Uma descoberta recente publicada no Journal of the Institute of Archaeology of Tel Aviv University, na última quinta-feira (28/05/2020), mostrou que a cannabis era queimada junto aos incensos e sacrifícios, em rituais sagrados há 8 a. C. A novidade foi encontrada no sítio arqueológico de Tel Arad, na região que pertencia à fronteira sul da cidade bíblica de Judá.
A cannabis, que estava em estado orgânico e solidificado na cor preta, foi encontrada em dois altares de calcário, e era usada pelo menos de dois jeitos. Segundo o estudo, ela era misturada à esterco animal, para facilitar o aquecimento, e também misturada a gordura animal, para ajudar na evaporação.
Os altares foram achados em um templo descoberto na década de 1960, eles estavam enterrados, e tinham cerca de 2,7 mil anos de idade. O fato de estarem debaixo da terra, ajudou na preservação do material. Esta e é a primeira evidência de drogas psicotrópicas em rituais judaicos, segundo a imprensa de Israel.
O estudo ainda acrescenta que a cannabis poderia tenha sido usada em cultos no primeiro templo de Jerusalém, por causa da proximidade. No entanto, o templo está inacessível para os arqueólogos.
A origem da planta, segundo os pesquisadores, era da Arábia, o que indica a participação desta cultura no mercado de Judá.
Essa não é a única evidência que da planta na prática de cultos na história da humanidade. Ela foi utilizada em diversas culturas como uma maneira de “abrir a mente” para novas percepções espirituais.
Ela é considerada até hoje uma das cinco plantas mais sagradas do hinduísmo, e significa uma fonte de alegria e libertação para afastar os medos que percorrem a vida, na religião.
Os budistas também utilizam a planta para “melhorar a consciência” e trazer disposição para os momentos de meditação. A ideia é deixar as pessoas “espiritualmente mais sensíveis”.
Religiões asiáticas também eram adeptas da cannabis em suas práticas, como o taoísmo da China, que visa proporcionar o “equilíbrio do universo”. Assim também como xitoísmo no Japão. Lá a erva é usada para “espantar os maus espíritos” e ia até no véu das noivas, o que para a cultura ocidental é o branco que representa pureza no casamento, na religião japonesa, é a cannabis.
E o uso da planta na religião não ficou no passado, muitas destas seguem utilizando a cannabis em seus rituais, mesmo ela sendo proibida em vários países.Com por exemplo, o Rastafari, que considera a planta sagrada para eliminar energias negativas e iluminar a mente.
Em 2012, um homem foi preso aqui no Brasil por ter 37 pés de cannabis em seu sítio, segundo ele, o cultivo era por causa da religião. No entanto, o homem foi condenado a mais de 10 anos de prisão. Ele tentou recorrer, mas continua na cadeia.
Em 2015 nos Estados Unidos, a 1ª Igreja da Maconha foi reconhecida pelo Estado, com direito a isenção fiscal. A “religião” foi fundada poucos meses depois da Religious Freedom Restoration Act, ser aprovada em Indiana para “proteger a liberdade religiosa”.
Tainara Cavalcante
Jornalista pela Facom (Faculdade Paulus de Comunicação) e pós doutoranda na FAAP (Fundação Armando Alves Penteado) em Jornalismo Digital, atua como produtora de conteúdo no Cannalize, Dr. Cannabis e Cannect. Amante de literatura, fotografia e conteúdo de qualidade.
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