Pesquisa nacional quer avaliar se a cannabis pode servir de tratamento para osteoartrite, uma doença comum em cães.
A Unila (Universidade Federal da Integração Latino-Americana), localizada no Paraná, irá realizar um estudo para testar a eficácia da cannabis no tratamento de cães com osteoartrite.
O ensaio clínico randomizado será dividido em dois grupos: metade receberá compostos da erva, enquanto a outra receberá doses de placebo.
O principal objetivo é analisar se o uso medicinal da planta pode auxiliar nas consequências geradas pela doença.
“Esse é um experimento que vai buscar avaliar se os extratos de cannabis, ricos em THC, podem reduzir os sintomas, resolver as problemáticas e até prolongar a vida desse paciente” afirma o professor Francisney Nascimento, um dos responsáveis pela pesquisa, em entrevista para a Cannalize.
Ela é uma complicação reumatológica, também de caráter inflamatório, que atinge cerca de 80% dos cachorros com idade superior a oito anos.
A osteoartrite costuma surgir, justamente, devido ao envelhecimento dos animais, o que leva ao desgaste das articulações e torna algumas áreas do corpo mais frágeis.
Como consequência, a condição dificulta a locomoção e causa dores crônicas e inflamações.
Atualmente, os tratamentos mais receitados para a doença são à base de remédios anti-inflamatórios e corticoides, que são relativamente eficazes, mas geram efeitos adversos para o organismo.
Os pesquisadores estão confiantes de que a cannabis possa ser uma alternativa para os procedimentos já utilizados.
Os tratamentos convencionais, como já foi dito, por mais que amenizem os sintomas da osteoartrite, geram muitos efeitos colaterais para o corpo dos animais.
Por ser uma doença crônica, os remédios precisam ser utilizados por bastante tempo, o que combinado com as propriedades dessas substâncias, podem resultar em alterações metabólicas nos pacientes.
O caso fica ainda mais complicado quando se trata dos anti-inflamatórios não esteroidais (AINES), como a aspirina e o ibuprofeno, que em uso prolongado, podem acarretar problemas renais e hepáticos.
“A cannabis, além de não causar os efeitos adversos que os remédios convencionais causam, tem propriedades analgésicas superiores e anti-inflamatórias equivalentes aos outros compostos”, explica Francisney.
No Brasil, as leis que envolvem a veterinária canábica ainda são muito vagas. Atualmente, não é permitido a prescrição de produtos feitos à base da planta para animais, porém, existem lacunas nesse caminho.
Segundo o Francisney, apesar da lei restrita, algo que dificulta é que nenhuma empresa pediu o registro de algum medicamento canábico. Para ele, se isso ocorrer, é possível que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) libere a importação.
A falta de regulamentação e do registro dos produtos canábicos, prejudica a atuação do setor no país.
“O mercado não regulado dificulta os investidores e quem pretende entrar no mercado, mas é um processo que não tem jeito, vai ter que acontecer” ressalta o professor.
Para a sequência do estudo, serão necessários ao menos 24 cães para a realização dos testes.
Os interessados devem entrar em contato pelo e-mail [email protected] ou pelo número (45) 99151-9740, através do WhatsApp.
Além do uso em animais, a cannabis também serve para tratar inúmeras condições enfrentadas pelos seres humanos. Caso queira saber mais ou começar o seu tratamento com a planta, clique aqui.
Gustavo Lentini
Jornalista e produtor de conteúdo da Cannalize. Apaixonado por futebol e pela comunicação.
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