O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos divulgou através do twitter, uma doação de US $ 200.000 para pesquisadores que estudam se o fato de alimentar o gado com cânhamo leva ou não a concentrações negativas de canabinoides no leite e na carne quando consumidos por humanos.
Os cientistas da Kansas State University estão elaborando estudos que podem ajudar com informações mais claras, sobre se o cânhamo pode ser usado com segurança na alimentação animal ou não. Atualmente, essa prática é proibida, apesar da legalização federal, da cultura e seus derivados.
Existem poucas informações sobre os efeitos dos canabinóides quando usados no gado, já que a maioria dos estudos até hoje tiveram como foco os humanos, ratos e porcos. Mas a principal razão para essa nova pesquisa é que há preocupações de que alimentar o gado com cânhamo possa resultar em altos níveis de THC na carne e no leite vendidos comercialmente.
“Nosso objetivo é trazer mais conhecimento”, disse Michael Kleinhenz, da Kansas State University, que faz parte de uma equipe multidisciplinar por trás dos estudos.
“Até que os alimentos que contêm cânhamo sejam considerados seguros para os animais, nossos dados poderão ajudar os produtores a agir de forma correta em situações que envolvem exposições intencionais ou não intencionais ao cânhamo. Geralmente, o cânhamo industrial é cultivado para produzir óleo, sementes, fibras e medicamentos”, acrescentou Kleinhenz.
“Ainda que as variedades de cânhamo possam ser plantadas para um único ou duplo propósito, como sementes e fibras, os subprodutos presentes em folhas, forragem e fibras vegetais continuam presentes mesmo após a colheita. Esses subprodutos podem ser usados como alimentos para animais. Por serem materiais vegetais que contêm celulose, as melhores espécies para receber esses alimentos são os animais ruminantes, principalmente o gado ”.
Uma revista dos Estados Unidos, publicou um artigo, concluindo que “Os canabinóides CBDA,THCA, CBDVA e CBCA foram detectados em todos os bovinos após dosagens de cânhamo industrial. Esses resultados mostram que os canabinóides ácidos, principalmente CBDA, são imediatamente absorvidos no rúmen (primeira câmara do estômago dos ruminantes) e distribuídos por todo o corpo.”
O estudos examinaram os efeitos dos alimentos à base de cânhamo no comportamento animal e na função imunológica.
“Agora que descobrimos que alguns canabinóides são facilmente absorvidos no rúmen, os próximos passos são estudar os tecidos e os perfis de resíduos de leite desses compostos após experimentos com alimentação animal” , disse Kleinhenz.
Os especialistas acreditam que se os agricultores pudessem usar as sobras das plantas de cânhamo como ração para alimentar o gado, o cultivo da safra seria mais econômico e poderia impulsionar a indústria globalmente.
“Não acreditamos que os resultados sobre a absorção seja uma grande preocupação referente a possível intoxicação após o consumo de carne e leite”, disse Hans Coetzee, também do Kansas State, em entrevista à KSNW-TV.
A Concessão Competitiva da Iniciativa de Pesquisa em Agricultura e Alimentos do USDA, usada pelos pesquisadores, é outro exemplo que mostra como a agência federal está priorizando o cânhamo desde sua legalização em 2018.
Enquanto os cientistas trabalham duro para entender melhor a safra e seus derivados, o USDA está desenvolvendo regulamentos para a indústria. Na última passada, foi anunciado que um período de comentários públicos sobre as regras propostas para o cânhamo está sendo disponibilizado novamente, por causa dos interesses e feedback das partes interessadas.
Referências
Bruno Oliveira
Tradutor e produtor de conteúdo do site Cannalize, apaixonado por música, fotografia, esportes radicais e culturas.
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