Será que é melhor esperar? Alguns estudos vêm mostrando que o uso da maconha por adolescentes pode ser prejudicial para o desenvolvimento do cérebro
A maconha é a droga ilícita mais utilizada não só no Brasil, mas também no mundo todo e consumida por várias faixas etárias, principalmente entre os jovens. Tanto, que o número de consumidores de 12 a 17 anos aumentou para 10,7%.
Mas por causa da ilegalidade, a erva também carrega vários estigmas, como “a porta de entrada para outras drogas” e até a “queima de neurônios”, o que não é verdade. Estudos mostram o contrário, parece que a cannabis estimula as conexões neurais.
Por outro lado, isso pode não ser bom para jovens e adolescentes. De acordo com estudos, usar a planta não importa muito, mas sim a idade que se começa.
Segundo uma nova pesquisa feita pela Universidade de Melbourne, na Austrália, pessoas que consomem maconha desde novas não são muito boas em aprender e corrigir erros, mesmo que estejam cientes disso.
A cientista pós-doutorado e principal autora do estudo, Gezelle Dali, escreveu que isso acontece porque quanto mais cedo as pessoas utilizam maconha, maiores são as chances de prejudicar o desempenho.
“É provável que isso se deva ao fato de que, quando você é jovem, seu cérebro ainda está se desenvolvendo – ele não para de se desenvolver até os 25 anos de idade.”
Parece que quando se é jovem, a conexão entre neurônios é bem mais ativa, mas o estímulo da cannabis pode ser demais, causando confusão mental e falta de motivação.
De acordo com outra pesquisa publicada na Jama Psychiatry, por exemplo, há a possibilidade de alterações no desenvolvimento do cérebro de adolescentes que utilizam a erva com altas doses de THC (Tetrahidrocanabinol), substância que gera o famoso “barato” da maconha.
Para este estudo, foram analisados dados de ressonância magnética de quase 800 adolescentes ao longo de cinco anos. O uso moderado ou alto da substância tende a reduzir uma área do cérebro envolvida no planejamento, tomada de decisão, memória de trabalho e aprendizagem.
Por outro lado, é importante ressaltar que as pesquisas ainda são insuficientes para bater o martelo.
Você deve estar se perguntando: Mas e como o uso medicinal entra na história?
A cannabis tem sido de grande ajuda para crianças e adolescentes com doenças como autismo e epilepsia refratária. Por muitas vezes, a única opção que realmente funciona.
Por outro lado, os tratamentos contém concentrações de canabinoides específicos. Óleos à base de cannabis, por exemplo, são feitos geralmente com mais CBD (canabidiol) que o THC, uma substância com efeitos diferentes.
É importante ressaltar que qualquer produto feito com a cannabis precisa ser prescrito por um médico, que poderá te orientar de forma específica e indicar qual o melhor tratamento para a sua condição.
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Tainara Cavalcante
Jornalista pela Facom (Faculdade Paulus de Comunicação) e pós doutoranda na FAAP (Fundação Armando Alves Penteado) em Jornalismo Digital, atua como produtora de conteúdo no Cannalize, Dr. Cannabis e Cannect. Amante de literatura, fotografia e conteúdo de qualidade.
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