Mercado canábico pode render mais de 300 mil empregos, segundo estudo

Mercado canábico pode render mais de 300 mil empregos, segundo estudo

Sobre as colunas

As colunas publicadas na Cannalize não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem o propósito de estimular o debate sobre cannabis no Brasil e no mundo e de refletir sobre diversos pontos de vista sobre o tema.​

Sem o cultivo em solo brasileiro, maior parte do dinheiro vai para as importações. Por isso, além da especialização de profissões comuns, o ganho também iria para os cofres públicos. 

Apesar do uso restrito, a indústria canábica ainda é otimista em relação ao Brasil. Segundo uma pesquisa lançada recentemente,  o mercado de cannabis movimentou mais de 20 milhões só até a metade deste ano. 

Contudo, apenas uma empresa tem autorização para produzir, sem contar que o cultivo ainda é ilegal no país. Por isso, a maior parte deste valor vai para fora através das importações. 

A estimativa é que 34 mil pessoas tenham autorização para importar, número que só vem crescendo. Nos últimos cinco anos, o aumento foi de 1.780%. Até o ano passado, cerca de 20 mil pessoas importaram medicamentos canábicos. 

Tanto é que no começo de outubro, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) criou uma nova resolução para simplificar o processo e agilizar a liberação dos pedidos. A nova RDC 570/21 alterou a resolução 335/20 e facilitou principalmente o processo de cadastramento.

Geração de empregos para o mercado

Um projeto de lei para o plantio de cannabis no Brasil ganhou destaque nos últimos meses, principalmente depois que foi  aprovada em comissão especial e encaminhada ao Senado. Caso vire lei, produtos derivados da planta podem ser uma alternativa para cerca de 7 milhões.

Segundo o relatório da empresa Clever Leaves, com a produção regulamentada, o país poderia gerar até 328 mil novos empregos em quatro anos. 

A pesquisa se baseou no mercado canábico lá fora. Nos EUA, em estados onde a cannabis medicinal e recreativa é legalizada,  o número de novos postos de trabalho chegou a 371 mil. 

O número é ainda maior que a quantidade de engenheiros elétricos e dentistas, de acordo com dados da US Bureau of Labor Statistics. 

Especialização de profissões que já existem

Em entrevista à revista Exame, o fundador da aceleradora The Green Hub, Marcelo Grecco destacou que o que já é perceptível é a especialização em profissões já existentes, que migram para o setor canábico.

Com um olhar voltado à medicina, médicos, veterinários, farmacêuticos, enfermeiros começam a ter um olhar mais criterioso aos canabinoides, principais substâncias presentes na planta. 

Hoje já é possível ver matérias nas grades curriculares sobre as propriedades medicinais da planta em algumas universidades do país, ou cursos extracurriculares abertos ao público e a tendência é crescer.

Sem contar com o incentivo a novas pesquisas. No começo do mês três universidades públicas do Brasil obtiveram um total de 15 milhões de reais para utilizar o Canabidiol (CBD) em seis estudos diferentes. 

Ilustração: Sarah Grillo/Axios

Mercado ainda mais abrangente 

Com um cenário de cultivo, a especialização de agrônomos e bioquímicos também farão parte do novo segmento.  

A lista ainda se estende quando falamos do uso industrial. As fibras da cannabis são úteis desde têxteis até combustível, aumentando ainda mais a cadeia de produção e geração de trabalho. 

Com o uso adulto permitido nos Estados Unidos, novas profissões foram criadas, como o budtender e Master Grower, que são especialistas nas variedades da planta.  Um futuro que também é estimado para o Brasil.

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