Síndrome de Borderline: O que é, Causas, Características e Tratamentos

Síndrome de Borderline: O que é, Causas, Características e Tratamentos

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Você conhece ou é uma pessoa que tem mudanças súbitas de humor deixando muitas pessoas que estão ao redor confusas? Em alguns casos, isso pode ser um sintoma da síndrome de borderline. Vamos entender melhor sobre esse transtorno.

Também conhecida como transtorno de personalidade limítrofe, a síndrome de borderline, é reconhecida pelas mudanças súbitas de humor, medo de ser abandonado pelos amigos e comportamentos impulsivos, como gastar dinheiro descontroladamente ou comer compulsivamente, por exemplo.

Na maioria das vezes, as pessoas com essa síndrome têm momentos em que estão estáveis, que alternam com episódios de ira, depressão e ansiedade, manifestando comportamentos descontrolados e inesperados.

Geralmente, esses sinais começam a se manifestar na adolescência e se tornam mais frequentes no início da vida adulta.

Esta síndrome é confundida muito com doenças como esquizofrenia ou doença bipolar, mas a duração e intensidade das emoções é diferente, ou seja, é fundamental ser avaliado por um psiquiatra ou psicólogo para saber o diagnóstico correto e iniciar o tratamento adequado.

Pacientes que vivem com essa síndrome não toleram estar sozinhos, fazem um esforço frenético para evitar o abandono. Também geram crises, como tentativas suicidas, de tal forma que levam os outros a resgatá-los e cuidar deles.

Cerca de 75% dos pacientes diagnosticados com esse transtorno são mulheres.

Causas

Na verdade, não existe uma causa específica para quem desenvolve a síndrome de borderline, sendo as crises geralmente manifestadas após conflitos emocionais difíceis ao longo da vida, que podem ser experiências como de morte ou separação e até abuso sexual, principalmente na infância ou adolescência.

Geralmente, atinge pessoas que cresceram em ambientes afetivos e emocionalmente conturbados.


Características da síndrome

Assim como qualquer outra síndrome, há algumas características mais comuns apresentadas pelas das pessoas que têm a Síndrome de Borderline, as quais incluem:

  • Alterações do humor, que podem durar horas ou dias. Ela vai variar entre momentos de ira, depressão e ansiedade;
  • Irritabilidade e ansiedade que pode provocar agressividade;
  • Medo de ser abandonado por amigos e familiares;
  • Instabilidade nas relações, podendo causar distanciamento;
  • Impulsividade e dependência por jogos, gasto de dinheiro descontrolado, consumo exagerado de comida, uso de substâncias e, em alguns casos, não cumprindo regras ou leis;
  • Pensamentos e ameaças suicidas;
  • Insegurança em si próprio e nos outros;
  • Dificuldade em aceitar críticas;
  • Sensação de solidão e de vazio interior.

Os portadores deste transtorno têm medo que as emoções fujam do seu controle, demonstrando tendência para se tornarem irracionais em situações de maior estresse e criando uma grande dependência dos outros para conseguirem estar estáveis.

Tratamento da síndrome

Assim como outros transtornos, também existe tratamentos para essa condição, aos quais incluem:

  • Psicoterapia
  • Fármacos

O tratamento geral do transtorno de boderline é o mesmo que para todos os transtornos de personalidade. Identificá-lo e tratá-lo é importante para uma melhora eficaz.

Psicoterapia

O principal tratamento para o transtorno de personalidade borderline é a psicoterapia.

Diversas intervenções psicoterapêuticas são eficazes para reduzir comportamentos suicidas, melhorar a depressão e a função em pacientes com esse transtorno.

A terapia cognitivo-comportamental  foca na desregulação emocional e na falta de habilidades sociais. Isso engloba:

  • A terapia comportamental dialética (uma combinação de sessões individuais e em grupo com os terapeutas agindo como conselheiros comportamentais disponíveis sob demanda dia e noite); 
  • Sistemas de treinamento para previsibilidade emocional e resolução de problemas (STEPPS).

Outras intervenções têm como foco os distúrbios na maneira como os pacientes experimentam emocionalmente a si mesmos e aos outros. Essas intervenções incluem:

  • Tratamento baseado em mentalização:  refere-se à capacidade das pessoas de refletir e compreender seus próprios estados de espírito e o estado de espírito dos outros; 
  • Psicoterapia focada na transferência: tem como foco a interação entre paciente e terapeuta. O terapeuta faz perguntas e ajuda os pacientes a pensar sobre suas reações de tal modo que possam examinar suas imagens distorcidas, exageradas e irrealistas do eu durante a sessão; 
  • Terapia focada em esquema: é uma terapia integrativa que combina a terapia cognitivo-comportamental, teoria do apego, conceitos psicodinâmicos e terapias focalizadas em emoções. Ela foca em padrões mal-adaptativos ao longo da vida de pensar, sentir, comportar-se e de enfrentamento.

O bom tratamento psiquiátrico exige a terapia individual uma vez por semana, a psicoeducação sobre o transtorno de personalidade limítrofe (instabilidade em relacionamentos, autoimagem, humor e comportamento, bem como hipersensibilidade à possibilidade de rejeição e abandono), o estabelecimento de metas e expectativas do tratamento.

Algumas vezes até fármacos. Isso vai ajudar a analisar e tratar as reações do paciente aos estressores interpessoais na vida cotidiana.

Fármacos

Os medicamentos funcionam melhor quando usados com moderação e para sintomas específicos.

Os inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRSs) geralmente são bem tolerados, a probabilidade de uma overdose letal é mínima. 

Mas só são eficazes para depressão e ansiedade em pacientes com transtorno de personalidade borderline.

Os seguintes fármacos são eficazes para atenuar os sintomas do transtorno de personalidade borderline:

  • Estabilizadores de humor, como a lamotrigina: para depressão, ansiedade, labilidade de humor e impulsividade; 
  • Antipsicóticos atípicos: para ansiedade, raiva e sintomas cognitivos, incluindo distorções cognitivas transitórias relacionadas a estresse (pensamentos paranoicos, pensamento maniqueísta, desorganização cognitiva grave); 
  • Benzodiazepínicos e estimulantes também podem ajudar a aliviar os sintomas, mas não são recomendados por causa dos riscos de dependência, overdose, desinibição e uso inadequado.

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