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Saúde e Ciência

Mercado canábico pode render mais de 300 mil empregos, segundo estudo



14/10/2021



Sem o cultivo em solo brasileiro, maior parte do dinheiro vai para as importações. Por isso, além da especialização de profissões comuns, o ganho também iria para os cofres públicos. 

Apesar do uso restrito, a indústria canábica ainda é otimista em relação ao Brasil. Segundo uma pesquisa lançada recentemente,  o mercado de cannabis movimentou mais de 20 milhões só até a metade deste ano. 

Contudo, apenas uma empresa tem autorização para produzir, sem contar que o cultivo ainda é ilegal no país. Por isso, a maior parte deste valor vai para fora através das importações. 

A estimativa é que 34 mil pessoas tenham autorização para importar, número que só vem crescendo. Nos últimos cinco anos, o aumento foi de 1.780%. Até o ano passado, cerca de 20 mil pessoas importaram medicamentos canábicos. 

Tanto é que no começo de outubro, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) criou uma nova resolução para simplificar o processo e agilizar a liberação dos pedidos. A nova RDC 570/21 alterou a resolução 335/20 e facilitou principalmente o processo de cadastramento.

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Geração de empregos para o mercado

Um projeto de lei para o plantio de cannabis no Brasil ganhou destaque nos últimos meses, principalmente depois que foi  aprovada em comissão especial e encaminhada ao Senado. Caso vire lei, produtos derivados da planta podem ser uma alternativa para cerca de 7 milhões.

Segundo o relatório da empresa Clever Leaves, com a produção regulamentada, o país poderia gerar até 328 mil novos empregos em quatro anos. 

A pesquisa se baseou no mercado canábico lá fora. Nos EUA, em estados onde a cannabis medicinal e recreativa é legalizada,  o número de novos postos de trabalho chegou a 371 mil. 

O número é ainda maior que a quantidade de engenheiros elétricos e dentistas, de acordo com dados da US Bureau of Labor Statistics. 

Especialização de profissões que já existem

Em entrevista à revista Exame, o fundador da aceleradora The Green Hub, Marcelo Grecco destacou que o que já é perceptível é a especialização em profissões já existentes, que migram para o setor canábico.

Com um olhar voltado à medicina, médicos, veterinários, farmacêuticos, enfermeiros começam a ter um olhar mais criterioso aos canabinoides, principais substâncias presentes na planta. 

Hoje já é possível ver matérias nas grades curriculares sobre as propriedades medicinais da planta em algumas universidades do país, ou cursos extracurriculares abertos ao público e a tendência é crescer.

Sem contar com o incentivo a novas pesquisas. No começo do mês três universidades públicas do Brasil obtiveram um total de 15 milhões de reais para utilizar o Canabidiol (CBD) em seis estudos diferentes. 

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Ilustração: Sarah Grillo/Axios

Mercado ainda mais abrangente 

Com um cenário de cultivo, a especialização de agrônomos e bioquímicos também farão parte do novo segmento.  

A lista ainda se estende quando falamos do uso industrial. As fibras da cannabis são úteis desde têxteis até combustível, aumentando ainda mais a cadeia de produção e geração de trabalho. 

Com o uso adulto permitido nos Estados Unidos, novas profissões foram criadas, como o budtender e Master Grower, que são especialistas nas variedades da planta.  Um futuro que também é estimado para o Brasil.

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Tainara Cavalcante

Jornalista pela Fapcom (Faculdade Paulus de Comunicação) e pós graduanda na FAAP (Fundação Armando Alves Penteado) em Jornalismo Digital, atua como produtora de conteúdo no Cannalize, Dr. Cannabis e Cannect. Amante de literatura, fotografia e conteúdo de qualidade.