A cannabis tem sido útil para uma série de condições femininas, como cólica, endometriose e até câncer de colo de útero. Ela funciona de várias maneiras, desde a redução de inflamações a proteção das células. Por isso, entenda como ela pode influenciar em casos de ovários policísticos.
A chamada Síndrome de Ovários Policístico (SOP) afeta cerca de 6% a 12% das mulheres em idade fértil. Trata-se de alterações hormonais que podem resultar no acúmulo de cistos nos ovários.
Embora não haja estudos suficientes que provem que a cannabis pode servir de tratamento, a planta tem sido uma alternativa natural por causa das suas propriedades anti-inflamatórias, antioxidantes e por interagir com a região pélvica. Entenda.
O organismo naturalmente produz os chamados folículos, que permanecem no corpo até a mulher ovular. Contudo, o processo deixa de ser normal quando vários deles ficam acumulados e não liberam os óvulos.
A causa mais frequente do mau funcionamento da ovulação, a presença destes cistos pode alterar a regularidade da menstruação, aumentar a acne e em casos graves, até obesidade e infertilidade.
É importante destacar que o cisto nos ovários e ovários policísticos não são a mesma coisa. A diferença está na quantidade e no tamanho das substâncias.
Alguns estudos indicam que o problema pode ser hereditário, filhas e irmãs de mulheres com SOP têm 50% mais chances de desenvolver ovários policísticos.
Contudo, o diagnóstico é feito através de exames clínicos e laboratoriais, além do histórico do paciente. Embora, alguns sinais precisem de atenção, como:
Como na maioria das doenças, o corpo também responde que algo não está bem. E no caso da síndrome, também não há como escapar das dores.
Trata-se de dores na área pélvica. Elas se parecem com desconfortos menstruais e podem aparecer também durante o sexo.
Como dito acima, a obesidade é um sintoma frequente. O que significa que a síndrome pode sim levar ao sobrepeso. Inclusive, pacientes que possuem a condição, podem ter dificuldades para emagrecer.
Isso acontece devido às alterações hormonais, que resultam no acúmulo de gordura.
Contudo, o problema pode levar a outras complicações além do aumento de peso, como problemas no fígado, diabetes tipo 2, riscos cardiovasculares, hipertensão e até colesterol.
Essa é uma das principais dúvidas das mulheres, principalmente porque a síndrome atrapalha o percurso do óvulo até o espermatozoide. Sem contar que a doença pode causar infertilidade.
Contudo, mulheres com SOP ainda podem ovular, mesmo que o processo não seja regular. Por isso, é importante usar métodos contraceptivos, caso não queira engravidar.
Por outro lado, para quem tem dificuldades para engravidar por causa da condição, há tratamentos que podem ser úteis.
Como por exemplo, a ingestão de medicamentos que estimulam a ovulação. Em casos extremos, a fertilização in vitro também pode ser uma opção.
Infelizmente a Síndrome de Ovário Policístico pode aumentar em até três vezes as chances do desenvolvimento de câncer em alguma parte do útero, principalmente no endométrio, camada que envolve o útero e é descartada durante a menstruação.
Uma vez que o câncer decorrente da condição não é tratado, ele pode sim levar à morte. Contudo, não há informações que indiquem a morte somente pela síndrome.
A síndrome é crônica, o que significa que não há cura, apenas o tratamento contínuo ao longo da vida.
Contudo, o tratamento vai variar de acordo com uma série de fatores, como os sintomas apresentados, a intensidade da condição e até se a paciente pretende engravidar.
Para adolescentes, por exemplo, apenas a adoção de anticoncepcionais para regularizar os hormônios já pode ser o suficiente.
Já para mulheres que pretendem ter filhos, induzir a ovulação é o ideal. Para todos os grupos que sofrem com dores, a indicação de remédios para o alívio da SOP também é indicado.
Para entender como a cannabis pode ser útil, é necessário entender como ela funciona no organismo.
Ela trabalha através do chamado Sistema Endocanabinoide, um sistema presente em quase todo o corpo. Ele ajuda a manter o equilíbrio de várias funções para manter a chamada homeostase.
Quando alguém está com febre, por exemplo, através de receptores, ele envia canabinoides que ajudam a restaurar a temperatura corporal.
A cannabis também possui canabinoides, que podem interagir com os nossos receptores da mesma forma.
De acordo com um estudo publicado em 2015, mulheres com SOP possuem um aumento na proteína C reativa (PCR), além de citocinas inflamatórias. O que sugere que a condição é inflamatória.
O Canabidiol (CBD) possui poderosas propriedades anti-inflamatórias e analgésicas, que podem ser úteis para a desinflamação e principalmente para o alívio da dor.
Porém, muitas vezes, a Síndrome de Ovário Policístico pode estar ligada ao mau funcionamento do Sistema Endocanabinoide, o que pode gerar problemas no sistema reprodutor.
A ciência já descobriu que um dos tipos de receptores, conhecido como CB1, está localizado também no hipotálamo, área do cérebro que o hormônio GnRH é produzido. Na desordem hormonal da síndrome, ele é bastante produzido.
Então, a presença de canabinoides na região pode inibir a sua liberação, o que consequentemente, suprime a produção de hormônios que estimulam os folículos.
Outro receptor conhecido como CB2 também é encontrado, até em quantidades maiores, no folículo ovariano, o que mostra que a cannabis pode agir de forma direta.
Além do mais, a cannabis também é capaz de diminuir a dor sem causar tolerância analgésica, o que possibilita o uso por um longo tempo.
Outro benefício no tratamento é que o CBD é antiansiolítico, ideal para tratar os sintomas de SOP.
De acordo com uma pesquisa realizada em 2005, o bloqueio do receptor pelo CBD, diminui a transferência de aminoácidos de alanina em mulheres com a síndrome.
A pesquisa clínica foi feita em 50 mulheres obesas que sofrem com a condição e indica que o CBD pode ainda, eliminar os sintomas da síndrome de ovários policísticos e restabelecer a homeostase.
Por outro lado, é preciso ter cautela. Os estudos feitos até agora, apresentam resultados insuficientes.
Assim como os canabinoides da planta podem servir como inibidores, é possível que a alta quantidade também provoque problemas como:
De acordo com uma outra pesquisa publicada em 2009, a alta quantidade de canabinoides pode ser um fator de risco para o surgimento da síndrome, pois pode causar resistência à insulina ou obesidade.
É importante ressaltar que qualquer produto feito com a cannabis precisa ser prescrito por um profissional de saúde habilitado, que poderá te orientar de forma específica e indicar qual o melhor tratamento para a sua condição.
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Tainara Cavalcante
Jornalista pela Facom (Faculdade Paulus de Comunicação) e pós doutoranda na FAAP (Fundação Armando Alves Penteado) em Jornalismo Digital, atua como produtora de conteúdo no Cannalize, Dr. Cannabis e Cannect. Amante de literatura, fotografia e conteúdo de qualidade.
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