Fevereiro Laranja A cannabis pode tratar o lúpus
O LES (eritematoso sistêmico), popularmente conhecido como lúpus, é uma doença autoimune crônica que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, com maior prevalência em mulheres em idade fértil.
Apesar de ser uma condição relativamente comum, o lúpus ainda é cercado de estigmas, o que dificulta o diagnóstico precoce e o tratamento adequado. No Brasil, estima-se que haja cerca de 65 mil casos, segundo dados do Ministério da Saúde.
O lúpus ocorre quando o sistema imunológico, responsável por defender o organismo de invasores como vírus e bactérias, passa a atacar tecidos saudáveis do corpo.
Isso pode resultar em inflamações e danos em diversas partes do organismo, como pele, articulações, rins, cérebro, coração e pulmões.
Os sintomas variam amplamente, incluindo fadiga intensa, dor nas articulações, lesões cutâneas, febre e sensibilidade à luz solar. Por ser uma doença de manifestações variadas, muitas vezes é confundida com outras condições, o que pode retardar o diagnóstico.
O diagnóstico do lúpus é complexo e depende da avaliação clínica, exames laboratoriais e, em alguns casos, biópsias.
Não há um teste único que confirme a doença, o que exige um olhar atento e multidisciplinar dos profissionais de saúde. A demora no diagnóstico pode agravar os sintomas e levar a complicações graves, como insuficiência renal e problemas cardiovasculares.
O tratamento do lúpus visa controlar os sintomas, reduzir a inflamação e prevenir surtos. Medicamentos como anti-inflamatórios, corticoides e imunossupressores são comumente utilizados.
Recentemente, avanços na medicina trouxeram terapias biológicas, que têm mostrado resultados promissores no controle da doença. No entanto, o acesso a esses tratamentos ainda é limitado, especialmente no sistema público de saúde.
A falta de conhecimento sobre o lúpus não se restringe à população em geral. Muitos profissionais de saúde também enfrentam dificuldades para identificar a doença, o que reforça a necessidade de campanhas de conscientização e capacitação.
Organizações não governamentais e associações de pacientes têm desempenhado um papel crucial nesse sentido, promovendo eventos, palestras e materiais informativos.
Além disso, o apoio psicológico é fundamental para os pacientes com lúpus. A doença, muitas vezes invisível aos olhos dos outros, pode levar a sentimentos de isolamento e depressão.
A criação de redes de apoio e a promoção de políticas públicas voltadas para a saúde mental são essenciais para melhorar a qualidade de vida desses indivíduos.
O lúpus é uma doença que exige atenção contínua e investimentos em pesquisa, diagnóstico e tratamento.
No mês de maio, celebra-se o Dia Mundial do Lúpus, uma oportunidade para ampliar a discussão sobre o tema e cobrar ações concretas dos governos e instituições de saúde.
Enquanto a cura não é descoberta, a conscientização e o apoio aos pacientes são as melhores armas para enfrentar essa batalha invisível.
Antes de entender como a cannabis funciona, é importante entender que como o organismo trabalha. Quando o nosso sistema imunológico está funcionando corretamente, ele luta contra possíveis ameaças e doenças.
Quando ficamos doentes, as células deste sistema criam uma espécie de memória que ajuda o corpo a se lembrar daquela de um ataque e agir de forma mais rápida. É assim que funciona as vacinas, por exemplo.
Segundo uma pesquisa realizada em 2019, vários estudos apontam que a cannabis tem uma ação anti-inflamatória e imunossupressora.
O CBD (canabidiol), por exemplo, é capaz de suprimir as funções de citocinas, quimiocinas e células T, que são responsáveis por identificar e destruir células infectadas, modular a resposta celular e regular inflamações.
Com este mecanismo de ação, a cannabis tem sido uma grande aposta para doenças autoimunes, como o lúpus.
A sua ação anti-inflamatória também é de grande ajuda na rigidez e dores nas articulações causadas pelo lúpus sistêmico.
Outra vantagem é a segurança e os poucos efeitos colaterais em comparação com o tratamento convencional. Inclusive, esse é um dos motivos pelo qual o tratamento tem sido bem aceito pela comunidade médica.
Na maioria das vezes, os efeitos são resumidos a dor de cabeça, sonolência e tontura.
É importante destacar que a cannabis funciona através do Sistema Endocanabinoide. Um sistema do organismo que regula várias funções do corpo, como fome, sono, humor, sistema nervoso e, claro, sistema imunológico.
Através de receptores espalhados pelo organismo, os chamados canabinoides, moléculas desenvolvidas pelo próprio corpo, ajudam a restaurar o equilíbrio das funções. A cannabis também possui canabinoides, por isso é útil no combate de tantas doenças.
De acordo com uma pesquisa desenvolvida em Roma, há sinais significativos de que a regulação desse sistema tem um importante papel na resposta ao lúpus, o que pode ser bastante útil para um tratamento à base de cannabis.
Outra pesquisa realizada na Universidade da Carolina do Sul, nos Estados Unidos, apontou que um canabinoide sintético teve efeitos positivos no combate à doença.
Outro estudo desenvolvido pela mesma universidade mostrou que a cannabis pode ser de grande ajuda em condições autoimunes em que a inflamação é muito presente. Isso porque os canabinoides da planta podem reprimir algumas funções imunes, como a inflamação.
Mais uma pesquisa realizada em 2009 mostrou que o CBD inibe a proteína inflamatória interleucina-2 ao mesmo tempo que estimula o aumento das proteínas anti-inflamatórias interleucina-10.
O canabidiol ainda inibe a interleucina-6, uma proteína associada a doenças autoimunes.
Além de anti-inflamatório e imunossupressor, o canabidiol não produz dependência, pois o composto que pode causar o efeito é o Tetrahidrocanabinol (THC). Contudo, o uso controlado da substância também não gera vício.
A cannabis também pode ajudar na redução da dor, inclusive dores não tratáveis e parcialmente tratáveis, pois além de anti-inflamatório também promove efeitos analgésicos.
O próprio THC é bastante interessante para diminuir as dores em pacientes com esclerose, fibromialgia e outras dores crônicas.
Contudo, é importante lembrar que ainda não há estudos suficientes que comprovem a eficácia do tratamento canábico para lúpus diretamente.
O que temos até agora são relatos de casos de pessoas que testaram a cannabis como tratamento e tiveram resultados positivos e pesquisas mais robustas nos efeitos da planta no tratamento de dores crônicas e doenças autoimunes em geral, por conta da ação no sistema imunológico.
Como por exemplo, um estudo apresentado na Lúpus Corner. Embora não tenha sido focado na doença, ele revelou que setecentos e oitenta e um indivíduos utilizaram o CBD para vários motivos, inclusive para Lúpus.
Mas, 83% dos pacientes que trataram os sintomas da condição, relataram que recomendariam a cannabis para outros pacientes.
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Tainara Cavalcante
Jornalista pela Fapcom (Faculdade Paulus de Comunicação) e pós graduanda na FAAP (Fundação Armando Alves Penteado) em Jornalismo Digital, atua como produtora de conteúdo no Cannalize, Dr. Cannabis e Cannect. Amante de literatura, fotografia e conteúdo de qualidade.
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