Há alguns anos atras, o mundo enfrentou uma pandemia semelhante ao COVID-19.
De acordo com o Centro de Controle de Doenças (CDC), entre o ano 1918 a 1919, cerca de 500 milhões de pessoas foram infectadas pelo vírus H1N1, que matou 675 mil americanos e aproximadamente 50 milhões de pessoas em todo o mundo.
No mês de abril de 2020, o coronavírus infectou mais de 2,4 milhões e matou 165 mil pessoas.
Quando o mundo se encontra em um período de pandemia, as pessoas se tornam frenéticas por uma cura, e os vendedores usam argumentos de supostas “curas” há muito tempo para garantir seus lucros.
Recentemente, um médico do sul da Califórnia foi acusado de fraude por vender “pacotes de cura” para tratamentos de COVID-19 por um preço alto.
Outros que buscam lucrar através do medo das pessoas diante do vírus, são alguns apresentadores de rádio, vendendo produtos para gargarejos e pastas de dente com promessa de cura.
Uma empresa de purificação de ar disse que seus filtros podem remover o vírus do ambiente, e até outros dizem que o vírus pode ser eliminado através de superfícies expostas à luz ultravioleta, gargarejo com água salgada ou tomar doses de vitaminas C, D e E em grande quantidade.
Os efeitos do canabidiol na saúde se tornaram foco depois que o Correspondente Médico Chefe da CNN, Dr. Sanjay Gupta, apresentou uma jovem chamada Charlotte Figi em um documentário de 2013.
Figi, que tinha epilepsia que segundo os médicos era impossível tratar, conhecida como Síndrome de Dravet, praticamente eliminou as frequências de suas convulsões usando uma cepa de cannabis com alto teor de CBD.
A Food and Drug Administration (FDA) dos Estado Unidos aprovou o Epilodilex, um produto CBD que pode reduzir as convulsões da síndrome de Dravet, em 2018.
A indústria da cannabis também possui alguns testemunhos de pessoa que usaram o CBD em seus tratamentos, incluindo um jogador aposentado da NFL e o evangelista CBD Kyle Turley.
No final de março, a empresa de CBD da Turley, NeuroXPF, recebeu uma carta de advertência do FDA por ter posto informações erradas em seus sites e redes sociais como: “O canabidiol pode ajudar a manter seu sistema imunológico no topo de seu jogo… Queremos que todos tomem CBD para ajudar a preparar seu corpo e combater uma infecção por coronavírus. ”
Embora a alegação social da empresa da Turley não diga explicitamente que o canabidiol pode curar o coronavírus, a interpretação diante da postagem, sugere que o uso do CBD pode ser um protetor contra as infecções.
Para piorar, Turley disse em sua conta pessoal no Twitter que o CBD poderia curar e prevenir o coronavírus. Mas isso é verdade? Um sistema imunológico aprimorado pelo canabinoide poderia impedir você de ser infectado pelo coronavírus?
Martin A. Lee é o co-fundador e diretor do Projeto CBD, disse que “Poder é a palavra-chave aqui, porque a pesquisa nessa área é pré-clínica”, disse Lee em uma entrevista a Weedmaps.
“O COVID-19 é uma doença que pode se manifestar de maneiras diferentes, e a maioria das pessoas estão tendo experiências relativamente leves. Mas quando isso leva a risco de morte, parece que os pacientes estão morrendo por causa de como o corpo reage ao vírus. E eles estão reagindo a uma tempestade de citocinas. O sistema imunológico fica totalmente descontrolado.”
Tempestade de citocinas é um termo que tem crescido muito, pois, os americanos fazem suas pesquisas no Google sobre como o COVID-19 afeta o corpo.
Segundo o WebMD , as citocinas são proteínas que respondem a uma infecção que pode causar uma inflamação. O sistema imunológico pode reagir à infecção e liberar muitas citocinas, resultando em hiperinflamação, que pode causar a morte.
Um estudo liderado por pesquisadores do estado do Mississippi, usando células humanas e de camundongos mostrou que o CBD “induziu a supressão da produção de citocinas”.
No entanto, é importante saber que nenhum estudo trata diretamente do CBD, citocinas e COVID-19.
Mary Biles escreveu no Projeto CBD : “Uma nova onda de pesquisas e evidências informais apontam que os canabinóides têm efeitos adaptativos, alem de suprimir a atividade imunológica”.
Em outras palavras, é possível que os canabinóides possam manter a inflamação afastada quando estão saudáveis, mas aumentem a inflamação caso adoecer.
Mas Lee diz que não tem como ter conclusões exatas sobre a cannabis e o COVID 19 , pois, não há evidências suficientes.
“Acho que há evidências suficientes, do que sabemos sobre canabidiol , cannabis e THC, e isso pode servir como sugestão para que os cientistas médicos explorem a possibilidade do CBD como um tratamento para as tempestades de citocinas.”
Os pesquisadores ainda sabem pouco sobre o COVID-19, mas o que eles sabem é que as tempestades de citocinas provavelmente contribuem para o avanço do COVID.
Referências:
Bruno Oliveira
Tradutor e produtor de conteúdo do site Cannalize, apaixonado por música, fotografia, esportes radicais e culturas.
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