Recentemente a UK Cannabis Medical Registry, do Reino Unido, levantou dados de pesquisas sobre a cannabis como tratamento alternativo para dor e os resultados foram promissores.
A proposta era avaliar como os produtos feitos com a planta podem ser úteis para tratar dores crônicas e até sintomas associados. A instituição também levantou registros médicos de mais de 200 pacientes que fazem o uso do tratamento canábico.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Estudos da Dor (SBED), em 2018, cerca de 60 milhões de pessoas relataram sentir dores crônicas. Número que representa, pelo menos, 37% da população que poderia se beneficiar do tratamento canábico.
Segundo a análise, alguns estudos observacionais já identificaram associações entre medicamentos feitos com a cannabis e reduções significativas na intensidade da dor. Além da melhoria na qualidade de vida do paciente.
Contudo, os estudos clínicos randomizados, isto é, feitos em voluntários acompanhados e controlados pelos pesquisadores, têm mostrado resultados diferentes e conflitantes. Por isso, um banco de registros de pacientes foi criado para ajudar a entender melhor os dados.
Para avaliar o potencial da cannabis na dor, um total de 289 pacientes responderam quatro tipos de questionários:
190 deles foram aptos para documentar suas evoluções no tratamento. Dentre o número, 135 relataram avanços em um mês, 68 em três meses e 64 em um período de seis meses.
De forma generalizada, os pacientes mostraram melhorias significativas em um, três e seis meses de uso da cannabis na ansiedade, no sono, dores e desconfortos.
De acordo com a análise, também foi possível perceber uma diminuição na intensidade da dor dos pacientes. Isso porque o primeiro e o último questionário tiveram resultados positivos nos três períodos avaliados.
Também foram observadas melhoras na mobilidade nos meses um a três e resultados promissores na ansiedade e depressão já no primeiro mês.
Alguns dos voluntários tinham prescrição médica para morfina oral, que foi reduzida significativamente depois de três meses do uso da cannabis medicinal.
O consumo médio do opioide era de 24,0 mg. Depois de três meses diminuiu para 15,0 mg e depois de seis meses, para 10,5 mg.
No entanto, o tratamento alternativo também causou reações adversas. 18,7% dos pacientes relataram pelo menos um evento adverso e 8,7% dos pacientes relataram dois ou mais.
Os principais efeitos foram náusea e fadiga, mas foram considerados leves e moderados.
Tainara Cavalcante
Jornalista pela Facom (Faculdade Paulus de Comunicação) e pós doutoranda na FAAP (Fundação Armando Alves Penteado) em Jornalismo Digital, atua como produtora de conteúdo no Cannalize, Dr. Cannabis e Cannect. Amante de literatura, fotografia e conteúdo de qualidade.
Inscreva-se grátis na nossa Newsletter!
Leis sobre cannabis diminuem a prescrição de benzodiazepínicos
Agosto Laranja: O papel da cannabis na Esclerose Múltipla
THC manteve o cérebro de ratos mais “jovens”, segundo estudo
CBD pode ter proteção solar, segundo estudo
Chá de cannabis alivia a dor de pacientes fibromiálgicos
Cannabis pode causar problemas na gestação, segundo estudo
Copyright 2019/2023 Cannalize – Todos os direitos reservados
Solicitação de remoção de imagem
Termos e Condições de Uso