Estudo sobre cannabis e autismo têm resultados promissores

Estudo sobre cannabis e autismo têm resultados promissores

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As colunas publicadas na Cannalize não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem o propósito de estimular o debate sobre cannabis no Brasil e no mundo e de refletir sobre diversos pontos de vista sobre o tema.​

Apesar do tratamento alternativo ser cada vez mais comum no Brasil, este é o primeiro estudo brasileiro sobre cannabis e autismo no país.

De acordo com uma nova pesquisa feita na Universidade Regional de Blumenau (Furb), em Santa Catarina, o Canabidiol (CBD) foi capaz de reduzir a ansiedade de ratos com comportamentos autistas. 

 Atualmente, uma em cada 110 pessoas possuem Transtorno Espectro Autista (TEA) no mundo, segundo o CDC (Center of Diseases Control and Prevention).Com isso, podemos presumir que no Brasil existam cerca de dois milhões.

Apesar da necessidade de mais estudos, o uso para tratar a condição é cada vez mais frequente no Brasil.  Já contamos histórias de pacientes aqui. Muitos familiares relatam uma melhora na agressividade e até a possibilidade de escutar a voz do filho pela primeira vez.

Imagem: Pixabay

Sobre o estudo

A pesquisa ainda em fase inicial é o trabalho de conclusão de Curso (TCC) de Sheila Wayszceyk, aluna de medicina da universidade. Ela busca explorar o uso da substância extraída da cannabis para a condição.

O estudo conta ainda com a parceria das professoras Daniela Delwing de Lima, da Universidade da Região de Joinville (Univille) e Ângela Wyse, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFGRS).

Aprovado pelo Comitê de Ética da universidade, o experimento é o primeiro do Brasil a testar o CBD para os sintomas do autismo.  

Melhora na ansiedade

Para realizar a pesquisa, foram criados 81 ratos. Desse número, 39 nasceram com comportamentos autistas. Os roedores são geneticamente modificados com uma substância chamada ácido valpróico ainda na barriga das mães, que os faz nascer com a condição. 

Os testes comportamentais são feitos em campo aberto e com interações sociais.  O objetivo é encontrar doses seguras do canabidiol que possam ser usadas em crianças, pré-adolescentes e adultos.

De acordo com os resultados obtidos até agora, os pequenos roedores estão menos ansiosos.

Outros estudos

Apesar de ser a primeira pesquisa no Brasil, não é a primeira no mundo. Várias universidades já têm investido nos efeitos da cannabis para o autismo.

 Como por exemplo, outro estudo realizado na Universidade da República e pelo Instituto Pasteur de Montevidéu, no Uruguai. Como resultado, a cannabis pode reverter alguns comportamentos relacionados ao autismo. 

Imagem: iStock

Outras duas pesquisas realizadas em setembro e outubro de 2019 relataram os mesmos resultados de melhorias, principalmente no sono, nos déficits  de comunicação e convulsões. 

Mas o que mais chamou atenção foi as melhoras cerebrais que antes não haviam sido exploradas. Mais um exame de ressonância magnética nos pacientes mostrou que o óleo de Canabidiol melhorou significativamente algumas atividades cerebrais em locais específicos. 

O exame magnético foi feito também em pessoas sem TEA e não mostrou alterações com o uso do canabidiol. Isso prova de certa forma que o produto tem o poder de alterar atividades cerebrais em áreas afetadas do autismo.

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