Iniciativa busca expandir a indústria de cannabis para empreendedores negros e hispânicos

Iniciativa busca expandir a indústria de cannabis para empreendedores negros e hispânicos

Sobre as colunas

As colunas publicadas na Cannalize não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem o propósito de estimular o debate sobre cannabis no Brasil e no mundo e de refletir sobre diversos pontos de vista sobre o tema.​

A intenção é auxiliar negros e hispânicos a entrarem e se destacarem no mercado de cannabis.

 

O projeto tem como foco ajudar empreendedores/trabalhadores negros e hispânicos a entender como eles podem aproveitar ao máximo a indústria emergente de cannabis para o uso adulto em Connecticut, estado norte-americano.

Publicado de forma on-line, a iniciativa, nomeada como Manifesto da Cannabis, contendo 93 páginas, foi projetado para expor a missão e as metas da organização.

Além disso, serve como um documento de referência para aqueles que buscam entender como negros e hispânicos podem aproveitar as oportunidades de avanço econômico proporcionadas pela legalização do uso recreativo no estado norte-americano.

Foco principal 

“A equidade social está no centro”, disse Fred McKinney, cofundador da empresa de análise econômica e consultoria BJL Solutions, em coletiva de imprensa para o anúncio do manifesto.

McKinney elogiou os esforços do Estado em centralizar sua política de maconha para compensar malefícios de anos de racismo e preconceito na questão das drogas.

“Mas, eu sei o suficiente sobre equidade social para saber que é preciso mais do que palavras”, acrescentou. 

“É preciso realmente um esforço para torná-lo realidade. Então, quando embarquei em escrever o Manifesto da Cannabis, queríamos sugerir que isso é algo que esperamos ter um impacto que vai agitar as coisas.”

Leis e políticas ultrapassadas

Além de explicar o pensamento por trás do documento, McKinney compartilhou uma história pessoal, de como chegou perto de ter a vida destruída pela política contra a maconha. 

Ele havia acabado de terminar seu primeiro ano na UCLA (Universidade da Califórnia em Los Angeles) antes de voltar para Washington, sua cidade natal, onde havia conseguido um emprego no Departamento de Recreação da cidade na histórica Escola Paul Laurence Dunbar. 

Seu irmão o levou ao seu primeiro dia de trabalho e foi parado por um policial em frente ao prédio. 

Sem que ele soubesse, seu irmão tinha um baseado no bolso. O oficial prendeu os dois, o que foi testemunhado pelo novo chefe de McKinney. 

“Eu me considero incrivelmente sortudo porque tivemos um advogado que apresentou o caso ao juiz para dar uma chance a esses dois jovens”, lembrou. “Se não tivéssemos tido essa chance, quem sabe onde minha vida teria ido.”

“Muita gente não tem chance depois de serem presas por posse de maconha. Assim, isso não é apenas algum tipo de exercício acadêmico para mim. Você pode olhar para os milhões de americanos que foram negativamente impactados pela cannabis desde 1973. Acho que temos aqui uma oportunidade de corrigir alguns erros sociais e aproveitar a legalização da cannabis recreativa em Connecticut.”

Estrutura do projeto

Enquanto McKinney foi fundamental na escrita do manifesto, Joseph Carbone, presidente e CEO da Workplace, e Carlton Highsmith, presidente do conselho da ConnCORP, também desempenharão papéis importantes na administração da Alliance for Cannabis Equity (ACE). 

Aliança composta pela incubadora (Workplace) localizada em Bridgeport e pela ConnCORP. 

Highsmith destacou como o site da ACE também ajudará as pessoas a entender se estão em uma das Áreas Desproporcionalmente Impactadas (DIA). 

Os moradores dessas áreas terão a oportunidade de solicitar uma série de “Licenças patrimoniais” reservadas pelo Estado para ajudar a garantir que os impactados pela guerra contra as drogas sejam capazes de se beneficiar da legalização. 

Segundo Highsmith, não surpreende que a maior parte de Bridgeport seja impactada significativamente. Muito por conta do forte policiamento “de cannabis”. 

Carbone também enfatizou a importância da ACE fornecer informações totalmente acessíveis. 

Ele caracterizou a ACE como sendo a fonte de acesso para qualquer pessoa com perguntas sobre o que impacta a elegibilidade de alguém que busca uma licença de venda de maconha ou considerando um emprego na indústria.

“Estamos aqui para fazer a coisa certa”, declarou Carbone. 

“Não é pessoal. Não é sobre as instituições das quais fazemos parte. Estamos aqui para fazer a coisa certa e garantir que a oportunidade esteja presente. Vamos ficar atentos, seremos minuciosos e seremos justos. Vamos tentar fazer o que é certo.”

Tags:

Artigos relacionados

Relacionadas