O Instituto do Coração (InCor) do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP) vai fazer um estudo sobre o uso do Canabidiol (CBD) em tratamentos de insuficiência cardíaca.
O objetivo da pesquisa é melhorar tanto a saúde clínica quanto psíquica dos 105 pacientes do instituto, que serão acompanhados por dois anos. Coordenadas pelos cardiologistas Edimar Bocchi e Bruno Biselli, a pesquisa será medida através das respostas dos pacientes ao óleo e ao placebo.
A insuficiência cardíaca atinge 2% da população do mundo. Doença grave e crônica, ela é a principal causa de morte cardiovascular no Brasil, representando 27% dos óbitos nacionais.
Atualmente, devido às novas tecnologias aplicadas na área cardíaca, a taxa de sobrevida dos pacientes é maior que no passado. Mas essa melhora não se refletiu, na mesma proporção, na qualidade de vida das pessoas que sofrem com a doença.
A ideia do estudo partiu do cardiologista Edimar Bocchi, professor da FMUSP e diretor do Núcleo de Insuficiência Cardíaca e Dispositivos Mecânicos para Insuficiência Cardíaca do InCor.
Antes mesmo do canabidiol começar a ser importado com a Autorização da Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa), em 2015, o médico já havia acompanhado paciente com doença cardíaca, que usava CBD como coadjuvante no tratamento para melhorar a qualidade de vida.
“O CBD pode melhorar a qualidade de vida dos pacientes, mas queremos fazer o estudo científico para medir este impacto positivo e ainda verificar se há mudanças no quadro clínico geral. Até hoje não se tem notícia de nenhum estudo científico sobre o tema no mundo”, diz Bocchi.
A pesquisa que começa já no mês que vem, terão os fitofármacos fornecidos pela empresa canábica Verdemed.
Os benefícios medicinais da cannabis tem se destacado em uma série de condições, como epilepsia, Alzheimer, dores crônicas e por aí vai. Isso porque ela funciona através do Sistema Endocanabinoide, um sistema responsável por equilibrar várias funções do organismo.
Ativada por receptores, este sistema envia moléculas chamadas canabinoides na região desregulada e promove a homeostase.
Apesar de a maior parte estar concentrada na região cerebral e no sistema nervoso, sabe-se que os receptores também existem, em menor proporção, em outras partes do corpo, como estômago, pulmão e coração.
A cannabis também possui canabinoides, que quando ingeridos, podem fazer um trabalho parecido com os nossos.
Caso o estudo tenha resultados positivos, a cannabis poderá ser uma alternativa para quem tem insuficiência cardíaca.
Tainara Cavalcante
Jornalista pela Facom (Faculdade Paulus de Comunicação) e pós doutoranda na FAAP (Fundação Armando Alves Penteado) em Jornalismo Digital, atua como produtora de conteúdo no Cannalize, Dr. Cannabis e Cannect. Amante de literatura, fotografia e conteúdo de qualidade.
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