O mundo canábico está sempre cheio de descobertas. A novidade agora é que produtos de CBD podem conter vitamina E, de acordo com um estudo novo. No entanto, a notícia não é boa..
O acetato de vitamina E é um diluente que pode ser o culpado por trás da atual onda de lesões pulmonares, relacionadas à vaporização nos Estados Unidos. Ele foi descoberto em um dos produtos CBD mais populares da Europa.
Durante uma pesquisa sobre os quinze óleos para a vaporização de canabidiol mais vendidos da Europa, os pesquisadores também descobriram que dois produtos testaram positivo para álcool benzílico, um composto orgânico e agente estabilizador usado em cosméticos, que se for consumido em grandes quantidades pode ser tóxico.
De acordo com os pesquisadores da Fundacion CANNA, com sede em Barcelona, a qualidade geral dos produtos europeus de CBD ainda não apresenta nenhum perigo imediato para os consumidores.
No entanto, eles acreditam que essas descobertas demonstram a necessidade de mais regulamentos controlando a fabricação de produtos CBD e mais transparência por parte dos fabricantes.
No final de 2019, os relatos de casos de lesão pulmonar associada ao uso de cigarro eletrônico ou vaporizador (EVALI, sigla em inglês) nos Estados Unidos, estavam atingindo seu pico, chegando a 1.000 casos no início de outubro.
Na última atualização oficial dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, feita em fevereiro de 2020, houve cerca de 2.800 notificações de lesões pulmonares e 68 mortes.
Em novembro de 2019, a primeira morte suspeita relacionada ao EVALI foi relatada na Europa.
Com suspeita do acetato de vitamina E em e-líquidos de vapor como a principal causa por trás de casos de EVALI, o surgimento de um caso semelhante na Europa levou a instituição Fundación CANNA a fazer um estudo de triagem de e-líquidos de CBD, populares no mercado europeu para identificar quaisquer riscos semelhantes.
Amostras foram testadas, entre elas os quinze e-líquidos de CBD mais vendidos de 2019, todos legalmente comprados em lojas físicas ou online de forma anônima.
Eles encontraram acetato de vitamina E em uma das quinze amostras testadas. A análise mostrou fragmentos de moléculas semelhantes à essa vitamina em duas outras amostras, mas as identidades exatas dos compostos não puderam ser confirmadas.
A amostra contendo acetato de vitamina E também foi única por ser o único e-líquido a não usar a combinação comum de propilenoglicol (PG) e glicerina (VG) como base da matriz e-líquido, sugerindo que talvez a vitamina E acetato foi adicionado para estabilizar o CBD na solução e-líquido incomum.
Foi também descoberta a presença de álcool benzílico em duas das quinze amostras que também é uma preocupação.
De acordo com os pesquisadores, o álcool benzílico é produzido naturalmente por algumas flores, mas também é produzido sinteticamente para uso como estabilizador em cosméticos.
Não está claro porque o álcool benzílico estava presente nesses e-líquidos, ele poderia ter sido adicionado deliberadamente durante a formulação do produto ou ter se formado por acaso como um produto de decomposição durante o aquecimento, mas é um fator preocupante.
Se inalado em quantidades excessivas, os efeitos do químico podem variar de irritação aguda a graus maiores de toxicidade.
Referências
Bruno Oliveira
Tradutor e produtor de conteúdo do site Cannalize, apaixonado por música, fotografia, esportes radicais e culturas.
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