Não só a cannabis: 7 plantas que também são proibidas no Brasil

Não só a cannabis: 7 plantas que também são proibidas no Brasil

Sobre as colunas

As colunas publicadas na Cannalize não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem o propósito de estimular o debate sobre cannabis no Brasil e no mundo e de refletir sobre diversos pontos de vista sobre o tema.​

Plantas com propriedades psicotrópicas são polêmicas no país. Por isso, além da cannabis, há outras plantas com o cultivo proibido

Quando falamos sobre plantas proibidas, a maioria das pessoas pensa na cannabis, e com razão. A planta é a “droga ilícita” mais consumida no país e o cultuvo de forma ilegal pode levar a condenação por tráfico de drogas, dependendo da interpretação do juiz.

Por outro lado, a cannabis não é a única planta proibida por aqui. Há, pelo menos, mais sete plantas com o cultivo proibido em território nacional (ou em algumas regiões do Brasil). Mas todas elas são vetadas pelo mesmo motivo: a sua capacidade de produzir substâncias psicotrópicas.

Proibição que não é nova. A Portaria n.º 344, é de 12 de maio de 1998 e diz que o cultivo em pequena ou grande escala de diversos entorpecentes, psicotrópicos, imunossupressores e precursores é proibido. 

Para cultivá-las é necessário ter uma autorização especial da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). 

Veja algumas delas:

1. Cravagem de Centeio

Não só a cannabis: 7 plantas que também são proibidas no Brasil

A cravagem de centeio, também conhecida como Fogo de Santo Antônio, na verdade, é um fungo parasita do centeio rico em ergotamina, substância usada na fabricação do LSD (síntese do ácido lisérgico). Ele é conhecido por afetar o sistema circulatório e pode provocar alucinações. 

O problema é que o consumo de alimentos infectados, principalmente pães feitos com o cereal, podem levar à morte por ergotismo, um tipo de intoxicação. 

Por outro lado, o fungo também tem lá os seus benefícios medicinais. A substância é explorada pela indústria farmacêutica para o tratamento de enxaqueca e hemorragia uterina no pós-parto. 

2. Trombeteira

Não só a cannabis: 7 plantas que também são proibidas no Brasil

A trombeta ou trombeteira é comumente encontrada na beira dos rios e produz grandes flores amareladas. A sua aparência pode passar despercebida para quem não conhece os seus efeitos. Na verdade, muitos a cultivam sem saber que é proibida.

Contudo, todas as partes da planta são consideradas tóxicas. O chá da trombeteira, por exemplo, pode resultar em fortes alucinações e delírios, além de taquicardia, confusão e até paralisia da musculatura. 

Já do ponto de vista fitoterápico, a planta pode ser usada para o controle da asma, Parkinson, espasmos musculares e convulsões. 

3. Coca

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Sim, estamos falando da planta usada na fabricação da cocaína. Além do vício as suas substâncias podem levar a taquicardia, arritmia, ansiedade, paranoia, convulsões e por fim, a morte. 

Por outro lado, a planta é considerada sagrada em países como a Bolívia e o Peru, que permitem o cultivo.

Também não poderíamos deixar de falar sobre os seus benefícios medicinais. A coca possui propriedades antioxidantes, além de ser útil na formação de células musculares e na prevenção de úlceras e gastrites.

4. Peiote

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Trata-se de um cacto nativo do México e dos Estados Unidos rico em mescalina (adivinha? Uma substância psicodélica!). Assim como outras plantas, ele também é usado em rituais religiosos desde a antiguidade.

Muitos usuários relatam experiências místicas, que podem durar de 10 a 12 horas, quando consumidas em forma de chá. A planta também tem propriedades medicinais que são usadas para problemas cardíacos, respiratórios, infecções bacterianas, além de ajudar a controlar a febre. 

Mas como nem tudo são flores, os cactos também podem causar náuseas, vômitos, taquicardia, surtos psicóticos, suor excessivo e dilatação da pupila. 

5. Papoula

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Aparentemente, a planta pode parecer inofensiva, mas o seu cultivo foi proibido depois da crise de opioides que aconteceu nos Estados Unidos na Europa no final da década de 1990.

Isso porque a papoula é conhecida como a “mãe dos opáceos”, incluindo o ópio e a heroína. O seu látex, bem parecido com o da seringueira, produz  morfina, codeína, papaverina e outras substâncias. 

O que pode ser benéfico no tratamento de várias doenças, mas o seu uso exagerado também pode causar vício, taquicardia, aumento da pressão arterial, ansiedade, irritabilidade e dores.

Por outro lado, as suas sementes podem ser importadas e usadas na culinária, pois não produzem efeitos entorpecentes.

6. Prestonia

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Nativa do Brasil, mais especificamente da floresta amazônica, a flor possui bastante DMT (dimetiltriptamina). Apesar de ser uma substância produzida pelo organismo humano, também é encontrada em algumas plantas.

O DMT funciona como um agonista da serotonina, pois funciona nos mesmos receptores do neurotransmissor. 

Ela é ingerida fumada, no chá e até em infusões, mas pode resultar em efeitos alucinógenos, como distorções visuais e auditivas, euforia, ansiedade, tontura, náusea e até aumento da pressão arterial. 

7. Salvia divinorum

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A espécie de sálvia foi proibida no Brasil em 2012. Segundo a Anvisa, a decisão está de acordo com as recomendações da JIFE (Junta Internacional de Fiscalização de Entorpecentes), e também é proibida em países como Austrália, Bélgica, Dinamarca, Coreia do Sul e em alguns estados dos EUA.

A planta é consumida tradicionalmente mastigada ou no suco. Embora não haja a constatação de nenhum grau de toxicidade, a Salvia Divinorum possui uma substância psicoativa chamada salvinorina.

Composto que tem gerado polêmica, pois nunca houve nenhum tipo de problema registrado envolvendo a planta.  

Legislação brasileira

No Brasil, a cannabis é aprovada apenas para fins medicinais e só pode ser comprada com receita. 

Atualmente, ela pode ser adquirida através de importações, nas farmácias e até por associações de pacientes. 

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