Se em 2019 quase 3% da população já utilizava cannabis para o tratamento de várias condições médicas, os números de agora devem ser mais expressivos
Texto traduzido do The University of Sydney
Estima-se que 600 mil australianos utilizam cannabis medicinal – mas isso é de acordo com dados de 2019. Considerando o aumento dramático no número de médicos registrados para prescrever nos últimos dois anos e o rápido crescimento de pedidos de prescrições, o número hoje provavelmente é muito mais alto.
Para descobrir, pesquisadores da Lambert Initiative estão lançando a última edição da pesquisa Cannabis as Medicine (ou ‘CAMS22’) esta semana.
“Houve um aumento dramático no número de prescrições de cannabis medicinal nos últimos dois anos”, disse o professor Iain McGregor, diretor acadêmico da Lambert Initiative for Cannabinoid Therapeutics na Universidade de Sydney. “Mas temos boas evidências de que o número de pessoas que usam cannabis para tratar doenças é substancialmente maior do que isso”.
A National Drug Strategy Household Survey, realizada a cada três anos pelo Instituto Australiano de Saúde e Bem-Estar, estimou que 2,7% da população australiana total (ou cerca de 600.000 pessoas) usava cannabis para fins médicos, sempre ou às vezes em 2019. pesquisa envolveu 21.500 pessoas com 14 anos ou mais.
Aumento acentuado de médicos que prescrevem cannabis
Mas desde 2019, o número de médicos que prescrevem cannabis medicinal cresceu consideravelmente, de acordo com dados oficiais coletados pela Therapeutic Goods Administration (TGA).
Enquanto havia apenas 144 médicos autorizados a emitir prescrições para cannabis medicinal em 2019, esse número é de 1.701 hoje – a maior parte registrada no TGA nos últimos dois anos.
Houve 295.515 prescrições de cannabis medicinal emitidas desde 2020, em comparação com apenas 1.011 emitidas entre 2016 e 2019.
Esses são apenas os números oficiais; os cientistas estimam que o número real de australianos que usam cannabis medicinal é substancialmente maior.
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De acordo com a Lambert Initiative’s 2020 Cannabis as Medicine Survey – que coletou dados de 1.600 usuários anônimos de cannabis medicinal entre setembro de 2020 e janeiro de 2021 e publicado no Harm Reduction Journal – apenas 37% dos entrevistados receberam uma receita legal.
“Se 63% dos entrevistados em nossa pesquisa de 2020 estavam se automedicando com cannabis obtida ilicitamente, isso sugere que o número total de pessoas que usam cannabis para fins médicos é substancialmente maior do que indicam os números oficiais de prescrição”, disse o professor Nicholas Lintzeris, do Faculdade de Medicina e Saúde da Universidade de Sydney, que lidera a Cannabis as Medicine Survey, realizada a cada dois anos.
“Para ter uma verdadeira compreensão de como a cannabis está sendo usada para fins medicinais na Austrália, realmente precisamos dos dados de todos os usuários, não apenas daqueles com receita”, acrescentou.
Mais dados necessários
A pesquisa Cannabis as Medicine investiga confidencialmente australianos que usaram cannabis medicinal nos últimos 12 meses e fornece padrões de uso, sintomas e condições tratadas, métodos de administração, de onde vem e efeitos na saúde e na direção.
“A pesquisa CAMS22 nos dará uma compreensão importante de como o uso de cannabis medicinal está evoluindo na comunidade à medida que se torna mais popular”, disse o professor Lintzeris.
“Para entender melhor o impacto e os efeitos da cannabis medicinal, aqueles que a usam precisam compartilhar suas experiências de forma confidencial, tanto legais quanto ilegais”, acrescentou.
Pesquisas anteriores forneceram uma riqueza de dados, particularmente sobre a maneira como a cannabis medicinal é usada.
Os consumidores ilícitos são mais propensos a fumar cannabis, por exemplo, em comparação com aqueles com receitas que são mais propensos a usar cannabis oral ou vaporizada.
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