Outubro Rosa: cannabis medicinal para câncer de mama

Outubro Rosa: cannabis medicinal para câncer de mama
Foto: Envato

A campanha do Outubro Rosa é celebrada anualmente desde a década de 1990. O período conta com diversas ações para conscientizar a população sobre o câncer de mama, que é o principal tipo de tumor entre as mulheres. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), são esperados mais de 73 mil novos casos da doença até o final deste ano.

Diferentes tratamentos podem ser aplicados para diminuir ou conter o avanço deste tipo de tumor. A cannabis medicinal é uma alternativa que pode ser benéfica para a doença, e também uma forma de melhorar a qualidade de vida.

Mas o câncer de mama não é a única condição de saúde contemplada pelo Outubro Rosa. Hoje fala-se também sobre saúde feminina em geral, e os fitocanabinoides podem funcionar para outras doenças. Saiba mais sobre a relação entre a cannabis e a saúde da mulher.  

Neste texto você descobrirá mais sobre como funciona o tratamento com cannabis e para quais patologias associadas às mulheres ela pode funcionar. 

Quais os benefícios da cannabis medicinal?

Segundo um levantamento brasileiro, mulheres são as pessoas que mais pesquisam sobre o tratamento com cannabis, representando cerca de 53% das pesquisas. A terapêutica é muito individualizada, apresentando diferentes efeitos entre homens e mulheres. Além disso, genética e metabolismo são fatores determinantes para diferenciar um tratamento.
A conexão entre a cannabis e o organismo é feita através do Sistema Endocanabinoide, presente em todos os mamíferos. Nas mulheres, este sistema também está presente no útero, nos ovários e no endométrio, por exemplo. Assim, quando os pesquisadores avaliam o potencial da cannabis para patologias ginecológicas, essa é uma das considerações.

Como citado acima, os fitocanabinoides podem ser benéficos para tratar o tumor do câncer de mama, além de ser uma alternativa para controlar os sintomas da doença e diminuir as dores da quimioterapia. 

Auxílio no tratamento do câncer de mama

Este tipo de câncer pode se manifestar de diversas formas, mas alguns sinais costumam ser bem evidentes. Identificar nódulos nos seios e alterações físicas nos mamilos podem ser sinais de que algo esteja fora do controle. Por isso é importante ir ao médico regularmente e fazer exames que possam detectar problemas. 

Cabe ressaltar que este tumor não aparece apenas em mulheres. Homens também podem ser portadores da doença, e muitas vezes, a fatalidade acaba sendo maior. 

Os estudos sobre a aplicação da cannabis no tratamento do câncer ainda estão em fases iniciais e não há eficácia confirmada. Porém, algumas evidências estão apontando que a combinação pode ser positiva, especialmente na diminuição dos sintomas e na qualidade das sequelas causadas pelo tumor. 

De acordo com um estudo de 2007, consumir o canabidiol (CBD) pode ajudar a combater as formas mais malignas da doença. Os pesquisadores entenderam que o componente pode diminuir a chances do surgimento de células tóxicas, visto que o sistema imunológico ficaria mais apto a detectar interações estranhas, e assim, eliminá-las.  

Também de acordo com um estudo feito nos Estados Unidos, em 2020, avaliou a interação dos fitocanabinoides em mulheres com câncer de mama que passavam por quimioterapia. A planta foi eficiente para aliviar dores, náuseas, ansiedade, estresse e até mesmo insônia causados em decorrência do tratamento. 

Cannabis para outras condições de saúde

Sabemos que a cannabis pode ser uma alternativa para substituir tratamentos que causam efeitos colaterais, como náusea e dependência, além de estar sendo testada para diferentes patologias. 

Endometriose

Uma em cada dez mulheres sofrem com endometriose no Brasil e mais de 180 milhões no mundo todo, de acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde). Essa é uma patologia que pode ser tratada com cannabis medicinal segundo algumas pesquisas. 

De acordo com um estudo da Universidade de Paris, os fitocanabinodies possuem propriedades antiproliferativas e anti fibróticas, e também são analgésicos e psicogênicos. Sendo assim, podem ser efetivos para diminuir os sintomas, assim como aliviar os transtornos psíquicos causados pela doença. Uma pesquisa australiana também mostrou que o CBD pode ajudar no controle das dores.

Foram avaliadas 484 mulheres com endometriose, destas 13% fizeram tratamento com cannabis. Esta terapêutica foi considerada a melhor para combate da dor, fator que pode ser explicado pela ação anti-inflamatória do CBD. 

Dores excessivas 

A fase reprodutiva da mulher carrega diversos desafios, entre eles, as cólicas, dores menstruais e a Tensão Pré-Menstrual (TPM)

Para reduzir os desconfortos causados por essas alterações hormonais cíclicas, diversas opções de tratamentos com cannabis são possíveis. Óleos, cremes, supositórios e absorventes infusionados com canabidiol são alguns exemplos.

Fibromialgia

Dados da OMS indicam que a fibromialgia afeta 4% da população. Deste total, quase 90% são mulheres. Essa doença é um tipo de dor crônica nociplástica, que acontece quando não há uma lesão ou ferimento evidentes, e que pode piorar se não for identificada rapidamente. 

Dados publicados na revista “National Library of Medicine” indicaram que a cannabis pode ser benéfica para algumas condições de dor crônica, como fibromialgia, dor neuropática, hérnia de disco e artrite. 

Transtornos alimentares

O estudo descobriu que o sistema endocanabinoide, na parte responsável pela integração do sabor dos alimentos com a resposta emocional à alimentação, era menos ativo nas mulheres com esses transtornos.

Portanto, o uso da planta pode ser uma opção para as mulheres que buscam tratamento para esses transtornos alimentares, fazendo a relação Cannabis e saúde da mulher valer a pena.

Como comprar produtos à base de cannabis

Produtos à base de cannabis só podem ser vendidos mediante prescrição médica, e no caso de medicamentos importados, ainda a autorização da Anvisa se fará necessária. 

Independente do seu objetivo ao começar um tratamento com cannabis, o primeiro passo sempre será passar por um profissional de saúde.

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