Evento médico destaca os avanços da cannabis na ciência e na vida dos pacientes

Evento médico destaca os avanços da cannabis na ciência e na vida dos pacientes

Sobre as colunas

As colunas publicadas na Cannalize não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem o propósito de estimular o debate sobre cannabis no Brasil e no mundo e de refletir sobre diversos pontos de vista sobre o tema.​

A conferência sobre cannabis medicinal destacou novos estudos, relato de pacientes e a importância tanto o trabalho das indústrias quanto associações

Nos dias 11 a 13 deste mês, aconteceu o CicMed, primeiro congresso internacional de cannabis medicinal em São Paulo. Direcionado para médicos, o evento falou não só sobre as doenças tratadas com cannabis, mas também sobre questões legais e até sobre o papel das associações.

O evento contou com a presença de vários nomes importantes no meio canábico, como Carolina Nocetti, Wilson Lessa e Paula Dall Stella, que destacaram estudos de caso com a planta e também sobre novas descobertas.

Além dos médicos, outros ícones engajados na causa também tiveram voz no evento, como o advogado Leonardo Navarro, que falou sobre os limites legais da divulgação da cannabis no Brasil e líderes de associações, como Margarette Britto, da Apepi, e Filipe Suzin, do Curando Ivo.

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Os pacientes ou familiares de pessoas que utilizam a cannabis também não ficaram de fora, como Gilberto Castro, que contou a sua história sobre o uso da planta para esclerose múltipla e Fernanda Cammarota, que relatou como o seu filho superou as expectativas. 

Cannabis como prevenção?

Uma das organizadoras do congresso, a médica Paula Vinha, também foi uma das palestrantes do evento, que falou sobre diabetes, obesidade e síndrome metabólica. 

Contudo, o que chamou atenção na sua fala, foi o uso da cannabis como prevenção a doenças.

De acordo com ela, o mau funcionamento do SE (Sistema Endocanabinoide) é um dos principais fatores de cada de doenças. Por isso, a cannabis pode agir como um estabilizador.

Como isso seria possível?

O SE nada mais é do que um sistema molecular que está presente em boa parte do organismo humano. Ele ajuda a restaurar a homeostase, ou seja, o equilíbrio da maioria das funções do corpo. 

Os chamados canabinoides encontram os receptores do sistema que ajudam a regular as funções. A boa notícia é que a cannabis também tem canabinoides, que podem funcionar da mesma forma que os nossos. 

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Cannabis apenas como uma parte do tratamento

Quem também trouxe uma outra visão sobre o tratamento canábico, foi a médica ortomolecular, Janaína Barboza, que destacou que a cannabis é apenas uma parte do tratamento. 

Segundo ela, o sistema endocanabinoide também pode ser ajustado pelo que ingerimos e precisa fazer parte do tratamento “É necessário ter uma mudança de vida para manter o equilíbro”, disse. 

Participação das associações

Embora o evento tenha voltado ao avanço da medicina canábica, houve também um painel focado no trabalho das associações, que contaram a sua história e destacaram a importância do produto associativo.

Atualmente, as entidades têm tido um papel cada vez mais importante na democratização do acesso à cannabis medicinal de qualidade.

Hoje, uma parte delas é conveniada com faculdades públicas que fazem a análise do extrato antes de ser distribuído para os associados. 

Homenagem a Elisaldo Carlini e Padre Ticão

Ao final do evento, houve ainda uma homenagem a dois ícones que lutaram pela cannabis medicinal no Brasil. Tanto o professor Elisaldo Carlini quanto o Padre Ticão, morreram entre o final de 2020 e o começo do ano passado, mas deixaram um grande legado. 

O professor Elisaldo Carlini foi um dos pioneiros na defesa da cannabis medicinal no país por 40 anos. Conhecido como pai da cannabis do Brasil, foi citado cerca de 12 mil vezes em pesquisas científicas nacionais e internacionais e recebeu duas condecorações da Presidência da República pelo trabalho como pesquisador. 

Já o Padre Ticão era pároco da Paróquia São Francisco de Assis, localizada em Ermelino Matarazzo, na zona leste de São Paulo. Foi dele a ideia de criar o projeto Escola da  Cidadania, um projeto aberto para a discussão de vários temas sociais e políticos.

Nos últimos anos, foi um importante atuante na luta canábica no país. Ele defendia a cannabis medicinal e também cedeu o espaço da paróquia para a administração do curso de cannabis, administrado pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).

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Procure um médico

É importante ressaltar que qualquer produto feito com a cannabis precisa ser prescrito por um médico que poderá indicar qual o melhor tratamento para a sua condição.

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