Segundo um estudo recente realizado no Reino Unido, o uso frequente de maconha na adolescência pode trazer complicações vinte anos depois. Caso queiram ter filhos em alguma época da vida, é possível que o futuro bebê nasça prematuro.
A maconha não tem o poder de “queimar neurônios”, mas pode sim afetar o cérebro. Principalmente a memória de curto prazo. Efeito que acontece durante o uso, mas se a droga é consumida todos os dias, pode até reter informações.
Reação pode voltar ao normal, caso o indivíduo deixe de usar a substância em até sete dias. A maioria dos efeitos prejudiciais da maconha não são permanentes.
O problema é quando o cérebro ainda está em formação, como é o caso dos adolescentes. As reações no corpo são mais intensas que em uma pessoa adulta.
A suspeita é a ativação dos receptores no hipocampo, é como se fosse uma central da memória. O que pode produzir fragmentação do pensamento, desconexão de associações e aumento na distração. Já falamos disso aqui.
Um estudo publicado na revista científica Jama Psychiatry revisou 3.142 artigos publicados sobre o assunto e estudou a evolução de mais de 23 mil adolescentes que usavam uma quantidade alta de maconha.
Os resultados mostraram que eles tinham 37% mais chances de desenvolver depressão e 50% pensamentos suicidas. Os dados abordam questões multifatoriais, mas mesmo assim, são de grande preocupação para os pais.
Contudo, é importante ressaltar que o tetrahidrocanabinol (THC), principal, componente que gera os efeitos alucinógenos da cannabis, não é um vilão. Ele tem ajudado crianças e adolescentes principalmente para tratamento de convulsões e dores crônicas.
Além do cérebro, parece que há uma nova preocupação. Segundo um estudo feito na Universidade de Bristol, no Reino Unido, adolescentes que usam frequentemente a maconha têm mais chances de terem bebês prematuros.
Consequência que pode se prolongar por até 20 anos depois. Publicada no periódico Scientific Reports, a pesquisa avaliou também o uso de tabaco, substância que em que a relação com o nascimento prematuro já era conhecida.
Foram avaliados 665 voluntários de 14 a 29 anos. Eles foram acompanhados antes e depois da gravidez.
Os resultados mostraram que o uso da maconha, principalmente por adolescentes entre 15 a 17 anos, seja menino ou menina, pode interferir na gravidez futura.
Os dados ainda mostram uma incidência até seis vezes maior, em comparação com jovens que não utilizaram a planta durante a fase.
Consequentemente, o estudo também mostrou que as crianças que os pais tinham feito o uso de drogas, como a maconha e o tabaco, nasciam com um baixo peso e com maiores riscos de desenvolver algum problema de saúde.
Contudo, considerando que o número de pais na pesquisa era maior, mais estudos sobre o assunto ainda precisam ser desenvolvidos.
Tainara Cavalcante
Jornalista pela Fapcom (Faculdade Paulus de Comunicação) e pós graduanda na FAAP (Fundação Armando Alves Penteado) em Jornalismo Digital, atua como produtora de conteúdo no Cannalize, Dr. Cannabis e Cannect. Amante de literatura, fotografia e conteúdo de qualidade.
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