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Setembro Amarelo: O Burnout pode ser um gatilho?



09/09/2024


Além da ansiedade e da depressão, é preciso destacar a Síndrome de Burnout como fator de risco para o suicídio

Setembro Amarelo: O Burnout pode ser um gatilho?

Setembro Amarelo: O Burnout pode ser um gatilho?

Em 2023, a Síndrome de Burnout foi incluída na lista de doenças do trabalho, junto com a ansiedade, a depressão e até tentativas de suicídio. A condição é caracterizada por uma exaustão excessiva, afetando diretamente a falta de energia em relação ao trabalho.

De acordo com a Anamt (Associação Nacional de Medicina do Trabalho), a condição já atinge 30% dos brasileiros, colocando o Brasil no topo de países mais afetados pelo Burnout. Só perde para o Japão.

Caso não tratada, a  condição pode causar estresse, úlceras, diabetes, aumento do colesterol entre outros problemas de saúde, inclusive o suicídio.

As causas da síndrome estão relacionadas principalmente pela exaustão emocional, o sentimento de incapacidade e despersonalização. Por isso, será que a condição pode ser um gatilho para o suicídio?

Uma doença que acontece aos poucos

É importante lembrar que o Burnout não começa por acaso, mas existem fases que vão se agravando ao longo do tempo. Há primeiro a necessidade de mostrar o seu valor no trabalho, seguido da incapacidade de se desligar dele.

De repente, a pessoa com a síndrome, começa a negligenciar as próprias necessidades, como sono, alimentação e o tempo de lazer. Sua autoestima é medida apenas pelos resultados do trabalho.

Leia também: Depressão: o efeito do equilíbrio da mente

A sua vida social começa a desaparecer e o trabalho ocupa todo o espaço. Os colegas começam a ser vistos como preguiçosos e incompetentes e a necessidade de relaxar pode levar ao álcool e até às drogas. 

A despersonalização e o vazio interno passam a ser frequentes, até desencadear em uma depressão. Aqui, o futuro é incerto e a vida já não faz mais sentido como antes. Há um colapso mental e físico e assim, os pensamentos suicídios.

Risco em todas as fases do Burnout

De acordo com a médica Jéssica Durand, o suicídio pode acontecer isoladamente, sem a influência de algum tipo de transtorno mental. Mas é muito mais frequente que o paciente tenha predisposição para algum problema psíquico. 

“O Burnout é um transtorno psiquiátrico que a gente sabe que causa sobrecarga, exaustão, que pode piorar os transtornos de ansiedade depressivos existentes. Isso tudo pode afetar o desempenho funcional, psicológico e cognitivo e ser um fator de risco para a ideação suicida” esclarece.  

A médica ainda complementa que não dá para falar em que estágio que o Burnout tem que estar para as pessoas começarem a pensar em suicídio, pois existem muito fatores que podem influenciar o agravamento da condição. 

“Seja um Burnout leve ou mais grave, em que a pessoa já precisou ser afastada do trabalho e que está com ansiedade e depressão associada, esses dois perfis podem ser perfis que têm esse risco maior para a ideação suicida”, complementa.

Setembro Amarelo: O Burnout pode ser um gatilho?

Setembro Amarelo: O Burnout pode ser um gatilho?

Demissão

Outro ponto que também pode influenciar os pensamentos à morte em pessoas com Burnout, tem relação com a demissão. Uma vez que a pessoa perde aquilo que dedicava toda a sua atenção, o psicológico pode ficar bastante abalado.

“A pessoa já está mais suscetível, mais sensível e essa demissão pode ser um fator de piora que leve a pessoa a se sentir incapaz, ainda mais injustiçada em vários aspectos. É um gatilho”, diz.

A Dra. Jéssica Durand ainda complementa com a importância de ter um ambiente de trabalho saudável que estimule a saúde mental e emocional  das pessoas. “Em diversos aspectos, seja na convivência de equipe, igualdade salarial, benefícios, respeitar a carga horária. Isso precisa ser visto e falado no ambiente de trabalho”, acrescenta.

A cannabis como tratamento medicamentoso

Assim como outras condições mentais, o tratamento de Burnout também envolve psicoterapia, técnicas de relaxamento e autoconhecimento. Se tratando do trabalho, mudanças no ambiente também são essenciais para ajudar o indivíduo. 

Em alguns casos, o uso de medicações também pode ser um caminho para ajudar a controlar os sintomas. Remédios que são introduzidos normalmente quando a condição já está grave. 

No geral, incluem antidepressivos, ansiolíticos, sedativos, fitoterápicos e fitocanabinoides. A cannabis se encaixa neste último grupo. 

Vários estudos mostram que os produtos feitos com a cannabis podem reduzir a ansiedade, melhorar o sono e regular o humor. Tanto que o tratamento já é usado para condições como ansiedade, depressão e TEPT (Transtorno de Estresse Pós Traumático).

Mas é importante lembrar que o remédio precisa ser orientado por um médico. Além do mais, a terapia também precisa estar em dia. 

Procure ajuda 

Se você ou alguém que você conhece precisa de apoio emocional, procure o CVV (Centro de Valorização da Vida) pelo telefone 188. A ligação é gratuita. 

O SUS (Sistema Único de Saúde) ainda tem a RAPS (Rede de Atenção Psicossocial) por meio do CAPS (Centros de Atenção Psicossocial) que fazem o acolhimento para quem precisar.

Consulte um médico

No Brasil, a cannabis é aprovada apenas para fins medicinais e só pode ser comprada com receita. Atualmente, ela pode ser adquirida através de importações, nas farmácias e até por associações de pacientes.

Caso precise de ajuda, disponibilizamos um atendimento especializado que poderá esclarecer todas as suas dúvidas, além de auxiliar desde a achar um prescritor até o processo de importação do produto através da nossa parceira Cannect. Clique aqui.

Tainara Cavalcante

Jornalista pela Facom (Faculdade Paulus de Comunicação) e pós doutoranda na FAAP (Fundação Armando Alves Penteado) em Jornalismo Digital, atua como produtora de conteúdo no Cannalize, Dr. Cannabis e Cannect. Amante de literatura, fotografia e conteúdo de qualidade.