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Saúde e Ciência

Suicídio: sinais, grupos de risco e tratamentos



05/09/2021



O mês de setembro chegou, e uma das principais pautas levantadas é a prevenção ao suicidio. Mas você sabe o que é o suicídio e porque é a segunda principal causa de morte entre jovens com idade entre 15 e 29 anos? Vamos entender melhor.

Antes de abordarmos um assunto tão importante e delicado vamos compreender a origem do termo suicídio.

A palavra suicídio tem origem no latim:

  •  “Sui caedere”; sui = si mesmo
  •  Caedes = ação de matar.

Sendo assim, um dos maiores estudiosos sobre suicídio, Durkhein (2000) diz que o suicídio é um ato de desespero de um indivíduo.

Logo, essa pessoa não quer mais viver e analisar esse ato não é apenas analisar o indivíduo, mas também a sociedade.

Mas afinal, o que é o suicídio?

Basicamente, o suicídio corresponde ao ato de tirar a própria vida, o que pode acontecer como resultado de conflitos internos que ocorrem ao longo da vida e, por isso, existe um maior risco de doenças como:

  • Depressão
  • Transtorno bipolar
  • Abuso de substâncias tóxicas 
  • Traumas emocionais.

Geralmente, o comportamento suicida se divide em 3 fases: 

Pensar em suicídio: Quando uma pessoa começa a fletar com pensamentos de morte, a comentar ou dizer que prefere morrer do que estar vivendo tal situação ou momento de sua vida.

Tentativa de suicídio: Quando vai além dos pensamentos, mas o individuo começa a tentar achar maneirar e formas de cometer o ato contra  propria vida, seja de forma explicita ou não.

Consumação do ato: Quando infelizmente, a ultrapassa as duas fases anteriores e comete o ato de se matar, afetando assim não somente a interrupção de sua propria vida, mas também a vida de familiares, amigos e proximos.

A pessoa que pensa em tirar sua vida, acredita que não existem soluções para os seus problemas e, normalmente, dá sinais de um desequilíbrio emocional, que pode passar despercebido por familiares e amigos.

Por isso é importante saber identificar os sinais que podem indicar o risco de suicídio.

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Causas

Quando o assunto é suicidio, muitos perguntam o real motivo de uma pessoa ter cometido um ato tão extremo contra a própria vida.

No entanto, não existe uma causa específica que leve uma pessoa a cometer o ato. Alguns fatores que favorecem os pensamentos e as tentativas de suicídio incluem:

  • Depressão: Uma das principais causas de suicídio, isso porque os sentimentos de solidão e tristeza são mais intensos, assim como a sensação de que esse sentimento não tem solução, o que aumenta a probabilidade da pessoa apresentar pensamentos suicidas, como se fosse a única forma para acabar com o sofrimento. 
  • Problemas amorosos ou familiares: Como perda dos pais, separação, frequentes brigas e discussões, não ter espaço dentro de casa para expressar suas emoções ou não se sentir amado e compreendido pelo companheiro no relacionamento. 
  • Uso absuvido de drogas ou álcool:  Usar susbtancias quimicas ou ilicitas também favorece o suicídio, isso porque na maioria dos casos o abuso dessas substâncias acontece como forma de “esquecer” os problemas, principalmente quando a pessoa estar passando por um momento de angústia ou frustração. 
  • Bullying: Ocorre quando outras pessoas denigrem a imagem ou até mesmo agridem fisicamente a vítima que se sente indefesa, sendo esta uma situação comum na infância e na adolescência, embora seja crime 
  • Traumas emocionais: Ter sofrido algum tipode de abuso sexual ou maus tratos são fatores que favorecem os pensamentos suicidas, porque a pessoa sente-se encurralada pelos problemas e não consegue lidar com a dor que sente diariamente. Com o passar do tempo, a dor não diminui e a pessoa fica angustiada e deprimida, o que favorece os pensamentos suicidas. 
  • Diagnóstico de doenças: Quando se tem um diagnóstico de alguma doença que seja mais limitante, como alterações neurológicas, tumores, esclerose múltipla ou doenças que não têm cura, e infecção pelo vírus HIV, por exemplo.

Além desses citados acima, existem outros fatores que podem levar aos pensamentos ou ato suicida, como a miséria,fome, desemprego, falta de acesso ao sistema de saúde e falta de acesso à moradia.

Com o passar dos anos e aumento nos números de casos é possível identificar fatores que vão além do óbvio. Mesmo que seja um assunto delicado em geral, cada caso tem um desfecho diferente.

 

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Principais Sinais

Você sabia que você pode ser muito importante na vida de alguém  que está passando por essa situação?

Saber identificar sinais é crucial na prevenção de um suicídio. Abaixo estão 7 tipos de comportamentos que podem te ajudar a reconhecer se uma pessoa está com comportamentos suicidas, confira:

Pensamentos: Pensamentos remoídos obsessivamente, sem esperança e concentração são um dos primeiros indícios, assim como enxergar a vida como algo sem sentido ou propósito;

Humor: Alterações extremas no humor podem sinalizar emoções suicidas. Excesso de raiva, sentimento de vingança, ansiedade, irritabilidade e sentimentos intensos de culpa ou vergonha são sinais aos quais você deve ficar atento;

Avisos: Frases como “a vida não vale a pena”, “estou tão sozinho que queria morrer” ou “você vai sentir a minha falta” estão diretamente ligadas a pensamentos sobre a morte. Se a pessoa se sente um fardo, busque ajuda;

Melhora súbita: Geralmente a ideia de suicídio está ligada a um sentimento de que a pessoa está no fundo poço. A felicidade súbita pode ser um sinal de que a pessoa já aceitou a decisão de encerrar a própria vida. Caso você perceba uma melhora repentina, busque ajuda imediatamente;

Desapego: Caso você perceba que a pessoa está começando a “fechar pontas soltas”, doar seus pertences e até visitar vários entes queridos, faça uma intervenção o mais rápido possível;

Irresponsabilidade: Comportamentos irresponsáveis e perigosos, sem medir as consequências, como o uso excessivo de álcool e drogas, direção imprudente e sexo sem proteção são indícios de que a pessoa já não dá a importância devida a própria vida;

Mudança na rotina: Todo mundo tem um lugar que gosta de frequentar em especial, então repare em mudanças extremas na rotina. Caso a pessoa pare de ir a locais que sempre gostou de visitar, tome uma medida o mais rápido possível. Abandonar atividades que lhe davam prazer é um grande sinal de alerta.

Caso seja identificado algum desses tipos de comportamento, é necessário que seja buscada ajuda imediatamente.

Grupos de riscos

O grupo de risco é o conjunto de pessoas que detém determinadas características.

Estas características aproximam os individuos dos riscos do suicídio. Por vezes, essas pessoas podem ter sido expostas a determinados eventos (fatores de risco).

Logo, estes aumentam a probabilidade do suicídio, como história de abuso sexual, suicídio na família ou prévia tentativa de suicídio.

Assim é importante ressaltar que indivíduos que têm algum transtorno mental ou determinado estado emocional, tem chances maiores de vir a cometer suicídio.

Porém, essas características não reduzem o risco somente a essa população.

Pessoas consideradas saudáveis e fora do grupo de risco também podem vir a cometer suicídio.

Por isso, é importante sempre ter atenção.

Prevenção

Desde o ano de 2021, a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM), organiza nacionalmente o  famoso e muito comentado nas redes sociais, Setembro Amarelo, todo dia 10 deste mês.

Esse dia em específico é considerado oficialmente o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, mas a campanha acontece durante todo o ano.

São registrados mais de 13 mil suicídios todos os anos no Brasil e mais de 01 milhão no mundo. 

Trata-se de uma triste realidade, que registra cada vez mais casos, principalmente entre os jovens. 

Cerca de 96,8% dos casos de suicídio estavam relacionados a transtornos mentais. Em primeiro lugar está a depressão, seguida do transtorno bipolar e abuso de substâncias.

Com o objetivo de prevenir e reduzir estes números a campanha Setembro Amarelo cresceu e hoje conquistamos o Brasil inteiro. Para isso, o apoio das nossas federadas, núcleos, associados e de toda a sociedade é fundamental.

Como resultado de muito esforço, no ano de 2016, foi garantido espaços inéditos na imprensa e foram firmadas muitas parcerias.

Monumentos históricos, pontos turísticos, espaços públicos e privados no Brasil inteiro são iluminados e usados como pontos de divulgação da campanha.

Centenas de pessoas participaram de caminhadas e ações para a conscientização sobre este importante tema.

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Possíveis tratamentos

O primeiro passo do tratamento urgente nos casos de ideação suicida é identificar a potencialidade do risco à vida, analisando questões referentes à tentativa de suicídio e aos seus motivos.

Nesse momento, a equipe médica procura esclarecer se o ato suicida foi planejado ou impulsivo, se o paciente agiu de forma a não ser encontrado ou pediu ajuda e se a ideação suicida persiste depois do ato.

Outro aspecto importante do tratamento urgente é a abordagem de problemas de saúde mental relacionados à ideação suicida, assim como o tratamento clínico das possíveis lesões resultantes da tentativa de suicídio.

Assim, o uso de medicamentos pode ser necessário para tratar os distúrbios psiquiátricos, reduzir a ansiedade e eliminar os sintomas nos casos de síndrome de abstinência em dependentes químicos.

Por meio da anamnese completa, que pode exigir até mesmo a presença de um familiar do paciente, os profissionais de saúde são capazes de conduzir o tratamento urgente da forma mais condizente, decidindo pela internação hospitalar quando o risco de suicídio persistir.

Dessa forma, é fundamental considerar o preparo dos profissionais de saúde e a infraestrutura do hospital como fatores que contribuem diretamente para a recuperação do paciente.

 

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Bruno Oliveira

Tradutor e produtor de conteúdo do site Cannalize, apaixonado por música, fotografia, esportes radicais e culturas.