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Saúde e Ciência

Novo produto à base de cannabis nas farmácias



18/08/2021


Dessa vez, o medicamento feito com CBD será para o tratamento da ansiedade e vai ter o mesmo custo dos fitofármacos que são importados. 

Na última semana, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) concluiu a análise de mais um produto à base de cannabis, dessa vez, para o tratamento de ansiedade. O produto pode chegar ao mercado em breve.

Depois da Resolução 327/19, essa é a segunda farmacêutica que conseguiu autorização para vender o óleo de cannabis nas drogarias do país. Em vigor em março do ano passado, a primeira a obter o registro foi a Prati-Donaduzzi em 2020.

Apesar de legal no Brasil, o Canabidiol (CBD), substância que não provoca os efeitos alucinógenos da cannabis, ainda é controlada, e só pode ser obtida com receita médica.

iStock

Aprovação rápida

Contudo, diferente da farmacêutica brasileira, a empresa é suíça e pouco conhecida. Chamada Promediol, ela trabalha com cannabis medicinal focada no grau farmacêutico, o que segundo a diretora e sócia da empresa, foi uma das vantagens para a aprovação rápida. 

À Folha de S.Paulo, Adriana Schulz ainda acrescentou que ficou impressionada com a celeridade da Anvisa em liberar o produto. 

Isso porque a RDC 327 abriu espaço não só para remédios, mas também para produtos feitos à base de cannabis. Essa foi uma brecha para que novos medicamentos derivados da planta pudessem ser vendidos nas drogarias sem a necessidade de um estudo clínico para medir a eficácia. 

Fora as duas farmacêuticas, quem também conseguiu aprovação foi o laboratório NuNature, que recebeu uma autorização para importar os seus medicamentos livremente para a venda nas drogarias.

A previsão é que chegassem às farmácias ainda em agosto, mas a data foi adiada para o próximo mês. 

Produto à base de cannabis mais barato 

A empresa só está esperando a publicação do registro no Diário Oficial para começar os trâmites. A expectativa é que o remédio esteja nas farmácias até no máximo, no início do próximo.

Diferente do produto da Prati-Donaduzzi, que anunciou o seu primeiro óleo de cannabis a um valor superior a dois salários mínimos, o preço aplicado pela farmacêutica suíça será de S$65,00, o que equivale a R$325,00. 

Ainda à Folha de S. Paulo, Schulz disse que manterá o valor do produto importado. Com pouco acesso no Brasil, muitos pacientes recorrem à importação que segue uma série de requisitos, como uma autorização da Anvisa que precisa ser renovada a cada dois anos.

No entanto, mesmo com uma espera maior e o valor do frete, acaba saindo mais em conta que o óleo nacional da Prati-Donaduzzi. 

 Mais empresas aguardam aprovação 

Depois que a resolução entrou em vigor, a Anvisa criou uma categoria específica. Chamada de produtos derivados de cannabis, a agência primeiro precisa aprovar os produtos a partir de uma série de requisitos para que sejam comercializados nas farmácias. 

Os pedidos são analisados pela pela Gmesp – Gerência de Medicamentos Específicos, Fitoterápicos e Gases Medicinais do órgão.

Desde 2020, várias empresas enviaram seus produtos em busca de aprovação. Até março deste ano, eram ao todo nove empresas no aguardo. Duas desistiram. Muitos consideram padrões muito rigorosos, uma vez que o CBD é tratado em vários países como um suplemento.

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Tainara Cavalcante

Jornalista pela Facom (Faculdade Paulus de Comunicação) e pós doutoranda na FAAP (Fundação Armando Alves Penteado) em Jornalismo Digital, atua como produtora de conteúdo no Cannalize, Dr. Cannabis e Cannect. Amante de literatura, fotografia e conteúdo de qualidade.