Um papel híbrido de cânhamo, livre de árvores e adequado para publicação de livros, será lançado na Feira do Livro de Londres.
Um projeto conjunto para produzir papel tipográfico que não usa material das árvores, adequado para a impressão comercial, criou um dos primeiros papéis de cânhamo viáveis do planeta.
A ideia foi concebida por Maren Krings, uma fotógrafa e ativista ambiental que estava escrevendo um livro sobre cânhamo ambiental. Durante a pesquisa, descobriu um fabricante de papel alemão chamado Hahnemühle.
O desenvolvimento do papel de cânhamo, agora oferecido a outros, bem como o sucesso do projeto, são mencionados em seu novo livro, H is for Hemp.
O livro pretende ser um guia de referência para os interessados no cânhamo industrial, além de seus usos modernos.
A Hahnemühle está agora oferecendo seu novo papel de cânhamo para impressão offset e jato de tinta de alta velocidade.
E com a vantagem de ser uma alternativa viável aos produtos mais caros à base de árvores, ainda amplamente utilizados na indústria editorial de livros.
Enquanto o mundo caminha a passos largos para a digitalização, o papel ainda é uma mercadoria amplamente utilizada – e longe de ser “apenas” para a publicação de livros.
Comparado à madeira, o cânhamo tem fibras quatro a cinco vezes mais longas. Isso resulta em papel muito mais resistente do que o feito de árvores.
No entanto, a indústria do papel tem tradicionalmente usado máquinas e ferramentas para transformar polpa de madeira em papel, o que não funciona tão bem com a fibra de cânhamo.
Cabe lembrar que um campo de cânhamo — com suas fibras mais longas — produz quatro a cinco vezes mais papel do que uma floresta do mesmo tamanho.
Contudo, apenas a planta masculina é usada para fabricação de papel. A feminina é utilizada para consumo e extração.
À medida que a padronização das leis na Europa vão se impondo, há um interesse crescente em fabricar produtos de cânhamo que vão muito além do papel.
Isso inclui tudo, de combustível a roupas, de bioplásticos a material de isolamento.
Uma das razões mais convincentes para recorrer à planta para esses usos – além de alimentos e medicamentos – é que o cânhamo industrial oferece vários benefícios em relação aos materiais mais “tradicionais”. Entre outros, é menos poluente e mais ecológico.
O cânhamo usa menos água do que outras culturas. Pode até ser usado especificamente para limpar a poluição do ar e do solo, e ainda assim continuar sendo utilizado para sua produção tradicional.
Um hectare de cânhamo absorve entre 9 e 15 toneladas métricas de CO2.
Com um mundo agora lutando para encontrar novas fontes de energia, é provável que haja mais produtos feitos de cânhamo em escala industrial para competir em preço com produtos mais convencionais.
De acordo com dados da Comissão Europeia, o cultivo de cânhamo aumentou significativamente nos últimos oito ou nove anos.
De fato, a área usada para cultivar a planta cresceu de 19.970 hectares em 2015 para 34.960 em 2019.
A França é o maior produtor da União Europeia, representando mais de 70% de todo o cânhamo cultivado na região.
A Holanda vem em segundo lugar com 10%, e a Áustria segue em terceiro com 4%.
Arthur Pomares
Jornalista e produtor de conteúdo da Cannalize. Apaixonado por café, futebol e boa música. Axé.
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