De acordo com uma pesquisa divulgada em janeiro, mulheres que usam maconha regularmente são menos propensas a desenvolverem diabetes mellitus.
A pesquisa foi realizada pela Universidade do Texas, nos Estados Unidos, onde os pesquisadores analisaram os dados de 15.062 participantes da Pesquisa Nacional de Exame de Saúde e Nutrição (NHANES).
Com a análise, foi possível perceber que as mulheres que relataram consumir cannabis frequentemente, tinham menos da metade de chances de desenvolver diabetes, comparado às mulheres que não utilizam a erva.
A condição afeta milhões de pessoas em todo o planeta. É ocasionada por uma falha metabólica em produzir ou processar insulina, o que consequentemente, ocasiona em níveis elevados de açúcar no sangue.
De acordo com a Federação Internacional de Diabetes, cerca de 6,7 milhões de pessoas morreram com a condição no ano passado. Só no Brasil, foram mais de 214 mil.
Parece que a possível “imunidade” dada pela maconha, era apenas por consumidoras frequentes. De acordo com o levantamento, aquelas que utilizavam maconha ocasionalmente, eram tão propensas à diabetes quanto as que não usavam.
Já nos homens, o uso ou a falta da erva não teve impacto na condição.
“Mais estudos são necessários para explorar a heterogeneidade baseada no sexo – e os fatores individuais e contextuais responsáveis – na associação entre uso de cannabis e diabetes mellitus”, relata o estudo publicado na revista Cannabis and Canabinoids Research.
O estudo é apenas observacional, por isso, carece de novas investigações para entender essa relação. Contudo, há outras pesquisas que mostram uma possível conexão entre a cannabis e a diabetes.
Um estudo feito em 2017, por exemplo, demonstrou que o THCV (tetrahidrocanabivarina) foi capaz de reduzir os níveis de açúcar no sangue de pessoas com diabetes tipo 2.
Outra pesquisa mais recente, mostrou que o CBM (canabimovona), pode ter o potencial de estimular a sinalização da insulina.
Assim como o nosso corpo, a cannabis produz canabinoides, que atuam nos receptores do organismo para ajudar a regular a homeostase, ou seja, o equilíbrio de várias funções do corpo humano.
Se uma pessoa está com febre, por exemplo, são os canabinoides que sinalizam que a temperatura precisa baixar.
Tainara Cavalcante
Jornalista pela Facom (Faculdade Paulus de Comunicação) e pós doutoranda na FAAP (Fundação Armando Alves Penteado) em Jornalismo Digital, atua como produtora de conteúdo no Cannalize, Dr. Cannabis e Cannect. Amante de literatura, fotografia e conteúdo de qualidade.
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