Nos últimos dias, a empresa de investimentos Vitreo publicou um balanço do primeiro semestre, e mostrou um aumento superior a 15% desde abril no mercado de cannabis. O crescimento pode estar relacionado a vários fatores, como o setor ser considerado serviço essencial durante a pandemia, a entrega de delivery durante a quarentena e até a facilitação do acesso com cartões de crédito.
A empresa Brasileira é a primeira a lançar investimentos voltados a brasileiros, o que mostra que há muitos interessados no setor aqui no Brasil também.
A cannabis já se tornou commodity em muitos países, como Canadá, Uruguai e Colômbia, que faturam milhões com o uso recreativo e medicinal. O Estados Unidos é o principal atuante neste mercado, faturando cerca de 10 bilhões só no ano passado (2019).
O potencial financeiro da planta também atraiu outros países, que estão mudando suas regularizações e até incentivando o plantio. Um exemplo é o governo da Holanda, que recentemente recrutou cultivadores para venderem a erva nos mercados já em julho.
A decisão veio como uma forma de estudo em grande escala, o país liberou a venda em apenas dez cidades para medir o nível de criminalidade, saúde e ordem pública. A medida chegou com cautela, mas o seu alvo é o mercado.
Outro exemplo é o Líbano. Para contar os efeitos da COVID-19 na economia, que já estava abalada desde o começo do ano, o país conservador liberou a produção de cannabis em abril e já visava um rendimento de pelo menos, um bilhão.
Sem contar com as parcerias entre países, que não visam apenas a planta, mas também a tecnologia deste setor. A Europa, por exemplo, está se destacando como um dos maiores mercados do planeta, por causa das suas colaborações conjuntas e com outros continentes.
Como por exemplo, a Alemanha. Ela autorizou o cultivo doméstico, mas ainda importa da Holanda e Canadá. Ou a Grécia e a Polônia que também tem se tornado um forte fornecedor para a Europa Ocidental e República Tcheca.
Há exemplos de correlação até aqui na América Latina. Apesar de ser proibida no Brasil e alguns outros países, estima-se que o tráfico movimente cerca de 9 bilhões entre todo o continente.
Um estudo recente mostrou que o Brasil pode ser um forte exportador de cânhamo, uma derivação da cannabis sativa com baixo teor de THC, composto que gera os efeitos alucinógenos da planta.
O país tem as condições climáticas perfeitas e muito terreno, além de uma vasta experiência, como o terceiro maior exportador agrícola do mundo.
Sem contar com investimentos medicinais. Depois da autorização da venda de produtos à base de canabidiol nas farmácias, a indústria de cannabis ficou mais otimista em relação ao país e já começou a investir.
Segundo uma pesquisa do DataSenado realizada em 2019, mais de 80% dos brasileiros têm um olhar positivo sobre a cannabis e 75% aprovam o uso medicinal. Dado mais que relevante para causar euforia das companhias interessadas em investir.
Desde então, algumas empresas estrangeiras já fizeram parcerias para fornecer materiais e até cursos sobre as propriedades da planta em hospitais e centros de saúde. Alguns fóruns que reúnem investidores também demonstram um cenário muito otimista, que espera ansiosamente autorizações mais liberais.
Uma das principais barreiras é o cultivo. O plantio em solo brasileiro ainda é proibido, o que gera um custo maior em medicamentos e produtos à base da planta e consequentemente, torna-se inacessível para boa parte dos pacientes que precisam da cannabis.
Na câmara, e no senado há diversas propostas para o plantio aqui no país, o que traria uma economia maior para os consumidores, além de um maior investimento e um novo mercado. No entanto, ainda há uma resistência enorme por parte de políticos conservadores.
Tainara Cavalcante
Jornalista pela Fapcom (Faculdade Paulus de Comunicação) e pós graduada na FAAP (Fundação Armando Alves Penteado) em Jornalismo Digital, atua como produtora de conteúdo no Cannalize, Dr. Cannabis e Cannect. Amante de literatura, fotografia e conteúdo de qualidade.
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