Nesta semana, a farmacêutica Prati-Donaduzzi anunciou que lançará mais duas concentrações de canabidiol (CBD), o principal composto da cannabis usado na fabricação de medicamentos.
A empresa só está aguardando a autorização da Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) para a comercialização nas farmácias.
Os produtos nacionais terão concentrações de 20 mg/ml e 50 mg/ml. Bem menor que o primeiro produto derivado da planta na empresa, que possui 200 mg/ml.
Os novos produtos serão destinados para tratamentos que exigem menores concentrações. Eles estarão disponíveis em solução oral, na apresentação de 30 ml, o que significa que na concentração de 50 mg/ml haverá 1.500 mg de canabidiol por frasco e a de 20 mg conterá 600 mg.
Segundo o diretor-presidente Eder Fernando Maffissoni, a previsão é que o frasco de 20 mg/ml custe entre R$240,00 a R$280,00 por unidade.
“A diferença entre os produtos é apenas a concentração de canabidiol por ml, assim estes também são produzidos a partir de princípio ativo puro, totalmente livres da substância psicoativa Tetrahidrocanabinol(THC), que aliada à constante disponibilidade nacional, são os principais diferenciais de nossos produtos”, enfatiza.
O único remédio à base de cannabis aprovado no Brasil é o Mevatyl, que precisa ser importado e também possui um preço bem salgado.
A solução encontrada para a venda de canabidiol no país, foi a Resolução 327/19, aprovada no final de 2019 e que entrou em vigor em março do ano passado.
Ela autorizou a fabricação de produtos à base da planta aqui com a matéria prima importada. No entanto, com um prazo de cinco anos para se tornar um medicamento.
Com várias solicitações de farmacêuticas à Anvisa, a única empresa que conseguiu autorização foi a Prati-Donaduzzi, que anunciou o lançamento do primeiro óleo em abril de 2020.
No entanto, a empresa acrescenta que todas as concentrações do Canabidiol produzidas são versões do medicamento que está em estágio final de estudo clínico fase III.
Medicamentos desenvolvidos através de uma parceria público privado entre a Prati-Donaduzzi e a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da Universidade de São Paulo.
O produto também pode ser vendido nas farmácias, mas sem uma plantação aqui, o óleo não fica barato.
Atualmente, há até uma proposta para o cultivo em solo nacional que recentemente foi para a câmara dos deputados.
O Projeto de Lei 399/2015 visa o cultivo industrial e farmacêutico da cannabis no Brasil, a fim de tornar os produtos mais acessíveis.
Depois que ele foi parar no plenário, surgiram várias polêmicas, envolvendo até o governo Bolsonaro.
Tainara Cavalcante
Jornalista pela Fapcom (Faculdade Paulus de Comunicação) e pós graduanda na FAAP (Fundação Armando Alves Penteado) em Jornalismo Digital, atua como produtora de conteúdo no Cannalize, Dr. Cannabis e Cannect. Amante de literatura, fotografia e conteúdo de qualidade.
Inscreva-se grátis na nossa Newsletter!
Copyright 2019/2023 Cannalize – Todos os direitos reservados
Solicitação de remoção de imagem
Termos e Condições de Uso