A Salvia divinorum é uma planta originária da região de Oaxaca, no México, conhecida por suas potentes propriedades psicodélicas
Salvia divinorum o psicodélico natural que desafia os sentidos
Usada há séculos por curandeiros e comunidades indígenas em rituais xamânicos, essa erva chama atenção. Tanto por seu uso tradicional quanto pelos intensos efeitos mentais que provoca.
Apesar de ainda pouco conhecida pelo grande público, seu nome tem ganhado destaque em discussões sobre substâncias psicoativas. Especialmente devido ao seu perfil único entre os psicodélicos naturais.
A Salvia divinorum pertence à família das Lamiaceae, a mesma da hortelã. Seu nome significa “sálvia dos adivinhos”, fazendo referência ao uso espiritual da planta por grupos indígenas mazatecas. Eles a utilizavam para promover visões e estados de transe durante cerimônias religiosas.
Diferente de outras substâncias alucinógenas, seu princípio ativo – a salvinorina A – atua diretamente nos receptores kappa-opioides do cérebro. Fato que a torna única em relação a outros psicodélicos, que geralmente interagem com a serotonina.
Por isso, os efeitos da planta são bem diferentes, muitas vezes causando sensação de estar fora da realidade e confusão.
Por isso, seu uso recreativo não é recomendado e pode trazer riscos significativos, especialmente para pessoas sem preparo ou acompanhamento adequado.
Natural da Sierra Mazateca, a planta cresce em ambientes úmidos e sombreados. Fora do México, ela também é cultivada em estufas ou jardins botânicos por pesquisadores e entusiastas da etnobotânica.
Embora a reprodução por sementes seja difícil, a Salvia divinorum é frequentemente propagada por estacas, o que facilita sua manutenção em ambientes controlados.
Os efeitos da Salvia divinorum são rápidos e intensos, geralmente durando de 5 a 30 minutos quando inalada.
No entanto, mesmo em curtos períodos, os relatos de experiências são marcantes: sensação de sair do próprio corpo, distorção do tempo e do espaço, perda de identidade e vivências místicas ou espirituais. Esses efeitos, embora breves, podem ser profundamente perturbadores, especialmente para usuários despreparados.
De acordo com um estudo publicado no Drug and Alcohol Dependence, a salvinorina A é considerada o alucinógeno natural mais potente conhecido até hoje. Ainda assim, os mecanismos exatos de sua ação ainda estão sendo estudados.
Embora compartilhe o rótulo de “psicodélico” com substâncias como LSD, psilocibina (cogumelos mágicos) e ayahuasca, a Salvia divinorum se diferencia em muitos aspectos.
Os cogumelos, por exemplo, têm efeitos mais suaves e prolongados, associados a introspecção e expansão da consciência. Enquanto a salvia induz a estados de ruptura total com a realidade, muitas vezes sem qualquer controle consciente.
Além disso, seu perfil farmacológico é distinto. Enquanto os cogumelos atuam nos receptores de serotonina (5-HT2A), a salvinorina A age nos receptores kappa-opioides. O que também contribui para experiências mais desconectadas da realidade e com menor potencial de insights terapêuticos quando usadas fora de contextos tradicionais.
No Brasil, a Salvia divinorum não está listada como substância controlada pela Anvisa, o que tecnicamente a torna legal. No entanto, a venda e o uso ainda são controversos, e seu consumo pode levantar questões jurídicas dependendo do contexto.
Em países como Estados Unidos, Austrália e parte da Europa, o uso da divinorum já foi restrito ou proibido. Justamente por conta do risco associado ao uso indevido.
É importante lembrar que legalidade não significa segurança. A ausência de controle pode induzir ao consumo sem informação adequada, o que aumenta os riscos de experiências negativas.
Um dos principais mitos em torno da Salvia divinorum é que, por ser natural e de curta duração, ela seria segura para uso recreativo. Isso não é verdade.
Mesmo em doses pequenas, os efeitos podem ser extremamente intensos e confusos. Usuários inexperientes podem sofrer acidentes, se ferir ou ter episódios de pânico.
Estudos mostram que cada pessoa pode reagir de um jeito diferente à salvinorina, e isso torna os efeitos difíceis de prever. Um levantamento feito com usuários publicado no Journal of Psychopharmacology relatou que muitos não desejariam repetir a experiência após o primeiro uso.
Também não há evidências sólidas de que a salvia tenha potencial terapêutico comparável a outros psicodélicos estudados clinicamente, como a psilocibina ou o MDMA. Embora existam investigações em andamento, ainda é cedo para afirmar qualquer benefício médico real.
A Salvia divinorum é uma planta fascinante do ponto de vista etnobotânico e neuropsicológico, mas que exige respeito e responsabilidade.Seus efeitos não são comparáveis aos de outras substâncias mais conhecidas do universo psicodélico. E, por isso, não deve ser tratada como alternativa “leve” para experiências alucinógenas.
Compreender a complexidade da divinorum ajuda a evitar riscos, esclarecer mitos e promover um debate mais informado sobre o uso de plantas psicoativas. O ideal é que qualquer abordagem, seja científica, ritualística ou pessoal, esteja sempre acompanhada de informação séria e embasada em evidências.
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