois do ato.

Outro aspecto importante do tratamento urgente é a abordagem de problemas de saúde mental relacionados à ideação suicida, assim como o tratamento clínico das possíveis lesões resultantes da tentativa de suicídio.

Assim, o uso de medicamentos pode ser necessário para tratar os distúrbios psiquiátricos, reduzir a ansiedade e eliminar os sintomas nos casos de síndrome de abstinência em dependentes químicos.

Por meio da anamnese completa, que pode exigir até mesmo a presença de um familiar do paciente, os profissionais de saúde são capazes de conduzir o tratamento urgente da forma mais condizente, decidindo pela internação hospitalar quando o risco de suicídio persistir.

Dessa forma, é fundamental considerar o preparo dos profissionais de saúde e a infraestrutura do hospital como fatores que contribuem diretamente para a recuperação do paciente.

 

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