Perto de ser implementado, o projeto que visa a reforma canábica enfrenta a desconfiança de diversos grupos sul-africanos. Entenda os motivos.
A África do Sul é um dos lugares com maiores avanços nas legislações envolvendo a cannabis. Porém, nem todos os processos acontecem com facilidade. A proposta que visa uma reforma em setores da erva, por exemplo, se tornou motivo de críticas e desconfiança dentro do país.
Os principais opositores são a comunidade Rastafári e o Cosatu, considerado o maior sindicato nacional.
As críticas não são de hoje e passam, principalmente, pela falta de clareza apresentada nas ideias e pelo conflito de interesses travado entre governo e população.
Cyril Ramaphosa, presidente da África do Sul.
Em 2018, o Tribunal Constitucional da África do Sul descriminalizou a cannabis para o uso e cultivo privado. A partir disso, outros projetos, como o Cannabis for Private Purposes, começaram a surgir.
A proposta visa desenvolver o setor industrial do cânhamo e da cannabis dentro do país, a partir de uma reforma nas normas estabelecidas sobre o tema.
Cyril Ramaphosa, atual presidente sul-africano, reforçou a ideia do governo de impulsionar esse mercado:
“Estamos simplificando os processos regulatórios para que o setor de cânhamo e cannabis possa prosperar como em outros países”, ressaltou em comunicado oficial.
A ideia de aprovar a reforma canábica está longe de ser unânime no país. Diversos grupos, como organizações de agricultores, sindicatos e a comunidade Rastafári, demonstram desconfiança com o projeto.
O Cosatu é um dos mais preocupados com o tema. O sindicato afirma que a proposta é contraditória e levanta dúvidas sobre o compromisso governamental perante o assunto.
Além disso, o grupo também evidencia a falta de clareza nas ideias apresentadas, já que há incógnitas em como essa indústria irá funcionar e quem poderá participar dela.
A Rede de Apoio aos Agricultores de Umzimvubu (UFSN) também se posiciona contrária a essa mudança na legislação. Eles se sentem ignorados pelo governo e questionam a falta de ação dos representantes sobre as vagas normas do projeto.
A relação da UFSN com órgãos políticos não é positiva. Nos últimos dois anos, em decorrência de conflitos, a sede do grupo foi invadida pela polícia local.
Neste ano, a África do Sul inaugurou dois projetos importantes voltados para a cannabis.
Em fevereiro, o governo anunciou a construção do primeiro centro canábico do país, localizado na região de Gauteng, que contará com um centro de inovação de hidrogênio verde, um aerotrópolis, uma pista de pouso própria e um setor de fabricação de aço.
Já no começo do mês de maio, foi a vez da primeira farmácia de cannabis ser inaugurada no território. Os principais objetivos: melhorar a regulamentação do uso e abrir caminho para a indústria da erva.
Gustavo Lentini
Jornalista e produtor de conteúdo da Cannalize. Apaixonado por futebol e pela comunicação.
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