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Saúde e Ciência

Efeitos do canabidiol variam entre sexos, segundo estudo



13/05/2025


Assim como em vários remédios, pesquisadores da USP também constataram que os efeitos do canabidiol também variam entre sexos

Efeitos do canabidiol variam entre sexos, segundo estudo

Efeitos do canabidiol variam entre sexos, segundo estudo

Recentemente, pesquisadores da USP (Universidade de São Paulo), em Ribeirão Preto, perceberam que a exposição ao CBD (canabidiol), provoca efeitos diferentes entre sexos em ratos.

Segundo o estudo, as fases do ciclo reprodutivo das fêmeas são caracterizadas por flutuações hormonais que influenciam tanto o comportamento quanto a resposta aos medicamentos. E parece que quando falamos de cannabis, isso também acontece.

Ao analisar o tratamento com CBD em animais expostos a estímulos que evocam pânico, a pequsisa mostrou a influência da fase do ciclo estral das fêmeas nos resultados. O que indicou que as alterações hormonais podem modular a resposta ao tratamento. 

De acordo com a principal pesquisadora do estudo, Paloma Molina Hernandes, o ciclo estral nada mais é do que o ciclo da pordução de óvulos nas fêmeas. Bem semelhante ao que acontece com as mulheres no ciclo menstrual.

“Nossas descobertas em ratas fêmeas sugerem que o CBD merece investigação adicional como tratamento para disforia pré-menstrual (forma mais grave da tensão pré-menstrual)”, disse Paloma ao Jornal da USP.

Diferença entre sexos e entre espécies

Para fazer a avaliação das repostas comportamentais, os  ratos foram expostos a um ambiente com baixo oxigênio. A ideia era desencadear o comportamento de fuga.

Os resultados mostraram que na fase do diestro, ou seja, quando as animais já não estão mais no cio, apresentam uma resposta muito mais intensa em comparação aos machos. E até em relação ás fêmeas em proestro (antes do cio).

No estudo, o canabidiol não alterou a resposta de machos e fêmas em proestro, mas reduziu o pânico das fêmeas em diesto.

Já quando testado em camundongos, as fêmeas necessitaram de doses significativamente mais altas para responder ao tratamento, em comparação às ratas. Já os camundongo machos, por outro lado, não apresentaram resposta ao canabidiol, mesmo em doses altas.

Necessidade de variável sexual em pesquisas

Com isso, a autora da pesquisa diz que a falta de consideração de variáveis sexuais em estudos científicos é um problema considerável.

“Estudos que não levam em conta o sexo dos indivíduos podem resultar em uma compreensão inadequada da fisiopatologia das doenças e em tratamentos menos eficazes.”

Segundo a pesquisadora, a maioria dos estudos pré-clínicos e clínicos ao longo dos anos sempre priorizou indivíduos maxgos devido ao maior controle de variáveis que influenciam nos resultados. Uma vez que as fêmeas apresentam flutuações hormonais consideráveis.

Negligência entre sexos

Segundo uma revisão de 2016, por exemplo, que analisou 57 ensaios clínicos randomizados, apenas 39% recrutaram homens e mulheres em proporções iguais, e destes apenas 20% examinaram possíveis diferenças relacionadas ao sexo.

Negligência que pode impactar diretamente na segurança dos medicamentos, já que várias pesquisas indicam que mulheres têm maior propensão a sofrer reações adversas a remédios já aprovados.

 “Para corrigir essa deficiência, o National Institutes of Health (NIH) dos EUA implementou políticas em 2014 exigindo o uso equitativo de machos e fêmeas em estudos pré-clínicos e esta diretriz tem sido paulatinamente adotada em várias partes do mundo, inclusive no Brasil ”, relatou a médica ao Jornal da USP.

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Tainara Cavalcante

Jornalista pela Fapcom (Faculdade Paulus de Comunicação) e pós graduada na FAAP (Fundação Armando Alves Penteado) em Jornalismo Digital, atua como produtora de conteúdo no Cannalize, Dr. Cannabis e Cannect. Amante de literatura, fotografia e conteúdo de qualidade.