A alta na inflação tornou alguns produtos cada vez mais inacessíveis para a população. Mas afinal, isso também aconteceu com a erva?
Nos últimos meses, o valor dos produtos e dos serviços básicos de uma sociedade virou uma recorrente reclamação em boa parte do planeta. A dificuldade em realizar compras no supermercado e abastecer o carro, por exemplo, ficou ainda mais evidente.
O começo de 2022 vem sendo um agravante para esse problema. No Brasil, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foi registrado um aumento na inflação de 1,62% em março, o maior percentual para o mês desde 1994.
Já nos Estados Unidos, fevereiro atingiu cerca 7,9% de inflação, acumulada no período de um ano. A marca é a mais elevada das últimas quatro décadas no país.
O natural é essa supervalorização atingir todos os âmbitos econômicos presentes em um determinado local. Porém, não foi o que aconteceu com o mercado canábico.
Ao contrário do que vem acontecendo com os produtos mais convencionais, a maconha e os produtos derivados da cannabis sofreram uma queda nos seus valores.
No estado do Colorado, localizado nos Estados Unidos, por exemplo, o preço de um quilo da erva está em US$799, perto do valor mais baixo já registrado.
Esse cenário também se aplica para outros tipos de produtos, também derivados da planta, como os vapers e os comestíveis. Segundo o site The News, a valia deles caiu em 11% no mês de janeiro, em comparação com o ano anterior.
O grande motivo da erva não ser diretamente impactada pelo aumento da inflação, se dá pelo fato dela não ser legalizada mundialmente e nem por completo em alguns países, como é o caso dos Estados Unidos.
A falta de regulamentação faz com que, na situação do país norte-americano, não exista um comércio interestadual tão forte, diferente de outros tipos de mercado.
Logo, o embasamento sobre os preços da planta nesses locais, é feito através da lei da oferta e procura de cada estado. Como a demanda é alta e a produção não para de aumentar, é natural que o setor canábico não enfrente essa supervalorização.
O mercado de ações exemplifica bem a distinção de cenários. Recentemente, os fundos de investimentos relacionados à cannabis ganharam destaque no meio e foram altamente procurados nos Estados Unidos.
O acontecimento se deu pela possível legalização total da erva no país, o que despertou o interesse dos investidores.
Entretanto, por falta de regulamentação, a situação brasileira é diferente. As ações ligadas à planta no país sofreram uma queda de 50% em sua valia, em comparação com o começo de 2021 até 2022.
Apesar do baixo índice, o economista Joaquim Castro, em conversa com a Cannalize, garantiu que isso não passa de um processo natural:
“Isso é uma sacudida, os preços estavam muito esticados. O mercado começa a atrair capital que não entraria no setor se não visse a trajetória de crescimento dos preços das ações. Mas são ingênuos de achar que esse aumento é sempre acelerado”, ressalta ao portal.
Gustavo Lentini
Jornalista e produtor de conteúdo da Cannalize. Apaixonado por futebol e pela comunicação.
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