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Saúde e Ciência

Outras substâncias funcionam como cannabis no organismo?



28/04/2023



De acordo com o médico José Lazzarini, é possível encontrar substâncias que trabalham da mesma forma que a cannabis na natureza. Contudo, nada se compara à planta

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Há outras substâncias que funcionam como a cannabis no organismo?
Foto: Freepik

Já se perguntou o por quê a cannabis é tão eficaz em uma série de condições médicas? A planta tem sido de grande ajuda em doenças que vão desde epilepsia e autismo até Parkinson e Alzheimer

O grande segredo está nos canabinoides, pequenas moléculas que interagem no nosso organismo de forma parecida com substâncias que nós mesmos produzimos. Estas pequenas moléculas sinalizam que algo está errado e precisa ser corrigido.  

Até onde se sabe, a cannabis é a planta com a maior quantidade de canabinoides e por isso é tão explorada pela medicina. Por outro lado, a planta não é exclusiva. Há uma série de outras plantas, frutas e vegetais que também têm canabinoides.

Sistema Endocanabinoide

Mas antes de falarmos sobre elas, é importante entender melhor sobre o que é de fato o Sistema Endocanabinoide. Trata-se de um sistema que está presente em boa parte do organismo e influencia na fome, no sono, no humor, no sistema imunológico e até no sistema nervoso.

Ele funciona através da ativação de receptores, que sinalizam que algo precisa ser ajustado. 

E para ativá-los, são necessários os famosos canabinoides, moléculas que são produzidas pelo próprio corpo. Por outro lado, o organismo pode ter uma espécie de “déficit” na fabricação destas substâncias por vários motivos, até a alimentação pode influenciar. 

Mas a boa notícia é que é possível repor estes canabinoides com moléculas encontradas na natureza, como a cannabis, por exemplo. Por esta razão ela é tão útil em várias condições médicas.

Canabinoides em todos os lugares

De acordo com o diretor médico e de inovação da Elleven Healthcare, José Roberto Lazzarini, os canabinoides, como o CBD (canabidiol) também podem ser encontrados por toda a natureza, como no cacau, na equinácia, na pimenta, curcuma e até na casca da laranja.

Atualmente a ciência também já encontrou canabinoides na arruda, no linho, na sálvia e até na cenoura. Contudo, em quantidades bem menores que a cannabis.

“A cannabis é sem dúvidas a planta com mais canabinoides já encontrada e por isso é tão estudada. Embora existam canabinoides na natureza, não são em uma quantidade ao ponto de criar um produto como a cannabis”, ressalta.

Alternativas para ativar o Sistema Endocanabinoide

O uso da cannabis no Brasil não é muito barato e o acesso é um pouco restritivo. Sem contar que precisar de receita médica e, no caso de importações, uma autorização excepcional da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). 

Por isso, algumas marcas têm buscado alternativas para a planta. O diretor médico da Elleven Helthcare, por exemplo, também é médico e estuda o Sistema Endocanabinoide há cinco anos e junto com uma equipe desenvolveu um produto para ajudar na sinalização deste sistema. 

Chamado de Endocan é uma combinação de PEA + Cúrcuma + Vitaminas do complexo B (B1, B6, B9 e B12) e atua como coadjuvante para auxiliar no controle de algumas condições médicas, como doenças crônica como dores, inflamações e neuroinflamação, a exemplo do transtorno do espectro autista.

O produto é uma espécie de suplemento e basicamente aumenta a sinalização de um receptor do Sistema Endocanabinoide chamado CB2, o mesmo receptor em que o CBD atua. 

Para potencializar os efeitos, o diretor médico complementa que o produto é feito com a tecnologia especial que aumenta a sua biodisponibilidade no organismo. 

Mas o que é PEA?

De acordo com Lazzarini, o palmitoiletanolamida é um canabinoide produzido pelo próprio organismo e inibe uma enzima que degrada a Anandamida, outro canabinoide interno que possui uma ação no controle da dor, no apetite, humor e até fertilidade.

O composto é estudado desde 1957 e tem sido estudado pela sua atuação não só em dor e inflamação, como por exemplo na osteoartrite e na neuropatia periférica, mas também em algumas outras situações como o espectro autista, depressão, distúrbios do sono, recuperação muscular em atletas e dor da articulação temporomandibular.

Apenas um suplemento

Produtos como este ficam enquadrados como suplementos. Eles não precisam de receita e costumam ser bem mais baratos que a cannabis medicinal. 

Por outro lado, não têm capacidade suficiente para substituir o óleo de canabidiol, mas conseguem auxiliar em alguns tratamentos. Ou então, podem ser usados em casos leves. 

De acordo com o diretor médico, o Endocan, por exemplo, produto feito por ele a sua equipe, é um suplemento que pode auxiliar  no controle de doenças crônicas como dores, inflamações e espectro autista.

Consulte um médico 

É importante ressaltar que qualquer produto feito com a cannabis precisa ser prescrito por um profissional de saúde, que poderá te orientar de forma específica e indicar qual o melhor tratamento para a sua condição.

Caso precise de ajuda, disponibilizamos um atendimento especializado que poderá esclarecer todas as suas dúvidas, além de auxiliar na marcação de uma consulta com um médico prescritor, passando pelo processo de importação do produto até o acompanhamento do tratamento. Clique aqui.

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Tainara Cavalcante

Jornalista pela Fapcom (Faculdade Paulus de Comunicação) e pós graduanda na FAAP (Fundação Armando Alves Penteado) em Jornalismo Digital, atua como produtora de conteúdo no Cannalize, Dr. Cannabis e Cannect. Amante de literatura, fotografia e conteúdo de qualidade.