Embora seja um tratamento bastante antigo, a cannabis é um assunto relativamente novo para os médicos atuais. Mas isso está mudando.
Quando falamos sobre o uso medicinal da cannabis, talvez você só pense em condições como epilepsia, dores e talvez até autismo, não é mesmo?
Contudo, a cannabis é cada vez mais utilizada para dezenas de condições diferentes.
De acordo com um levantamento feito pela empresa de pesquisa Kaya Mind, os médicos brasileiros emitiram receitas direcionadas para 44 especialidades diferentes.
Por que a cannabis ajuda em tantas doenças?
Antes de falarmos sobre as condições que a cannabis pode tratar, é importante ressaltar que a planta não serve para tratar condições específicas, mas para ajudar a restaurar a homeostase, ou seja, o equilíbrio do funcionamento do organismo.
Como assim?
A plantinha funciona através do chamado Sistema Endocanabioide, um mecanismo do próprio organismo que ajuda a regular a homeostase à nível molecular.
Presente em quase todo o corpo, o sistema envia os chamados canabinoides, que sinalizam quando algo está errado. Se uma pessoa está com dor, por exemplo, os canabinoides vão até os nossos receptores e avisam que algo precisa ser resolvido.
Nós temos receptores no cérebro, no sistema nervoso, imunológico e até reprodutor. E é por isso que a planta é importante para tantas condições diferentes.
Condições tratadas com a cannabis
Agora que você sabe como a cannabis funciona, vamos para o que interessa.
Epilepsia
Essa é a condição tratada com a cannabis mais conhecida pelos brasileiros. E com razão. Foi por causa da luta de uma mãe com uma criança com crises convulsivas, que a importação de cannabis foi autorizada em 2015.
Estas propriedades foram descobertas por um brasileiro lá na década de 1980 e atualmente, é comprovado cientificamente que funciona.
A cannabis é tão efetiva que tem substituído anticonvulsivantes sem efeitos colaterais sérios e muitas vezes, a única solução que funciona.
Dores crônicas
Atualmente a cannabis também é bastante utilizada para o tratamento de dores causadas por uma série de condições diferentes.
Isso porque a cannabis é um potente anti-inflamatório, por exemplo. Tanto que, em países como os Estados Unidos, é cada vez mais vista como uma opção aos opioides.
Ansiedade
De acordo com uma pesquisa feita pela BRCann, o perfil dos brasileiros que importam cannabis mudou. Se no início, quando as importações foram autorizadas, as pessoas tratavam convulsões, hoje há mais pacientes tratando ansiedade com a plantinha.
Estudos clínicos e também em animais sobre a eficácia da cannabis para o tratamento da ansiedade são feitos em vários países, inclusive o Brasil. Um exemplo é um estudo realizado aqui em 2012 onde mostrou que o canabidiol tem propriedades ansiolíticas.
Autismo
O tratamento do autismo com a cannabis também é outra opção que tem crescido no Brasil. Principalmente para amenizar sintomas como insônia, irritabilidade e agressividade.
Em diversos estudos feitos até agora, o óleo não se mostrou um santo milagroso, mas sim um suporte para diminuir alguns sintomas.
Alzheimer
As pesquisas ainda não são suficientes para dizer que de fato a cannabis pode ser uma solução para o Alzheimer.
Por outro lado, vários vários pacientes têm visto os benefícios da terapia canábica. O óleo extraído da planta têm mostrado que a cannabis tem não só amenizado os sintomas, quanto revertido eles, de acordo com um relato de caso estudado pela Unila, uma universidade do estado do Paraná.
Contudo, é preciso mais investigações.
Problemas femininos
Lembra que falamos que a cannabis funciona através dos nossos receptores canabninoides? Pois bem, são nos órgãos reprodutores femininos que estão o maior número de receptores.
Por isso, a cannabis pode ser muito efetiva para tratar os sintomas de condições como cólicas, endometriose, menopausa e até ovário policístico. Embora também precise de mais estudos.
Diabetes
O equilíbrio do açúcar no sangue também pode ser controlado pelo Sistema Endocanabinoide. As substâncias da cannabis atuam no metabolismo da glicose, participando da regulação do gasto de energia do corpo.
Um estudo sugere, por exemplo, que quando o sistema endocanabinoide está instável, isso pode influenciar as células de gorduras, implicando fatores como a obesidade.
A sua ação em um receptor chamado CB1, por exemplo, pode melhorar a resposta à glicose e também a sensibilidade à insulina. Os canabinoides são responsáveis também pela redução da destruição das células beta. Àquele problema relacionado ao diabetes do tipo 1.
Inflamações
Diversos estudos já mostraram o potencial do seu efeito anti-inflamatório, sobretudo do CBD. A Universidade de São Paulo (USP), por exemplo, já mostrou que o canabidiol tem efeitos anti-inflamatórios para doenças pulmonares.
O seu poder antioxidante e anti-inflamatório também é o que sustenta os cosméticos feitos com o canabinoide cada vez mais comuns pelo mundo.
Em países onde a cannabis é mais acessível, como nos Estados Unidos, atletas já trocaram o Ibuprofeno pelo canabidiol para tratar dores musculares.
Doenças autoimunes
Além de anti-inflamatória e antioxidante, a cannabis também tem propriedades imunossupressoras, que podem reduzir as respostas inflamatórias do sistema imunológico.
O canabidiol também é capaz de suprimir as funções de citocinas, quimiocinas e células T, que são responsáveis por identificar e destruir células infectadas, modular a resposta celular e regular inflamações.
Como por exemplo, a Esclerose Múltipla. Vários estudos têm mostrado resultados promissores com o tratamento da cannabis nos sintomas da doença. Um deles, publicado em 2012, mostrou uma melhora na rigidez muscular, provocada pela doença.
Outro exemplo é a Artrite Reumatoide. A cannabis se mostrou ser um tratamento efetivo para a doença também.
Além de aliviar as dores, as propriedades medicinais que a erva oferece, também podem ser exatamente o tipo de tratamento que um médico geralmente indicaria.
Consulte um médico
Estas são algumas das várias condições que podem ser moduladas pelo Sistema Endocanabinoide e portanto, podem receber a ajuda da cannabis.
Contudo, é importante ressaltar que o organismo de cada um é único e também que cada condição precisa de uma concentração de cannabis específica.
Por isso, é importante ressaltar que qualquer produto feito com a cannabis precisa ser prescrito por um médico, que poderá te orientar de forma específica e inclusive, indicar qual o melhor tratamento para a sua condição.
Caso precise de ajuda, disponibilizamos um atendimento especializado que poderá esclarecer todas as suas dúvidas, além de auxiliar desde a achar um médico prescritor até o processo de importação do produto. Clique aqui.
